quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Ailton Lima defende regionalidade e desenvolvimento econômico

Por Vitor Lima

Nas eleições deste ano, abrigado pelo PSD, Ailton Lima, 53 anos, participará de sua sexta corrida eleitoral. Pernambucano de Manarí, Lima vive em Santo André há décadas e tentará uma vaga na Câmara Federal.

Concorreu a vereador em três ocasiões e saiu vitorioso em duas delas (2008 e 2012, com 4,1 e 5,7 mil votos, respectivamente). Em 2014 tentou ser deputado federal, mas não obteve êxito.

Em sua última disputa eleitoral, em 2016, tentou ser prefeito de Santo André. Tido como azarão no início do certame, Lima não venceu as eleições, mas saiu fortalecido do pleito: angariou quase 50 mil sufrágios.

Lima é candidato a deputado
federal pelo PSD  | Foto: Ricardo Trida/PSA
No segundo turno, apoiou o candidato eleito, Paulo Serra (PSDB). A aliança resultou na indicação de seu nome para ser o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, cargo que deixou no início deste ano para figurar nas urnas em outubro.

A reportagem do Ponto Final conversou com o candidato na última quinta-feira (26), durante o anúncio oficial da reabertura do Moinho Santo André, agora administrado por um grupo argentino (mais detalhes aqui). Embora não faça mais parte do governo, Lima foi convidado para a solenidade por ter feito parte da equipe que ajudou nas articulações para a reabertura do local.

Lima garantiu que, independente do resultado de outubro, não concorrerá à Prefeitura da cidade em 2020. Revelou que nutre um sentimento de “gratidão” pelo prefeito. Embora existam outros candidatos do bloco governista, a expectativa é de que Serra também peça votos para Lima.

Durante o bate-papo, o candidato revelou que, caso eleito, destinará todas suas emendas parlamentares ao ABC e que trabalhará para o desenvolvimento econômico das sete cidades.

Ponto Final (PF): Caso os eleitores escolham o senhor como um dos representantes na Câmara Federal, haverá alguma área que o senhor priorizará? 

Ailton Lima (AL): Eu tenho certeza de que um mandato nosso será voltado, principalmente, à regionalidade e a retomada do desenvolvimento econômico. Hoje foi um dia simbólico, você viu a direção do Moinho agradecendo reiteradas vezes toda a equipe do prefeito Paulo Serra e na realidade foi a equipe que nós montamos na Secretaria de Desenvolvimento. Criamos um acolhimento às pessoas que geram fomento e desenvolvimento econômico.

São por volta de R$ 14 milhões que um deputado federal tem direito em emendas diretas. No governo do Estado tem um complemento também. Só de emendas, um deputado bem relacionado consegue por volta de R$ 20 milhões de emendas ao ano, são R$ 80 milhões em um mandato. Isso é dinheiro que certamente virá aqui para a nossa região.

Nós temos uma região autossuficiente, inclusive para nos eleger. O ABC é muito forte conjuntamente, são mais de 2,5 milhões pessoas e um colégio eleitoral absurdo. Então, basicamente, você fica aqui dentro, faz a campanha aqui e fica devendo seu mandato à região. Será um mandato com forte vínculo à região.

A gente não vê um deputado lá em Brasília, infelizmente, nos últimos 10, 15, quase 20 anos, que tenha a imagem dele voltada ao compromisso com nossa região, principalmente com a questão do desenvolvimento econômico. Em pouco tempo nosso mandato, em caso de vitória, será reconhecido como alguém em Brasília trabalhando para o Grande ABC.

PF: De fato, o número de eleitores da região é alto, mas o número de candidatos também é elevado. Existem outras candidaturas postas à Câmara Federal, inclusive de Santo André, como é o caso do vereador Eduardo Leite (PT), por exemplo. Há espaço para todos?

AL: Há espaço, sim. Só Santo André, ao meu ver, consegue eleger quatro deputados federais, mais quatro estaduais. Se a cidade tiver esse sentimento, e aí cabe a quem está na disputa fazer esse sentimento acontecer, nós temos por volta de 400 mil votos válidos. Um deputado se elege tranquilamente com 100 mil votos, há alguns partidos em que não precisa nem de tantos votos assim.

Nós tivemos um evento essa semana, e quero parabenizar a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), a Octopus e todas as entidades que estão promovendo isso, onde a gente viu um colégio eleitoral que já teve quatro deputados federais encolheu para dois, já tivemos nove deputados estaduais e hoje encolheu para sete (mais detalhes aqui: Entidades lançam campanha para incentivar votos em políticos do ABC). Na minha opinião, o Grande ABC poderia ter 20 deputados com facilidade, porque nós temos cociente eleitoral para isso.

PF: O senhor esteve por um ano e dois meses no comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santo André. Como o senhor avalia sua atuação na Pasta e qual legado o senhor deixou para a cidade? 

AL: Nós tivemos uma mostra disso aqui. A retomada deste moinho se deve exatamente pela filosofia que o prefeito Paulo Serra nos pediu, coincidentemente era tudo o que eu havia pregado também enquanto candidato à prefeito. Retomada de desenvolvimento econômico criando um clima acolhedor e a equipe que nós montamos na Secretaria entendeu isso perfeitamente. Todos os números nossos foram muito bons, inclusive refletiu até no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho). Santo André foi a cidade do Grande ABC que mais gerou empregos. Nós geramos mais do que demitimos. Isso foi um legado que nós deixamos lá na Secretaria.

PF: Qual o maior desafio desta eleição: vencer os concorrentes ou o movimento do não voto?

AL: A gente sempre teve nas nossas campanhas a preocupação com o nosso eleitor, é isso que mostra o nosso sucesso. Na primeira eleição foram 2 mil votos e na última 50 mil. Houve um crescimento sempre constante, porque eu nunca me preocupei nem com os concorrentes nem com um clima adverso, porque eu tenho serviço para mostrar, eu tenho vida pública que mostra uma aprovação.

Como candidato a prefeito,
Lima obteve 50 mil votos | Foto: Ricardo Trida/PSA
Evidentemente que nós temos nesse ano um clima da sociedade com bastante intenção de não votar, mas eu acho que quando começa a campanha esse sentimento diminui bastante porque o bom eleitor, esse que neste momento não está querendo votar, ele é responsável. E ele sabe que quando ele deixa de participar alguém vai escolher por ele e quando alguém escolhe pela gente, a escolha geralmente desagrada. Então eu acho que quando começar a campanha nas ruas, no tempo normal, este eleitor que hoje está com falta de apetite para votar vai ser imbuído da responsabilidade, ele sabe que para melhorar ele vai continuar tendo que participar do processo de escolha.

PF: As novas regras eleitorais e a campanha mais curta não prejudicam todo este processo que o senhor está projetando?

AL: A pré-campanha permite você trabalhar bastante. Então o candidato que está ali aguardando sair o número para fazer seu nome conhecido, este candidato corre um sério risco de não se tornar conhecido a tempo. No nosso caso, a gente já vem numa boa sequência de exposição pública com essas disputas que nós fizemos. Foram três disputas para Câmara Municipal, uma para a Prefeitura e uma para a Câmara Federal. Isso tudo já deixou o nosso nome bem visto. Então esses 45 dias eu vejo que eles são para você fazer a parte legal e o seu número chegar até as pessoas. Mas o trabalho já está feito.

PF: No início da nossa conversa o senhor citou a questão da regionalidade. Diadema deixou o Consórcio Intermunicipal e outras cidades ameaçaram fazer o mesmo. Como o senhor vê a atuação do órgão?

AL: Eu vejo que o Consórcio passou por alguma dificuldade de relacionamento que eu entendo que o prefeito Orlando Morando (também presidente do Consórcio) vai conseguir equalizar. O Consórcio é importante, ele precisa ser fortalecido, defendido. E o que acontece ali, pelo menos que a gente percebeu, são momentos de relacionamento. A vida relacional não é fácil.

Assumiram todos prefeitos novos, a maioria deles, cada um com seus desafios nas suas cidades. Todas as cidades quase sem exceção passando por muitas dificuldades financeiras e às vezes você tem que administrar sua cidade e tem que vir para uma outra entidade, dependendo de como você saiu da sua cidade, das reuniões que você teve, você pode chegar ali um pouco agitado. A gente percebeu que nesse ano que passou a relação foi acima da temperatura. Mas eu entendo que Orlando Morando está fazendo uma boa gestão lá em São Bernardo e conforme a situação das cidades fiquem mais controladas, isso vai refletir em uma boa unidade no Consórcio.



3 comentários:

  1. Na outra eleição trabalhei pro Senhor e gostaria de trabalhar de novo como faço e onde devo ir

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  2. Bom vereador sempre que preciso está apto para necessidade da comunidade tem meu apoio e da familia também.

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  3. Sempre apoio a candidatura do Lima
    É um candidato presente na vida.politica da cidade,recomendo tbem a meus amigos e parentes fora de Santo André
    O momento político exige regionalidade pelo inúmeros problemas que a região enfrenta

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