quarta-feira, 21 de março de 2018

Reciclagem aumenta em Santo André

Da Redação 

A cidade de Santo André encerrou 2017 com o reaproveitamento de 30% de todos os resíduos gerados no município. Desde 2014, o índice girava em torno de 12% e o aumento expressivo da taxa foi resultado de várias ações na gestão dos resíduos sólidos realizada pela Prefeitura, por meio do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que tornaram mais eficientes a coleta em geral e a destinação correta dos recicláveis.

Os cerca de 715 mil habitantes da cidade geraram no ano passado 332 mil toneladas de resíduos. A soma engloba o lixo coletado porta a porta pelos caminhões de úmidos e de secos, os resíduos dos estabelecimentos de saúde, os materiais volumosos (como madeiras, pneus, lâmpadas, colchões, além do entulho de pequenas construções) deixados nas estações de coleta, além dos resíduos depositados nos mais de 100 PEVs (Postos de Entrega Voluntária) da cidade. 

Números foram apresentados na última segunda-feira (19) | Foto: Ricardo Trida/PSA

Considerando o total recolhido apenas com a coleta porta a porta de úmidos e secos em 2017, cada morador de Santo André gerou 0,89 kg de resíduos por dia, menos que a média nacional, que está em 1,04 kg atualmente.         

“A nossa cidade já foi referência na questão da reciclagem, e, graças a esses 14 meses de gestão, está voltando a ser. Nós aumentamos em 140% a reciclagem. E vários fatores contribuíram para isso, como a construção e a melhoria de ecopontos, o lançamento do projeto Moeda Verde, que troca lixo reciclável por alimento, ações de conscientização e a assinatura das cooperativas de reciclagem”, afirmou o prefeito Paulo Serra.

Participação dos moradores precisa melhorar; população descarta mais de 105 mil toneladas de recicláveis com o lixo comum 

Entre as principais ações que ajudam a cidade a ampliar o seu índice de reciclagem está a melhor separação dos resíduos secos e úmidos pela população para a coleta porta a porta. Quando resíduos úmidos seguem nos sacos de reciclagem, os secos são contaminados e não podem ser aproveitados. Quando os secos são misturados aos úmidos, eles não podem ser separados e são aterrados.   

Mesmo Santo André sendo referência nacional na coleta seletiva há quase duas décadas, com 100% da cidade atendida com a coleta de secos, 48% dos materiais lançados junto com o lixo comum pelos moradores ainda são recicláveis. São 105.400 toneladas de plásticos, vidros, papelão, papel, entre outros, que são aterradas, sem necessidade, comprometendo a vida útil do Aterro Sanitário da cidade.     

O Aterro Sanitário de Santo André é um dos melhores da Grande São Paulo, com nota 9,6 dada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), no entanto sua vida útil é limitada e, no ritmo atual, pode operar por apenas mais dois anos. Por isso, há necessidade de uma melhor separação de todos os resíduos ainda na casa dos moradores.

Para estimular mais a população para a reciclagem, o Semasa está lançando uma campanha de incentivo à coleta seletiva. “A nossa ideia é fazer a campanha para que a população nos ajude a aumentar esse índice de reciclagem. Praticamente metade do lixo úmido tem reciclável. E isso tem um aspecto fundamental de melhoria da cidadania, da consciência ambiental, do tempo de vida do nosso aterro, além da questão econômica", afirmou o prefeito Paulo Serra.   

Além da campanha, mais seis estações de coleta serão inauguradas até 2020 – duas delas em 2018 – e os projetos Moeda Verde e Livro Vivo, lançados em 2017 para estimular a reciclagem em assentamentos carentes e o reaproveitamento de livros usados, respectivamente, serão ampliados.

Cooperativas já reciclam 52% do material coletado porta a porta

Das 864,4 toneladas de resíduos secos que chegaram às duas cooperativas de reciclagem que atuam em Santo André em fevereiro de 2018, 52% foram reaproveitadas e vendidas, gerando renda aos trabalhadores. Fevereiro marcou o início da operação das cooperativas em dois turnos. Agora, juntas, Cidade Limpa e CoopCicla têm cerca de 149 trabalhadores, que reciclam o material separado pela população em casa e levado pelo caminhão de secos e também os recicláveis deixados nas estações de coleta.       

A expectativa do Semasa é que, com a consolidação do trabalho em dois turnos, este aproveitamento chegue a 70% ainda em março e aumente mais ao longo do ano, com o início da operação de mais uma cooperativa de reciclagem, no 2º Subdistrito.

Limpeza de pontos viciados de descarte irregular aumenta 37% 

Além das ações voltadas à reciclagem e reaproveitamento de resíduos, o Semasa tem ampliado as suas ações de limpeza na cidade. Um exemplo é a manutenção dos chamados pontos viciados de descarte irregular.     

Comparando os volumes recolhidos em 2016 e em 2017 nestes locais, o aumento alcançou 37% - foram 91.750 toneladas coletadas em 2017 contra 66.810 toneladas em 2016. Além disso, o Semasa também conseguiu reduzir o número de pontos viciados da cidade ao longo do ano passado. Em janeiro de 2017 eram 68 contra 65 no final do ano.       

Para combater este tipo de descarte, que é crime ambiental, o Semasa monitora regularmente os pontos viciados e realizada a limpeza nos locais entre duas a três vezes por mês. 

       

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