sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Passageiros andreenses reclamam de lotação em micro-ônibus

Por Vivian Silva 


Linha conta com apenas oito micro-ônibus | Foto: Hugo Silva
As reclamações em relação ao transporte público de Santo André acumulam-se. A linha de ônibus municipal U 26 – Parque Capuava/Estação Utinga, operada pelo Consórcio União Santo André, é criticada, principalmente, pela lotação dos micro-ônibus nos horário de picos. Além disso, o intervalo entre um veículo e outro também causa insatisfação entre os passageiros.  

O conferente Josué Silvério, 66 anos, é taxativo ao falar sobre a linha U 26, a qual ele utiliza há dez anos. “Péssima! Demoradíssimo, tanto para encostar aqui (Estação Utinga), quanto para sair. A gente ‘pega’ de manhã em Capuava para ir à estação (Utinga), às vezes, demora e, às vezes, não têm ônibus. Ultimamente, antes das férias, o ônibus das 6h20 não tinha, tinha um 6h e outro 6h30. Quem ‘pega’ ali na Panificadora Brasil Gigante, na Avenida Itamaraty, vem em pé e sem condições, porque já está superlotado”, afirma.

De acordo com dados da Santo André Transportes (SA Trans), concessionária responsável pelo transporte público andreense, a linha U 26 transporta em média 2.469 passageiros por dia, em oito micro-ônibus.

Por intermédio da assessoria de imprensa da Prefeitura, o diretor da SA Trans, Edilson Factori, respondeu ao Ponto Final que os intervalos entre os ônibus não ultrapassam 15 minutos. “No horário de pico da manhã, os intervalos são de 10 minutos. No pico da tarde, 12 minutos. Fora deste período, 15 minutos”, explica. 

Porém, a média relatada entre os passageiros é maior, conforme conta o auxiliar administrativo, Henrique de Souza Santos, 20 anos. “Utilizo de segunda a sexta-feira (a linha), em média eu espero 25 a 30 minutos”. Santos também critica os micro-ônibus, “em horário de trabalho é ruim, porque o ônibus é pequeno e lota muito, desde manhã até agora às 18h”, conta. 

A informação é reiterada por Beatriz Ramos de Andrade, 29 anos, que também utiliza o U 26 de segunda a sexta-feira. “A linha é péssima, porque de manhã só tem micro (ônibus) e sempre vem muito cheio. Para sair também é demorado e sempre vai muito cheio”. Beatriz comenta ainda que espera, em média, de 20 a 30 minutos o ônibus, além disso, conta que atrasos são comuns e que já esperou por 1h.  

Ao ser questionado sobre alguma medida para solucionar esses problemas, Factori respondeu apenas “estamos contratando um estudo para a reestruturação do sistema de transporte, cuja previsão de término é para o fim do segundo semestre de 2015. Vamos intensificar a fiscalização dessa linha, para evitar atrasos e melhorar o serviço”. 

O Ponto Final procurou também o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, Paulinho Serra, para comentar o assunto, porém fomos informados que ele está de férias e, por isso, não pôde responder aos questionamentos. 

Opinião: Adamo Bazani

Para o jornalista andreense da Rádio CBN, Adamo Bazani, especializado em transportes e residente em Santo André, o transporte do município apresenta melhoras, mas ainda há desafios a serem superados. 
“É inegável que de dois anos para cá houve melhorias no transporte público de Santo André. Enquanto as cidades já tinham Bilhete Único, nós éramos obrigados a pagar duas passagens em pequenos deslocamentos”, lembra Bazani.

Apesar deste benefício, Bazani comenta “a cidade ainda é ‘dividida’ em termos de operadoras e isso atrapalha muito. Sabemos que não há união no Consórcio União Santo André. Às vezes há necessidade de se expandir uma linha ou alterar um trajeto, mas isso não é feito porque tal mudança pode fazer com que o empresário X invada a área de atuação de empresário Y. Claro que as empresas e prefeitura não vão admitir, mas isso ‘engessa’ a forma de atuação do poder público e existe há anos”, finaliza. 

Publicada no Jornal Ponto Final - edição 820

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