quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Eletropaulo, à beira da falência, não preocupa responsáveis


Por Carlos A. B. Balladas

No início deste ano, sem muito destaque, no jornal Valor Econômico, notícia da quase falência da Eletropaulo, companhia de energia elétrica privatizada na era FHC, e que atende a maior mercado consumidor do País.

De acordo com a publicação, os problemas no abastecimento de energia elétrica na Grande São Paulo, onde consumidores chegam a ficar até sete dias sem energia, ocorre juntamente a uma trajetória de redução nos investimentos da empresa. No acumulado dos nove primeiros meses de 2014, a companhia investiu R$ 399,3 milhões com recursos próprios, 13,7% a menos do que no intervalo equivalente do ano anterior. O principal corte, de 19,8%, foi nos recursos voltados para reduzir o risco de interrupção no fornecimento de energia, que somaram R$ 233,3 milhões no período.



A polêmica privatização da Eletropaulo em 1998, resultou em CPI e várias ações populares. A compra foi por parte da companhia americana AES foi financiada pelo BNDES, totalizando R$ 2 bilhões; uma reavaliação constatou que a empresa deveria ser vendida por algo perto de R$ 22 bilhões. Ou seja, a AES comprou uma propriedade do povo brasileiro, com o dinheiro do povo brasileiro, não pagou a dívida, pois o BNDES converteu US$ 1,3 bilhão de dívidas em ações e debêntures- e fica com o lucro. Os benefícios para os usuários não são evidentes. A rede elétrica se degrada a cada dia e os serviços de manutenção e conserto não existem ou são péssimos.

No verão passado, com os fortes temporais, típicos da estação, foram milhares os problemas enfrentados pela população e empresas servidas pela Eletropaulo. Nada foi feito desde então. A próxima estação de chuvas, que já começou, não será diferente.

O órgão que regula e fiscaliza as empresas do sistema elétrico nacional, a Agência Nacional de Energia Elétrica tem em seus quadros dirigentes omissos, pois não obrigam a Eletropaulo corrigir os problemas crônicos que colocam em risco o dia a dia de milhares de pessoas e o faturamento do comércio e indústria.

A responsabilidade de vigilância sobre as agências reguladora, em nome do povo brasileiro, é do Senado Federal. Não se tem notícia de uma palavra dos senadores paulistas – Marta Suplicy, José Serra e Aloysio Nunes – sobre a incompetência e a irresponsabilidade da Eletropaulo. A leniência destes congressistas é um crime contra os paulistas da Grande São Paulo.



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