terça-feira, 30 de outubro de 2018

Munícipes de Santo André podem renegociar débitos com a Prefeitura e Semasa

Da Redação

A partir de hoje (30), munícipes que possuem dívidas com a Prefeitura ou o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) poderão renegociar seus débitos. Nesta data, entrarão em vigor o Renegocia e o Renegocia Semasa, que visam promover a recuperação de receitas para a cidade. Os dois programas possuem regras distintas e foram criados por meio de leis aprovadas na Câmara, sancionadas pelo prefeito Paulo Serra nesta segunda-feira (29). Nos dois casos, os interessados têm até 14 de dezembro para aderir à renegociação.

Renegociação pode ser feita até 14 de dezembro de 2018 | Alex Cavanha/PSA
O Renegocia da Prefeitura tem o intuito de possibilitar que os atuais 8 mil devedores – de ISS, IPTU e outras taxas e impostos – possam regularizar suas pendências com a administração. Os casos que atenderem aos requisitos da lei poderão saldar débitos de até 1 milhão de Fator Monetário Padrão (FMPs) da seguinte maneira: pagamento em até 3 parcelas terá redução de 100% dos juros de mora e da multa moratória; pagamento de 4 a 12 parcelas terá redução de 95% dos juros de mora e da multa moratória, com taxa de juros remuneratórios de 0,6% ao mês; pagamento de 13 a 24 parcelas terá redução de 85% dos juros de mora e da multa moratória, com taxa de juros remuneratórios de 0,7% ao mês; pagamento de 25 a 36 parcelas terá redução de 75% dos juros de mora e da multa moratória, com taxa de juros remuneratórios de 0,8% ao mês. Em todos os casos serão parcelas iguais e consecutivas.

Já para os débitos acima de 1 milhão FMPs, o pagamento poderá ser feito de 37 a 48 parcelas com redução de 65% dos juros de mora e da multa moratória, tendo taxa de juros remuneratórios de 0,9% ao mês. Quem decidir pagar a dívida em 49 a 60 parcelas, terá redução de 55% dos juros de mora e da multa moratória, tendo taxa de juros remuneratórios de 1% ao mês. Nesses casos, será obrigatório 10% de entrada que poderá ser parcelado em até 2 vezes. O atual valor de 1 FMP é R$ 3,8527.

Quem tiver interesse, deve ir até a Praça de Atendimento localizada no Paço Municipal, ou em um dos cinco postos SIM que funcionam na cidade.  Pessoas físicas devem levar cópia do documento de identidade e do CPF e pessoas jurídicas precisam levar cópia dos atos constitutivos da empresa e alterações e cópia do CNPJ. O programa é válido somente para dívidas geradas até 30 de setembro de 2018.

Semasa 
O Renegocia Semasa prevê desconto de 100% dos juros e da multa para quem pagar em até 3 vezes o seu débito. O benefício será de 85% para quem parcelar entre 4 e 12 vezes; de 75% para 13 a 24 parcelas; e de 50% para parcelamentos de 25 a 36 vezes. No caso de parcelamento de 4 a 36 vezes, haverá aplicação de taxa de juros remuneratórios entre 0,5% e 0,7% ao mês. As dívidas renegociadas podem ser de origem tributária (taxas) ou não tributária (tarifas, multas ambientais). O valor das parcelas não poderá ser inferior a 20 FMPs (Fator Monetário Padrão), ou R$ 77,05.

Para ingressar no programa, o usuário deverá ir a um dos cinco postos de atendimento do Semasa com os documentos exigidos até 14 de dezembro. No posto, o usuário será orientado a protocolar um requerimento de adesão e declarar expressamente a desistência de eventual recurso administrativo referente aos débitos que fazem parte do acordo. A confirmação do acordo só ocorre, porém, com o pagamento da primeira parcela em seu vencimento. A expectativa do Semasa é, com o programa, recuperar R$ 9 milhões de créditos, recursos que serão investidos na melhoria do abastecimento de água na cidade.

O contribuinte pessoa física deve levar cópia de documento de identidade e do CPF e pessoa jurídica precisa levar cópia dos atos constitutivos da empresa e alterações no caso de o contribuinte constituir-se pessoa jurídica. Tanto pessoas físicas quanto jurídicas precisam também levar a conta de saneamento ambiental, nota de débito ou mandado judicial. O Renegocia Semasa contempla débitos gerados até 31 de julho de 2018.


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Um comportamento chamado “ser” em qualquer “estar”

Por Andréa Tartuce*

Nos tempos digitais, convivemos com uma espécie de vírus com o qual o ser humano se alia, em dado momento, para mascarar seu real comportamento, ajustando-o de acordo com a necessidade do ambiente inserido na ocasião. No ambiente de trabalho, por exemplo, essa alteração comportamental é bastante frequente, principalmente quando há interesse individual se sobrepondo ao do coletivo.

Eis um conflito ético-moral merecedor de um olhar personalizado no sentido de provocar estranhamento à sociedade moderna que, a todo instante, se inspira em comportamentos postos na vitrine como sendo apropriados ou não, sem ao menos levar em consideração seu contexto de realidade, costumes etc. Essa facilidade de troca de comportamento se dá em razão da falta de acesso ao planeta psíquico, como explica o psiquiatra Augusto Cury, justificando tamanha vulnerabilidade ao “fenômeno das aparências”.

Foto: Divulgação
Metáforas à parte, atualmente o “ser” não se apóia à ética (reflexão), de modo que se reverbera negativamente ao “estar”, ou seja, à moral (ação). O que se entende por apropriado ou não, deve condizer com a maneira que se age. Do contrário, não faz sentido pregar algo longe de coincidir com a prática.

O que mais se vê, infelizmente, é indivíduo aconselhando o outro a saudar com “bom dia” o porteiro, mas é o primeiro a fingir não vê-lo. “Ser” em qualquer “estar” tem a ver com o comportamento que se tem em todo lugar, tem a ver com o “eu” em casa, na rua, no parque, no tratamento com os pais, com filho, com o líder, com o empregado… Tem a ver, segundo Clóvis de Barros Filho, com o que não se faria mesmo sendo invisível.

Será que nossas reflexões estão coerentes com nossas ações? Será que é possível pensar de um jeito e agir de outro? Será que os valores morais precisam ser adaptados ao ambiente e/ou pessoas que lá o integram?

A relação da ética com a moral deve ser harmônica e, de acordo com OSHO, o guru da meditação, a chave mestra desse alcance é a consciência, que, por sua vez, pode ser bem trabalhada com a combinação de dois pilares da Inteligência Emocional, criada por Daniel Guleman.

O psicólogo estaduniense, ao estudar sobre como viver de maneira plena, entendeu que as competências social e pessoal melhoram a vida do ser humano, pois auxiliam a edificar bons relacionamentos. Em síntese, o primeiro pilar, competência social, diz respeito à forma de conexão com o outro, enquanto que o segundo, competência pessoal, se refere à conexão consigo.

Logo, o desenvolvimento dessas habilidades contribui e muito com a construção de um ser ético e moral em constante progresso e, por conseqüência, ajudam também a fortalecer o comportamento do “ser” em qualquer “estar”, embora algumas situações nos proponham a, pelo menos, analisar convites indiscretos ou indelicados.

Por isso a importância do bom desenvolvimento das conexões acima citadas, pois servirão como freio para barrar qualquer sugestão que possa infectar a nossa integridade e dignidade ou de quem está conectado conosco direta ou indiretamente.

Mas, se ainda assim, esse freio não for suficiente para concluir se os eventuais convites são apropriados ou não, basta nos lembrarmos da sábia recomendação de Immanuel Kant: “Tudo que não puder dizer como fez, não o faça. Se há razões para não contar, há para não o fazer".

*Andréa Tartuce é advogada, psicopedagoga, mestranda em Direito Acadêmico (Linha "Justiça e o Paradigma da Eficiência"), especialista em Direito Público Global, coordenadora da ESA-Santo André e secretária-geral da OAB Santo André para o triênio 2016-2018.



Anistia Internacional: Bolsonaro representa risco para minorias

Da Redação

Com a eleição de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão como presidente e vice-presidente do Brasil, ontem (28), a Anistia Internacional divulgou um comunicado, no qual afirma que o Bolsonaro representa “um enorme risco” para minorias.

As promessas de campanha de Bolsonaro incluem a flexibilização das leis de controle de armas e autorização prévia para policiais matarem em serviço | Foto: Reprodução 
A diretora da Anistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas, ressalta os discursos do novo presidente. “O presidente eleito fez campanha com uma agenda abertamente anti-direitos humanos e frequentemente fez declarações discriminatórias sobre diferentes grupos da sociedade.

Sua eleição como presidente do Brasil representa um enorme risco para os povos indígenas e quilombolas, comunidades rurais tradicionais, pessoas LGBTI, jovens negros, mulheres, ativistas e organizações da sociedade civil, caso sua retórica seja transformada em política pública", afirma.

Já as promessas de campanha de Bolsonaro incluem a flexibilização das leis de controle de armas e autorização prévia para policiais matarem em serviço. Essas propostas, se adotadas, agravariam o já terrível contexto de violência letal no Brasil, onde ocorrem 63 mil homicídios por ano, mais de 70% deles com armas de fogo, e onde a polícia comete cerca de 5 mil homicídios por ano, muitos dos quais são, na realidade, execuções extrajudiciais.

Além disso, Bolsonaro ameaçou os territórios de povos indígenas com a promessa de alterar os processos de demarcação de terras e autorizar grandes projetos de exploração de recursos naturais. Da mesma forma, também falou sobre flexibilizar os processos de licenciamento ambiental e criticou as agências de proteção ambiental do Brasil, colocando em risco o direito de todas as pessoas a um ambiente saudável.

"Agora, com o processo eleitoral encerrado, enfrentamos o desafio de proteger os direitos humanos de todos no Brasil. A Anistia Internacional está ao lado de movimentos sociais, ONGs, ativistas e todos aqueles que defendem os direitos humanos, a fim de garantir que o futuro do Brasil traga mais direitos e menos repressão", comenta Erika.

O Brasil tem uma das taxas de assassinatos de defensores e ativistas de direitos humanos mais altas do mundo, com dezenas de mortos todos os anos por defender os direitos que deveriam ser garantidos pelo Estado. Nesse contexto grave, as declarações do presidente eleito, sobre colocar um fim no ativismo e reprimir os movimentos sociais organizados, representam um alto risco aos direitos de liberdade de expressão e manifestação pacífica, garantidos pela legislação nacional e pelo direito internacional.

Bolsonaro e Mourão, ambos militares da reserva no Brasil, também defenderam publicamente crimes do Estado cometidos durante o antigo regime militar, incluindo a tortura. Isso aumenta a perspectiva de graves retrocessos em direitos humanos, desde o fim do regime militar e a adoção da Constituição Federal de 1988.

"As instituições públicas brasileiras devem tomar medidas firmes e decisivas para proteger os direitos humanos e todos aqueles que defendem e se mobilizam pelos direitos no país. Essas instituições têm um papel fundamental a desempenhar na proteção do estado de direito e impedir que as propostas anunciadas se materializem. A comunidade internacional permanecerá atenta para que o Estado brasileiro cumpra suas obrigações de proteger e garantir os direitos humanos", finaliza Erika.



Bolsonaro é eleito com 57,7 milhões de votos

Da Redação com ABr

Neste último domingo (28), segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) obteve 55,13% dos votos válidos, conquistando 57.796.986 votos. Fernando Haddad (PT) teve 44,87% dos votos, o equivalente a 47.038.963 votos.

Ao lado da esposa, Bolsonaro votou no Rio de Janeiro | Foto: Reuters/Ricardo Moraes
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, anunciou, por volta das 20h10, que Jair Bolsonaro estava matematicamente eleito novo presidente do Brasil. Segundo a ministra, o resultado da eleição foi definido às 19h18, com 94,44% das urnas apuradas.
A diferença entre os dois candidatos foi superior a 10,7 milhões de votos.

As abstenções somaram 21,3% (31,3 milhões de votos). Votos brancos foram 2,14% (2,4 milhões de votos) e nulos, 7,43% (8,6 milhões de votos).

Terceira menor vitória
Com esse resultado, Bolsonaro teve a terceira menor vitória no segundo turno desde a redemocratização. Ele venceu com vantagens maiores apenas que a de Fernando Collor de Mello, em 1989 (53,03%), e da reeleição de Dilma Rousseff, em 2014 (51,64%).

Em relação ao primeiro turno, o opositor Fernando Haddad (PT) cresceu mais que Bolsonaro. O petista ganhou 15.696.741 de votos do primeiro para o segundo turno, passando de 29,28% para 44,86%. Bolsonaro conquistou 8.519.962 de votos adicionais, saindo de 46,03% para 55,13%.

O índice de Haddad, entretanto, foi menor do que o de Dilma (55% em 2010 e 51% em 2014) e Lula (61% nas duas eleições de 2002 e 2005), que venceram as eleições em segundo turno. O PT perdeu cerca de 7 milhões de votos em relação à disputa do último segundo turno presidencial, em 2014.



sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Reitor confirma presença na audiência pública sobre bolsas na USCS

Da Redação 

A Audiência Pública marcada para a próxima quarta-feira (31) pelo vereador Professor Jander Lira (PP) para discutir a questão das bolsas de estudos na Universidade de São Caetano do Sul (USCS) tem a presença confirmada do reitor da instituição, Sidnei Bassi.

Vereador Jander Lira marcou audiência pública para a próxima quarta-feira (31)| Foto: Divulgação

Na avaliação do vereador, diante de inúmeras reclamações de alunos que perderam a bolsa de estudos nesse ano, é importante um posicionamento oficial da direção da USCS para a população entender o problema e, por outro lado, a direção da USCS compreender toda questão problemática de quem não tem condições de financiar os estudos e, por isso, era contemplado até recentemente com uma bolsa de estudos.

A audiência pública ocorrerá na Câmara Municipal de São Caetano do Sul, com a presença da direção da USCS. Jander informa que quem indica o reitor da universidade é o prefeito e que ele continua no cargo desde a administração passada, sendo que naquela época foram concedidas 1,2 mil bolsas para munícipes de São Caetano do Sul.

“Se o reitor é o mesmo, só mudou o prefeito, então por que houve essa redução para apenas 200 bolsas de estudos concedidas nesse ano?”, pergunta, que lembrou que o atual prefeito, em sua campanha eleitoral, prometeu ampliar a quantidade de bolsas de estudos para moradores da cidade poderem estudar na USCS.



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Por que voto nulo

Por Gilberto Natalini*

O segundo turno da eleição presidencial de 2018 não tem precedentes. Pode significar o fim da Era Lula da Silva/Dilma Rousseff/Michel Temer (2003 – 2018), marcada pela corrupção, e ao mesmo tempo trazer sérios riscos de retrocesso à democracia e à ampla liberdade, garantias que permitem expressar opiniões e criticar o presidente da República, por exemplo, sem medo de sofrer retaliações.

Por traz da fala mansa do candidato Haddad, espécie de laranja de Lula da Silva, os velhos caciques do PT estão dispostos a pôr em prática uma receita que o Brasil conhece bem e está farto – responsável por 13 milhões de desempregados e outros 62 mil assassinatos por ano. Representante do presidiário de Curitiba, Haddad manteria a fórmula surrada de alianças com o chamado Centrão e a distribuição de cargos estratégicos, por meio dos quais os políticos continuariam a roubar os recursos que deveriam financiar o desenvolvimento do país. Voltariam todos a se organizar para assaltar o Estado. A eleição de Haddad seria mais do mesmo.

Já o candidato Bolsonaro é um salto no escuro. Isolado, sem alianças, o ex-capitão do Exército, um deputado inexpressivo, mostra seu despreparo ao fugir dos debates. Quase não tem o que dizer. Esconde-se, protegido pelas redes sociais e seu exército de disseminadores de fake news. Além disso, Bolsonaro instiga ódio, violência, intolerância e é capaz de idolatrar sujeitos como o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um assassino que prestou "serviços" ao regime militar (1964 – 1985). E não adianta defendê-lo – eu sou uma de suas vítimas, prova viva de que Ustra torturava pessoas sequestradas e presas ilegalmente nos porões da ditadura. Torturou-me em 1972. Fiquei com deficiência auditiva permanente.

O Brasil está encalacrado. Candidato do sistema, Haddad não teria alternativa a não ser baixar a cabeça e dar guarida aos privilégios que fazem do Brasil um país injusto, desigual e subdesenvolvido. Não passaria de marionete, uma Dilma Rousseff sem saias, dependente do apoio político do chefe e, por isso mesmo, pronto a obedecê-lo, mesmo que as ordens agora venham da cadeia.

Por sua vez, Bolsonaro está longe de possuir as credenciais e qualidades de um chefe de estado, como o Brasil tanto precisa. Após 50 anos de luta pela democracia, constrangido e ciente da reação emotiva do eleitorado contra os malfeitos perpetrados pelo PT, tomei minha decisão: voto nulo.

Não tenho dúvidas de que chegamos a essa difícil quadra da vida política brasileira graças às lambanças promovidas pelos governos do PT. Agora, independentemente do resultado final da eleição, caberá às forças democráticas a firme defesa das instituições e das conquistas sociais, ameaçadas por duas candidaturas extremas que, por ironia, se tornam semelhantes em seus radicalismos. Nós, democratas, não deixaremos o Brasil retroceder para uma ditadura, seja de esquerda ou de direita.

*Gilberto Natalini, 66, vereador (PV-SP), foi secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo



Brasil e totalitarismo

*Leonardo Torres

A palavra das últimas semanas foi violência. Os jornais estão noticiando agressões por todo o Brasil. Nas redes sociais, vídeos estão sendo divulgados registrando discussões, brigas, espancamentos e mortes. O país que sempre se vangloriou de sua cordialidade, diversidade, alegria e amor, tornou-se o país do ódio e da violência.

De que lado o ódio está? Da esquerda ou da direita? Exclusivamente, de nenhum dos dois. O ódio está do lado do totalitarismo. Infelizmente, a motivação da facada que fez de vítima Jair Bolsonaro foi a mesma motivação que matou um mestre de capoeira, em Salvador.

O ódio, nesses últimos anos, tem sido gestado na alma do brasileiro, sendo alimentado pela angústia de um país cindido, de direitos perdidos, de educação e saúde precárias, de corrupção generalizada e de uma mídia que mais confunde do que informa. Tudo isso gerou, sem dúvidas, uma crise plural: social, política, mental, ambiental, etc.. Crise essa que é muito similar ao período alemão que precedeu o nazismo. Na história, vimos que o ódio, seja de qualquer povo, quando gestado, tem que escapar de alguma forma. E, na maioria das vezes, os povos elegem a forma mais primitiva e sombria para esse escape: a violência.

Hannah Arendt, grande estudiosa do totalitarismo, aponta que o embrião desse movimento é o isolamento dos indivíduos, ou seja, deixar todos contra todos – de fato, cindir a população. E então, fazer o povo crer em uma bipolaridade do que é verdadeiro e do que é falso. Do que é real e do que é irreal. De quem é o herói e de quem é o inimigo. Essa dinâmica, muito recorrente em nossos antepassados, não é algo difícil de ser aderida pela população, pois ela é simples, não é preciso pensar muito, nem estudar, nem se aprofundar. É algo dado. E parece ser mais atual do que nunca em nosso país.

No Brasil, existe a dinâmica "pai-herói contra o mal". Somos um país que possui a alma do órfão ferido. Não temos um fundador ou herói da nação na História, tentaram enxergar o pai-herói em Tiradentes, em Vargas, nos militares, em Collor, em Lula, em Moro (pediram até que ele se candidatasse) e, agora, em Jair Bolsonaro. Curiosamente, não é à toa o número de filhos que não tem o nome do pai em suas certidões de nascimento.

Nessa polarização, considerar um como pai-herói é imputar no outro todo o mal existente. Essa é a dinâmica do bode expiatório, estudada por Rene Girard, cuja finalidade é a contenção das tensões sociais pelo derramamento de sangue, pela violência. Portanto, é necessário ponderar a exaltação de um ou outro candidato, principalmente quando ele promete resolver os problemas de forma rápida e prática.

Nossa recente pesquisa sobre contágio psíquico demonstra que uma parte da comunicação humana não se dá somente pela linguagem, mas também pelas emoções, sejam benéficas ou maléficas. E, assim como a comunicação, o contágio psíquico é um dos formadores dos pensamentos e julgamentos de uma sociedade. O ódio é uma emoção, portanto, é contagioso. Ele não passa pelo crivo da racionalidade, ele está aquém dela. Ele é irracional e inconsciente, e isso dá as bases para o isolamento e para a bipolaridade vividos hoje. De certa forma, o ódio está na alma.

Apesar de termos percebido agora, é responsabilidade nossa tudo o que está sendo gestado em nossas almas, consciente ou inconscientemente. Resta-nos escolher se vamos ou não nos contagiar por essas emoções.

*Leonardo Torres, 28 anos, doutorando e mestre em Comunicação e Cultura Midiática, palestrante e professor universitário.


terça-feira, 23 de outubro de 2018

Santo André não terá aumento no IPTU em 2019

Por Vitor Lima

O prefeito de Santo André, Paulo Serra, esteve na Câmara Municipal hoje (23) para protocolar o projeto referente à cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2019. Em breve pronunciamento aos vereadores e munícipes presentes no plenário, Serra adiantou o teor da matéria e garantiu que não haverá mudanças no tributo – o único reajuste se dará de acordo com a inflação oficial do País.

Havia a expectativa de que o texto contemplaria a atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), que não é alterada desde 2002. A PGV é o documento fiscal da cidade, isto é, o que determina o valor venal dos mais de 200 mil imóveis do município – com base do valor venal é que se determina o quanto deve ser cobrado de imposto de cada propriedade.

Prefeito esteve na Câmara para apresentar projeto | Foto: VL
"Ouvindo a Câmara, a cidade de uma forma geral, a gente decidiu determinar que, em 2019, o IPTU não terá aumento".

Durante o primeiro ano de governo, o prefeito defendia a atualização do cadastro constantemente. Em conversa com os jornalistas, Serra admitiu que o cadastro é “ultrapassado, antigo e que realmente atrapalha o desenvolvimento da cidade”. Mesmo assim, o prefeito afirmou que não irá alterar a PGV em seu mandato.

“O remédio, quando a gente erra na dose, se torna veneno. A gente quer que o remédio seja a cura para um mal que a cidade tem”, justificou.

Assim, o chefe do Executivo se blinda dos efeitos políticos negativos da medida. Vale lembrar que, em 2017, o Executivo enviou projeto ao Legislativo sobre o assunto. O texto foi aprovado, mas a atualizaçã na PGV gerou diversos erros e distorções nos valores contidos nos boletos. Os excessivos aumentos revoltaram a população, que se mobilizou para pedir a revogação da medida. Após muita pressão popular, dos vereadores e de setores organizados da sociedade civil, Serra se viu acuado e foi obrigado a recuar e cancelar o projeto.

De acordo com informações cedidas pelo próprio prefeito, estima-se que a atualização na PGV geraria um aumento de, aproximadamente, R$ 150 milhões na arrecadação da cidade.

A não entrada deste valor nos cofres municipais é compensada, na visão de Serra, pelas medidas de redução de gastos adotadas pelo Executivo e pelo aumento na arrecadação de Imposto Sobre Serviços (ISS) em Santo André. De acordo com ele, esses itens geraram cerca de R$ 90 milhões ao município, 60% do valor que seria arrecadado com a atualização.

O índice de inadimplência neste ano em relação ao tributo foi de pouco mais de 20%. Mesmo assim, a arrecadação de IPTU prevista para 2019 é de R$ 360 milhões. “Santo André está pronta para crescer. O nosso diagnóstico é muito realista, mas as soluções são otimistas. Devemos ter 2019 de muita entrega, muito trabalho, para tirar do papel uma enormidade do plano de governo”, projeta o prefeito.


Aluna de Santo André vence desafio culinário e ganha curso na Itália

Da Redação

Com um fettuccine ao ragu de linguiça suína flambado na cachaça, a estudante Mariane Fausto Felix venceu nesta segunda (22) o desafio culinário Uma massa criativa dentro da tradição italiana. A disputa foi realizada entre alunos do curso técnico de Cozinha das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) no laboratório da unidade Santa Efigênia, na Capital. Mariane, que estuda na Etec Julio de Mesquita, de Santo André, ganhou uma bolsa de estudos no Italian Institute for Foreigners (ICIF), em Piemonte, na Itália. O embarque deve ocorrer em outubro de 2019.

“Em casa sempre comemos linguiça com abóbora, então, coloquei esses ingredientes na receita. A cachaça dá o diferencial”, conta a estudante. “Acredito que (a viagem à Itália) será uma experiência única, que vai me agregar conhecimento e cultura.” A jovem está no segundo semestre do curso técnico e pretende seguir carreira na gastronomia. Mariane é formada  em Relações Internacionais, mas percebeu que sua verdadeira paixão está nas panelas.

Mariane preparou um fettuccine com ragu de linguiça flambado na cachaça | Foto: Divulgação
Outros cinco estudantes participaram da final com receitas que transitaram entre o clássico italiano e a cozinha brasileira. Ana Caroline Alexandre da Silva, da Etec Camargo Aranha, ficou em segundo lugar com uma receita usando molho de beterraba e quiabo defumado e terá a oportunidade de estudar culinária italiana no ICIF do Brasil. Mais de 30 estudantes se inscreveram para a competição. A competição teve o apoio da Colavita.

Rumo à Itália

Mariane é a segunda aluna do Centro Paula Souza premiada com bolsa de estudos para estudar no ICIF italiano. Thayna Cruz, autora da melhor receita de risotos em um desafio no ano passado, embarcou em outubro e está estudando no Costigliole d’Asti, sede da instituição italiana, com todas as despesas pagas. Em novembro, ela inicia estágio em restaurante da região.

Conheça a receita vencedora de 2018:

Fettuccine ao Ragu de Linguiça Suína flambado na cachaça

Rendimento: 4 porções

Tempo de preparo: 40 minutos

Ingredientes:

Macarrão fettuccine Colavita a nido – 340g

Azeite – 50 ml

Linguiça suína – 400g

Cachaça branca – 50 ml

Cebola – 150g

Alho poró – 50g

Abóbora cabotiá = 100g

Alho – 60g

Molho de tomate pelado – 480g

Sal – 1g

Pimenta preta moída – 1g

Noz moscada – 1g

Tomilho (1 ramo) – 3g

Alecrim  (1 ramo) – 3g

Manjericão (1 ramo e folhas soltas) – 5g

Queijo parmesão ralado – 120g

 Modo de preparo:

Tire a tripa da linguiça e corte a carne em pedaços pequenos. Em uma frigideira quente, coloque um fio de azeite e doure bem a linguiça. Acrescente uma dose de cachaça para deglaçar a panela e flambe.

Quando o álcool evaporar, adicione a cebola, o alho, a abóbora e o alho poró picados. Salteie, mexendo ocasionalmente, por cerca de cinco minutos. Adicione o molho de tomate pelado.

Acrescente as ervas (tomilho, alecrim e manjericão) em buquê garni.

Deixe cozinhar por cerca de 15 minutos ou até os tomates desmancharem. Caso seja necessário, coloque um pouco de água para não secar o molho.

Cozinhe o fettuccine em uma panela com 4 litros de água fervente com sal até ficar al dente. Tire o buquê do molho, tempere com sal e pimenta a gosto. Junte a massa ao molho.

Retire do fogo para servir em quatro pratos. Sirva com queijo parmesão ralado fresco e folhas de manjericão.


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Alternativas de solução de conflito e a cultura do litígio

Por Andréa Tartuce*

Concordar e discordar são verbos muito presentes no nosso cotidiano, o que não é desagradável de modo geral. Entretanto, se não acompanhados por algumas capacidades, como flexibilidade e senso crítico, o desejo por litigância se manifesta e inspira pedido de “socorro” ao Estado.

Muitos pedidos são encaminhados ao Judiciário diariamente e a demanda volumosa enseja um congestionamento quase que infindável, até porque é humanamente impossível os servidores públicos cumprirem efetivamente o princípio da celeridade diante de uma demanda tão intensa. Esta situação decorre da cultura do litígio, ou seja, aquela ideia ilusória de que só se soluciona um conflito quando este estiver judicializado.
Foto: Divulgação

Mas os dados do Relatório Justiça em Números revelam que, anualmente, essa cultura belicosa é ineficiente, sendo primordial considerar as formas alternativas de solução de conflito, as quais auxiliam a cultuar o diálogo, afastando-se, assim, o espírito de batalha que reina entre a sociedade.

O Código de Processo Civil de 2015 trouxe diversas inovações de grande valor para o tema, com forte incentivo aos meios alternativos para a solução de conflito, como se observa no art. 3º, §3º, a Mediação e a Conciliação como métodos a serem estimulados por juízes e advogados, por exemplo. No §1º do mesmo art., está prevista a Arbitragem, outro meio alternativo já regulamentado pela Lei Nº 9.307, de 23 de Setembro de 1996.

A legislação, então, tem feito sua parte. E o advogado, que representa uma autoridade diante de seu cliente, precisa atualizar seu perfil profissional e apresentar a ele os referidos métodos amigáveis desde o primeiro contato.

Vale lembrar que o advogado é ESSENCIAL e INDISPENSÁVEL para a solução de qualquer conflito, pois o cargo, o conhecimento, o peso da OAB (uma das instituições com maior prestígio e aprovação social), lhe conferem o poder de guiar seu cliente no caminho que julgar adequado.

Se a referida autoridade for exercida de forma belicosa, o advogado terá um cliente disposto a litigar até o fim, mesmo que não se resolva o problema, ou se resolva com tal demora, perdendo o sentido do pleito.

Já com um espírito Conciliador e Mediador, pode-se chegar a resultados bem mais eficazes, no famoso esquema “ganha-ganha”. Nem sempre é uma questão de justiça, mas sim de viabilidade. Buscar o bom acordo pode, em última instância, significar vantagem para todas as partes, inclusive para o advogado, que receberá de forma célere e terá a oportunidade de alcançar mais clientes.

No final, andamos tanto e voltamos à sabedoria dos mais antigos, onde se dizia com voz mansa naquela conversa de cozinha: “Calma, pensa melhor. Às vezes um bom acordo vale ouro”.


*Andréa Tartuce é advogada, psicopedagoga, mestranda em Direito Acadêmico (Linha "Justiça e o Paradigma da Eficiência"), especialista em Direito Público Global, coordenadora da ESA-Santo André e secretária-geral da OAB Santo André para o triênio 2016-2018.



sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Banda Maskavo é um dos destaques culturais no USCS Day

Da Redação

Amanhã (20), a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) recebe as bandas Maskavo, Circuladô de Fulô e Contexto, a partir das 17h, finalizando as atividades do USCS Day. O evento, que recebe interessados em ingressar no ensino superior, além de membros da comunidade, será composto de diversas atividades, como orientação profissional, apresentação dos cursos oferecidos, oficinas e workshops. Interessados que participarem de atividades do USCS Day terão direito a ingressos para o show.
Foto: Divulgação
 Sobre o USCS Day

O USCS Day, que chega à sua segunda edição neste sábado (20), das 11h às 17h, tem o intuito de abrir as portas da Universidade para apresentar seus cursos e infraestrutura, com diversas atividades e serviços para aqueles que buscam escolher sua profissão ou conhecer melhor a área que pretendem seguir. A entrada e as atividades são gratuitas e abertas à comunidade. Interessados já podem realizar sua inscrição em: http://www.uscs.edu.br/hotsite/uscsday.

No evento, o público terá a oportunidade de conhecer melhor a universidade e as características dos mais de 40 cursos de graduação oferecidos, conversando com gestores e professores, participando de palestras, oficinas e outras atividades relacionadas à vida acadêmica e profissões. Além disso, será realizado um hackaton, maratona na qual grupos competem entre si, buscando encontrar soluções criativas para um desafio específico.

O espaço contará ainda com serviços à comunidade, arena geek, festival cosplay, espaço gamers, atividades culturais, oficinas (grafitti, street art, youtuber, maracatu, cestaria, circo etc) e espaço gourmet (feira gourmet e vegana). No dia, a Plug Rádio USCS, rádio universitária da instituição, realizará a cobertura e transmissão de todo o evento.

O USCS Day ocorre no Campus Barcelona (Avenida Goiás, 3400, Barcelona, São Caetano do Sul), das 11h às 17h. Mais informações e inscrições em www.uscs.edu.br/uscsday.


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Ministério libera R$ 3 mi para obras do Plano Diretor de Mobilidade do ABC

Da Redação

O Consórcio Intermunicipal Grande ABC informou por meio de veiculação no Diário Oficial da União (DOU) o recebimento, em 9 de outubro, do valor de R$ 3.294.708,39, que é referente à 21ª medição dos projetos dos corredores, e as quatro primeiras parcelas do Projeto Executivo do Centro de Controle de Operações (CCO).

O Plano Diretor de Mobilidade do Grande ABC, elaborado pelo Consórcio Intermunicipal, tem como objetivo propor ações regionais de mobilidade urbana que subsidiem políticas e projetos integrados entre os municípios da região. A iniciativa abrange, dentre outras ações, a reorganização das redes municipais e metropolitanas de transporte coletivo, intervenções físicas em obras de ampliação da infraestrutura viária e medidas operacionais de gestão da circulação.

Em 2015, o Ministério das Cidades autorizou para o Consórcio ABC o repasse de R$ 31,6 milhões, sendo R$ 26,4 milhões para 21 projetos funcionais e básicos de engenharia para a requalificação de corredores preferenciais para transporte coletivo e R$ 4,7 milhões para o projeto do Centro de Controle de Operações (CCO). Os recursos estavam previstos no PAC Mobilidade Urbana do ABC.

Desde 2016, o Consórcio está elaborando, a partir dos recursos federais, os 21 projetos funcionais e básicos de engenharia que têm como objetivo de melhorar a fluidez e desafogar gargalos do transporte público. Em março deste ano, o Ministério das Cidades autorizou o repasse para o projeto executivo do CCO, que havia sido anunciado em 2013, pela então presidente Dilma Rousseff, e só foi liberado neste ano graças ao trabalho do Consórcio para destravar o repasse por meio de tratativas junto à pasta.

Por procedimento, os repasses, realizados periodicamente pela Caixa Econômica Federal, são divulgados no Diário Oficial da União e em jornais de grande circulação locais.


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Campanha em prol da APAE é apadrinhada por Péricles

Da Redação

O sonho, considerado um dos carro-chefe da Padaria Brasileira, é mais uma vez o pãozinho doce e fofo para ter parte da verba revertida em doação para a APAE Santo André e o padrinho da ação este ano é o cantor andreense Péricles. A loja matriz recebeu ontem (16) o artista e as crianças da entidade para marcar o início da 7ª edição da campanha "Alimente esse Sonho".

Andreense Péricles é padrinho da campanha
"Alimente Esse Sonho", da Padaria Brasileira | Foto: Arquivo
Até 30 de outubro os clientes também podem participar da campanha comprando sonhos e ajudando a divulgar em suas redes sociais a hashtag #alimenteessesonho. Ao comprar o pacote com 10 unidades (R$ 12) no sabor de creme, doce de leite ou brigadeiro de leite, o valor de R$ 3 é automaticamente revertido para a entidade.

A escolha do produto "sonho" surgiu no primeiro ano da campanha por ser um dos itens mais comercializados em toda a rede e só em 2017 foram mais de 116 mil sonhos vendidos, conta o diretor da Padaria Brasileira, Antonio Henrique Afonso Junior. "Nossa meta é que este ano a contribuição seja ainda maior com a participação de artistas e atletas da região e a mobilização das redes sociais", explica.

A instituição, sem fins lucrativos, há 54 anos presta assistência nas áreas de educação, saúde e assistência social a portadores de deficiência intelectual e múltipla, assim como a seus familiares e tutores, buscando promover amparo e inclusão. São centenas de pessoas, sendo 294 assistidos diretamente, de todas as idades, além de tutores, familiares e apoiadores.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

Direita andreense também se mobiliza e convoca manifestação

Por Vitor Lima

Além do ato contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), Santo André receberá, também no próximo domingo (21), a manifestação "Todos contra o PT! Ato pelo Brasil", em apoio ao candidato da extrema-direita, às 10h, no Paço Municipal da cidade, no Centro.

Arte: Reprodução
A manifestação foi convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Na descrição do evento no Facebook (que pode ser acessado aqui), os organizadores alertam para o "risco da volta da esquerda ao Planalto e também no Estado de São Paulo". O texto ainda clama para todos irem de verde e amarelo "a favor da direita e do Brasil".


Santo André recebe ato cultural contra Bolsonaro

Por Vitor Lima

No próximo domingo (21), Santo André receberá o ato “Resistência ao Retrocesso”, em frente a Escola Estadual Américo Brasiliense (na Praça Quarto Centenário, no Centro), das 10h às 19h. Na ocasião, diversos artistas e grupos farão apresentações culturais gratuitas em “defesa da democracia”.
Arte: Divulgação

Um dos organizadores, Edson José da Silva, explica que a motivação para o ato é o momento político do País e as eleições do próximo dia 28. “Infelizmente caminhamos para um retrocesso inimaginável. Daí a união para contribuir de alguma forma para não eleger o candidato fascista”, comenta, em referência ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Na descrição do evento no Facebook (que pode ser acessado aqui), os organizadores ressaltam que o “outro lado”, representado pelo candidato do PSL, “age com violência e barbárie. Acreditamos que é necessário combater com inteligência e conhecimento”.

Até o momento, estão confirmadas 17 atrações culturais durante o ato – todos os artistas, grupos e coletivos se apresentarão de forma voluntária, em apoio às pautas do ato. Também estão programadas oficinas de arte para crianças.

“É uma satisfação imensa fazer parte desta turma, todos temos o mesmo propósito de contribuir de forma sensata para que o eleitor não eleja o  proliferador de ódio”, afirma Silva.


O novo rosto da política brasileira

Por Cícero Bezerra*

Esta eleição marcada pelas redes sociais e pela velocidade da divulgação das intenções de votos - e que em alguns casos se tornaram impossíveis de serem medidas pelos institutos - trouxe para o cenário político brasileiro 243 parlamentares que exercerão seu primeiro mandato compondo um índice acentuado de renovação.

Seguem alguns que se destacaram:

Joice Hasselmann (PSL) - Segunda candidata mais votada para a Câmara dos Deputados em São Paulo, com mais de um milhão de votos. É jornalista, tem 40 anos, se destacou no Paraná e depois mudou-se para São Paulo seguindo “debaixo do guarda-chuva” do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).
Jovem formada em Harvard teve mais de 200 mil votos em sua primeira eleição | Foto: Reprodução 
Um destaque para a jovem Tabata Amaral (PDT) - Nascida na periferia de São Paulo, formou-se em Ciências Políticas e Astrofísica na Universidade de Harvard. Lançou seu nome e foi eleita.

André Janones (Avante) - Terceiro candidato à Câmara dos Deputados mais votado por Minas Gerais, com 178,6 mil votos, o advogado, de 34 anos, ficou conhecido como voz ativa na greve dos caminhoneiros de 2018, sem, contudo, nunca ter dirigido um caminhão – assim, conclui-se que é alguém que soube aproveitar uma crise social para se promover.

Áurea Carolina (PSOL) - Com bandeiras como o combate ao racismo e em defesa dos direitos das mulheres, foi a quinta deputada mais bem votada, com 162,7 mil votos.

Helio Negão (PSL) - Uma das novidades na Câmara, o candidato mais votado pelo Rio de Janeiro é afilhado de Jair Bolsonaro, e obteve 345.234 votos. Subtenente do Exército, 49 anos, fez várias aparições ao lado do presidenciável.

Flordelis (PSD) - Outra cara nova na bancada do Rio de Janeiro na Câmara, ela é pastora evangélica e cantora gospel. Tem 55 filhos (quatro deles são biológicos) e um instituto que acolhe crianças e adolescentes de rua.

Marcel van Hattem (Novo) - Campeão de votos para a Câmara Federal no Rio Grande do Sul, aos 32 anos é um político crítico da esquerda e que se define como liberal. Aos 18, foi eleito vereador de Dois Irmãos, no Vale do Sinos.

Marlon Santos (PDT) - O médium de 43 anos tem trajetória na política, mas chega pela primeira vez ao Congresso Nacional. Ele já foi deputado estadual do Rio Grande do Sul e prefeito de Cachoeira do Sul, sua cidade natal.

Eduardo Bolsonaro (PSL) – 34 anos, filho de Jair Bolsonaro, foi o deputado federal mais votado de São Paulo e de todo o Brasil. Seu desempenho foi de 1,8 milhão de votos, o mais alto para um candidato a deputado federal na história.

Esse é o rosto plural da nossa representatividade. Cabe agora acompanhar, buscar representatividade, monitorar para que as necessidades reais dos cidadãos sejam atendidas, que leis justas sejam implementadas e que a justiça de Deus prevaleça sobre nossa terra querida e amada, o Brasil.

*Cícero Bezerra é coordenador do curso de Teologia Bíblica Interconfessional do Centro Universitário Internacional Uninter.



segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Nossa Constituição é uma mulher adulta

Por Andréa Tartuce

Neste mês celebramos os 30 anos da promulgação da nossa Constituição Federal, nosso principal símbolo do processo de redemocratização nacional.

Olho para nossa Constituição como quem olha para um adulto crescido e vê a lembrança de um recém-nascido. Três décadas de uma Carta Magna que nasceu em um contexto pós ditadura, cheio de repressão e autoritarismo. Eram tempos mais duros...

Os mais de 20 anos galgados no período de exceção, amargamente testemunhados por cada cidadão da época, inspiraram a produção de uma Constituição mais justa. Todas as dores sofridas precisavam estar prevenidas ali. Talvez por isso ela tenha nascido tão parruda, com tanto peso. A desigualdade social, o fim da tortura, do autoritarismo, a defesa da democracia, tudo estava nela.

Foto: Divulgação
Tratou também de se proteger com cláusulas que dificultavam sua mutilação e por já imaginar o quanto seria atacada, criou as cláusulas pétreas para guardar o que lhe era mais precioso. Boa mãe, escreveu de forma definitiva que “a criança é prioridade absoluta” e positivou uma gama de direitos fundamentais.

Então, em 5 de outubro de 1988, estabeleceu-se a dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa. Queríamos construir uma sociedade livre, justa e solidária.

Como madrinha, a nossa Constituição, também chamada de Carta Cidadã, tinha a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que já havia consolidado a dignidade como inerente a qualquer membro da família humana, em 1948.

Na verdade, sua construção foi um processo aberto onde diversos intérpretes atuaram na construção da pluralidade. Mas trinta anos depois, temo que esta jovem tenha envelhecido mal. Já tivemos mais de 100 Emendas para atender necessidades diversas.

Ouço, a todo o momento, brados pedindo um novo texto Constitucional, pois este está “muito desatualizado”. Será que mudamos tanto assim? Será que, ao contrário do que se tem da sabedoria, os anos não consolidaram nossos valores, mas os modificaram? A dignidade da pessoa humana deve ser relativizada?

Adaptações são bem-vindas, sempre. É preciso se reinventar, mas também é preciso guardar a essência, o que faz de nós um povo, uma Nação. Abandonar o que foi tão custoso alcançar, e pior, o que sequer conseguimos implantar, me parece uma prova de imaturidade, não da Constituição, mas da sociedade ou parte dela.

Será que o tempo nos fez mal? Sopro as velinhas desta amiga que completou seus 30 anos e desejo profundamente que não.

*Andréa Tartuce é advogada, psicopedagoga, mestranda em Direito Acadêmico (Linha "Justiça e o Paradigma da Eficiência"), especialista em Direito Público Global, coordenadora da ESA-Santo André e secretária-geral da OAB Santo André para o triênio 2016-2018.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Instituições religiosas lançam manifesto contra Bolsonaro

Da Redação 

No próximo dia 28, ocorre o segundo turno das eleições para Presidente da República e governadores, em alguns Estados. Na disputa, estão os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Ao longo da sua trajetória política, Bolsonaro fez declarações polêmicas, muitas delas, com conteúdo fascista e preconceituoso, com isso, muitas instituições temem pelo futuro do Brasil, caso ele seja eleito. Abaixo mais um manifesto contra o candidato do PSL.

Fernando Haddad e Manuela D’Ávila recebem o apoio de diversas instituições religiosas | Foto: Reprodução 
“Manifesto inter-religioso contra a barbárie

Nós membros dos movimentos que subscrevem este manifesto, vimos a público neste momento decisivo em que a barbárie desafia a civilização, nos manifestar em nome da democracia.

Somos parte das três religiões monoteístas do mundo. Acreditamos em um Deus de bondade e de amor. Um Deus que ama todas suas criaturas, não importa sua cor ou seu gênero. Ele nos fez à sua semelhança, e nossa diversidade é a prova de um Deus que está em cada um de nós.

Toda vez que a fé foi utilizada para promover a paz, tivemos progresso e convivência pacífica entre os seres humanos. Mas quando utilizaram dela para promover o ódio, tivemos os piores períodos da nossa história.

Não podemos colaborar para que estes tempos sombrios voltem a surgir entre nós. A barbárie que bate a nossa porta não pode entrar.

O Judaísmo trouxe ao mundo a Bíblia Hebraica, o Cristianismo trouxe ao mundo os Evangelhos e o Islã o Alcorão, livros sagrados que orientam o ser humano a um mundo de respeito ao próximo.

Todos aqueles que professam a sua fé em Deus e nos valores éticos e morais do monoteísmo estão conosco a favor da civilização e do direito de todos os seres humanos conviverem em paz e harmonia. Judeus, cristãos e muçulmanos irmanados por um Brasil para todos e contra o obscurantismo.

Possa Nosso Deus único nos proteger, permitindo que o bem vença o mal, o amor e a compaixão vençam o ódio que foi semeado no coração de cidadãos brasileiros e que nos ajude fazendo com que todos retornem a consciência da palavra de Deus, em suas ações!

Por tudo isso nós conclamamos o apoio aos candidatos Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, através do seu voto.

Judeus contra Bolsonaro
Articulação Judaica
Movimento Nossa Voz - SP
Igreja Anglicana Latino Americana - MG
Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
Abrahamicos Unidos - Rio de Janeiro
Mesquita Sumayyah Bint Khayyat – Embu das Artes-SP
Comissão Justiça e Paz – SP
Juprog
Grupo Católico de Oração e Solidariedade Rio Maria-RJ
Cristãos e Cristãs contra o fascismo
Evangélicos pela Justiça
Aliança de "Batistas do Brasil"
Grupo Católico de Oração e Solidariedade Expedito Ribeiro de Souza-RJ”.

Link relacionado:

Banco de sangue em São Caetano precisa de doadores com urgência

Da Redação

Os níveis do banco de sangue de São Caetano estão abaixo do esperado e, por esse motivo, a Prefeitura convida a população para que compareça ao Núcleo Regional de Hemoterapia Dr. Aguinaldo Quaresma (Rua Peri, 361, Bairro Santa Paula), mantido pela Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), de segunda a sábado, das 8h às 12h, para reverter esse quadro.

“Pacientes que estão em tratamento no Centro de Oncologia e no Complexo Hospitalar Municipal dependem desse sangue”, alerta a secretária municipal de Saúde, Regina Maura Zetone. “A adesão de todos é uma união pela vida”.

  Foto: Divulgação/PMSCS
Segundo a enfermeira responsável pelo posto, Joice Caldas, a frequência atual é de, em média, 15 a 20 doadores por dia. “O ideal é até 30 coletas diárias para manter o estoque no nível desejado”, explica.

Procedimento

Na chegada, o doador preenche um formulário com algumas perguntas pessoais, que devem ser respondidas com extrema veracidade para imprimir ainda mais segurança ao procedimento, e são coletadas amostras para fazer a sorologia. Após 30 dias, são disponibilizadas informações como tipo sanguíneo, data para próximas doações e resultado de exames de hepatite (B e C), Aids, HTLV, doença de Chagas e sífilis.

Não é necessário marcar horário para doação, mas terão prioridade de atendimento aqueles que agendarem pelo aplicativo “Time do Sangue”. Para mais informações, o telefone do Núcleo Regional de Hemoterapia Dr. Aguinaldo Quaresma é 4227-1083.

Quem pode doar

Para doar, é preciso ter idade entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, estar em boas condições de saúde, bem alimentado – evitar refeição gordurosa nas três horas que antecedem a coleta - e apresentar documento oficial com foto. Menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais e apresentar cópia do documento de identidade dos adultos. Caso estejam desacompanhados, além dos documentos com foto, é preciso apresentar autorização para doação com firma reconhecida em cartório, que pode ser retirada no posto de coleta ou no site colsan.org.br.

Homens podem doar a cada dois meses, até, no máximo, quatro vezes no período de um ano. Mulheres podem doar a cada três meses, até, no máximo, três vezes no período de um ano.

Quem não pode doar

Segundo o Ministério da Saúde, estão definitivamente impedidas de doar sangue pessoas que tenham passado por quadro de hepatite após os 11 anos de idade, usuários de drogas ilícitas injetáveis e quem já contraiu malária, hepatites B e C, Aids (vírus  HIV), doença de Chagas ou associadas aos vírus HTLV I e II.

Há restrição temporária para quem está com gripe, resfriado ou febre (sete dias após desaparecer os sintomas), gestantes, mulheres em período pós-parto (90 dias para parto normal e 180 dias para cesárea), mulheres em fase de amamentação (até 12 meses após o parto), pessoas que ingeriram bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação, pessoas que fizeram tatuagem e/ou piercing nos últimos seis meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação), extração dentária (72 horas), apendicite, hérnia, amigdalectomia e varizes (três meses), transfusão de sangue (um ano), exames/procedimentos endoscópicos (seis meses), vacinação (tempo variável conforme o tipo de imunização recebida) e ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).



ABC ganha unidade da Universidade São Judas Tadeu

Da Redação

A partir de 2019, São Bernardo do Campo abrigará mais uma reconhecida instituição de ensino superior, a Universidade São Judas Tadeu (USJT), do Grupo Ânima, este será o primeiro campus universitário na região do ABC.  O anuncio foi feito pelo prefeito Orlando Morando, nesta última quarta-feira (10), durante evento realizado no Paço de São Bernardo. A unidade ficará localizada na Avenida Pereira Barreto, próxima ao supermercado Sonda, no bairro Baeta Neves.

A novidade foi anunciada ontem (10) | Foto: Omar Matsumoto/PMSBC
Com investimento de R$ 20 milhões, o novo campus ofertará graduações nas áreas de Saúde, Engenharia, Pedagogia, Educação Física, Administração e Ciências Contábeis, além de cursos tecnológicos na área de Gestão. O início das aulas está previsto para fevereiro do próximo ano. Considerada uma das três melhores universidades privadas do Estado de São Paulo, segundo o Ministério da Educação, a São Judas tem 50 anos de atuação no ensino superior, com tradição e qualidade reconhecidas em todo o País.

"Esta nova unidade será muito importante para a cidade em três aspectos: além de ser mais um equipamento de Educação, trazendo mais opções para quem busca uma graduação, será uma oportunidade de ocupação deste prédio, que hoje não tem vocação. Também é uma atividade que gera ISS (Imposto sobre serviços), que é um tributo muito importante para a saúde financeira do município.", destaca Morando.

 De acordo com o chefe do Executivo, a Prefeitura efetuará estudo sobre trânsito e transporte público para atender a nova demanda de estudantes no local. A unidade terá capacidade para receber cerca de 5 mil alunos por período.

A reitora da USJT, Denise Campos, ressaltou o processo de expansão da universidade. "Estamos em processo de expansão e São Bernardo foi escolhida a dedo, dentro de critérios como capacidade, retorno para a população, potencial financeiro, econômico, cultural e educacional. Hoje, pedimos licença para entrar na cidade, com objetivo de desenvolvê-la, trazer riqueza intelectual à população e gerar empregos", afirma.

A cerimônia também contou com presença da diretora da nova unidade, Maurília Veloso Soares, e da secretária de Educação de São Bernardo, Silvia Donnini.

Vestibular As inscrições para os cursos de graduação na unidade de São Bernardo já estão abertas. Para participar do processo seletivo e obter mais detalhes clique aqui. A prova será aplicada no próximo dia 20. A instituição também oferece bolsas de estudo.


Professor brasileiro quer aprender, aponta pesquisa

Da Redação

A pesquisa Profissão Professor conduzida pelo movimento Todos pela Educação, com mais de 2 mil professores brasileiros de educação básica e ensino médio, em junho de 2018, aponta que 69% dos educadores defendem que dar mais oportunidades de qualificação aos docentes que estão na ativa é a medida mais eficaz para a valorização da profissão pela sociedade; 67% dos entrevistados destacam o envolver e escutar os educadores nos debates públicos e nas decisões políticas educacionais. Em suma, a qualificação e escuta, na opinião dos professores, podem levar à valorização da atividade; restaurar a autoridade frente aos alunos e pais, e melhorar remuneração aparecem em segunda posição com, respectivamente, 64% e 62%.

Cerca de 67% dos docentes destacam a necessidade de envolver e escutar os educadores nos debates públicos sobre a Educação | Foto: Freepik
Um outro dado mostrado pela pesquisa – que reforça a percepção da importância dada aos temas que envolvem a formação do docente – mostra que 82% valorizam o apoio ao conhecimento sobre didáticas específicas da disciplina; 81% o conhecimento prático sobre como planejar as aulas; 77% conhecimento sobre teorias de aprendizado (como o aluno aprende); e 78% conhecimento sobre gestão de sala de aula.

Com isso, os resultados mostram que o professor quer aprender. Um dos maiores desafios é criar um ambiente propício para que esse aprendizado aconteça, sobretudo diante da escassez de tempo. No Brasil, os docentes utilizam 12% da carga horária para administrar tarefas operacionais – corrigir exercícios e provas, preencher listas e tabelas, elaborar e revisar planejamento, calcular notas –; 20% é usado para manter a disciplina na sala de aula; e somente 67% é dedicado ao ensino e aprendizagem propriamente dita.

Apoio ao aprendizado do professor
Com a experiência de atuar em mais de 5 mil escolas públicas e privadas, a Geekie, empresa que é referência em educação com apoio de inovação no Brasil e no mundo, atua com a certeza de que a tecnologia a serviço da educação se torna mais poderosa quando está nas mãos, também, dos professores.

Para o mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie, Claudio Sassaki, auxiliar o professor nessa busca por aprimoramento profissional extrapola a visão sobre a capacitação para o uso de ferramentas tecnológicas.

“Com avanços tecnológicos exponenciais, o desafio é direcioná-los para levarmos a educação a um novo patamar. E não devemos excluir o professor e a educação continuada desse docente nessa equação. Um computador nas mãos dos professores, por exemplo, elevou a notas dos alunos brasileiros no PISA em 2,7 pontos”, analisa  Sassaki.

A parceria da Geekie com os professores lança um olhar para o futuro da escola, explorando maneiras de aprofundar o envolvimento do aluno, despertar o desejo de pensar de forma crítica e criativa – e auxiliar o docente nesse processo.



Mauro Maria apresenta a exposição "Olhares" no ABC

Por Vitor Lima

O artista plástico Mauro Maria apresenta a exposição “Olhares”, na loja Florense ABC, em Santo André. A mostra reúne esculturas figurativas (de elementos da natureza a anjos, por exemplo) e abstratas, que se misturam entre peças à venda e de acervo pessoal.

Exposição do artista plástico Mauro Maria
pode ser visitada até 14 de novembro |  Foto: Divulgação
Todas as obras da exposição usam o ferro como matéria-prima, especialidade do artista. “O material predileto e base de todas esculturas é o ferro. Mas tenho obras que mesclo o ferro com outros materiais, como resina, madeira, couro e borracha. Às vezes, crio um desafio onde preciso encaixar outro material (na peça). Coisa de artista”, conta.

Começo inusitado

A trajetória artística de Mauro Maria começou há quase 30 anos. Quando jovem, ainda aos 18 anos, o artista iniciou sua carreira como modelo e ator. Participou de desfiles de moda, campanhas de propaganda e atuou no teatro, entre outras atividades.
Peça "Touro" | Foto: Divulgação
No entanto, foi aos 24 anos, por um motivo inusitado que, hoje, o experiente artista encontrou sua vertente preferida no mundo das artes.

O próprio conta: “Passava por um momento de dificuldade financeira e precisava presentear minha namorada. Desmontei um transformador por curiosidade e me veio a ideia de executar uma escultura de bailarina, porque ela dançava balé e estava se apresentando num espetáculo. Procurei representar os movimentos e leveza da bailarina.  Coloquei em uma caixa e deixei na porta de sua casa com um cartão”, recorda.

A criatividade e o romantismo do artista agradaram: o namoro virou casamento e rendeu dois filhos.


Peça "Pássaros" | Foto: Divulgação



Tudo pode gerar arte

O processo criativo dos artistas, em geral, são muito particulares. No caso de Mauro Maria, ele acredita que a vivência anterior em outras modalidades artísticas contribuem para a elaboração de suas obras. O acumulo de informações, sobre diversos assuntos, “pesquisa, atenção e observação” também são outros elementos citados pelo expositor. “Cada canto pode te trazer uma ideia, uma inspiração”, explica.

A sensibilidade de Mauro Maria e seus “Olhares” podem ser visitados, gratuitamente, até 14 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 10h às 15h. A Florense ABC fica na Rua das Figueiras, 1114, no bairro Jardim, em Santo André.








quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Stocco promove Olimpíada de Matemática aberta ao público

Da Redação

Em 27 de outubro, ocorre a 30ª Olimpíada de Matemática do Colégio Stocco, em Santo André. A atividade, marcada para às 9h, é aberta ao público em geral. Para participar é necessário realizar a inscrição, até 14 de outubro, por aqui.

Prova será em 27 de outubro; inscrições até dia 14  | Foto: Reprodução

O colégio (localizado na Avenida Padre Anchieta, 146, no bairro Jardim) possui longa tradição nos desafios matemáticos. O ensino da matéria, aliás, é um dos diferenciais da instituição. "Centramos nosso trabalho no desenvolvimento da capacidade dos estudantes de resolver problemas e aplicar os conteúdos matemáticos em situações do cotidiano, dando significado ao que é aprendido", esclarece a direção da escola.

A qualidade do método de ensino da escola é comprovada nas diversas competições sobre a matéria que os alunos participam. "Há muito tempo, o colégio participa de competições externas, como Olimpíada Canguru de Matemática Brasil, Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas, Olimpíada de Matemática do Grande ABC e Olimpíada Paulista de Matemática, entre outras; em todas, temos obtidos excelentes resultados, com vários estudantes sendo premiados com medalhas de ouro, prata e bronze, além de várias menções honrosas".

Neste ano, a escola foi convidada a participar da International Young Mathematicians Convention (IYMC 2018), entre 2 e 5 de dezembro, em Lucknow, na Índia. O convite surgiu em virtude dos resultados obtidos pelos alunos da instituição na Olimpíada Internacional de Matemática sem Fronteiras.


Desistência de buscar empregos é maior entre as mulheres, aponta pesquisa

Da Redação

O Brasil atingiu número recorde de desalentados (trabalhadores que estão desempregados, mas desistiram de procurar uma vaga), conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto deste ano. De acordo com o estudo, o Brasil já conta com 4,8 milhões de pessoas que abandonaram a busca por emprego por acreditarem que não vão encontrar vagas disponíveis, referentes ao segundo trimestre de 2018, os dados mostram também que a recessão atinge as mulheres com maior intensidade. Dentre os desalentados, 54% são do sexo feminino.

Para mudar esse cenário, a professora Ana Paula sugere uma mudança na cultura empresarial brasileira | Foto: divulgação
Apesar das mudanças culturais, o cenário do mercado de trabalho para as mulheres persiste. Elas continuam tendo menos oportunidades do que os homens. A situação, muitas vezes, força a tomada de novas atitudes, conforme explica a psicoterapeuta e docente do curso de Gestão de Pessoas do Centro Universitário Internacional Uninter, Ana Paula Escorsin. “É muito comum que, diante dessas situações, elas acabem optando por retornar ao lar para cuidar da casa e dos filhos”.

Além da opção financeira por corte de gastos, a professora explica que o fator cultural ainda representa um forte impedimento para a entrada da mulher no mercado de trabalho. Alguns empregadores desconsideram contratar uma mulher por considerá-la menos capaz ou disponível do que um homem, principalmente quando tem filhos.

 “A empresa tende a pensar logo em faltas e baixa produtividade, mas não em ampliar sua carteira de benefícios com creche, flexibilidade de horário, entre outros benefícios para o funcionário”, pontua a professora.

Outra forma de desmerecimento do trabalho das mulheres é demonstrada pelos salários. Também segundo dados do IBGE, entre 2012 e 2016 as mulheres ganhavam 75% do salário dos homens pela mesma função exercida (Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil).

Para mudar esse cenário, a professora sugere uma mudança na cultura empresarial brasileira. “É necessário melhorar a capacitação dos dirigentes para que compreendam que seus estabelecimentos são constituídos por pessoas e não apenas por máquinas”, defende.

Mulheres chefiam os lares
Mesmo com mais empecilhos na busca por emprego, o contingente de lares em que as mulheres tomam as principais decisões mais do que dobrou em 14 anos. Passou de 14,1 milhões, em 2001, para 28,9 milhões, em 2015, o que representa alta de 105%, segundo estudo coordenado pela Escola Nacional de Seguros. Por isso, é importante a mudança no cenário empregatício.



terça-feira, 9 de outubro de 2018

Prefeitos tucanos do ABC batem cabeça em relação a Alckmin

Por Vitor Lima

Os prefeitos de Santo André e São Caetano do Sul, Paulo Serra e José Auricchio, respectivamente, saíram em defesa de Geraldo Alckmin, candidato derrotado na disputa presidencial do último domingo (7). Todos são do PSDB. Em nota divulgada à imprensa, os prefeitos do ABC pregaram cautela sob o argumento de que "não é o momento de acharmos culpados".

Alckmin, que é presidente nacional do partido, sofreu uma derrota significativa e ficou apenas na quarta colocação nas eleições para à Presidência. Parte do tucanato defende que o ex-governador entregue o cargo.
Principais lideranças tucanas no ABC divergem sobre futuro de Alckmin; Morando se isola.
Da esquerda para a direita: Morando, Alckmin, Auricchio e Serra | Foto: Arquivo

O documento afirma que a "história fará justiça" ao candidato e prega o "integral apoio e solidariedade" ao presidente do partido. "Defendemos a permanência de Geraldo Alckmin na Presidência nacional do PSDB", ressaltam em outro trecho.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, também do PSDB, não assina a nota. Publicamente, ele já criticou o desempenho de Alckmin e do partido nas eleições presidenciais.

Grupo rachado

Embora Morando e Serra tenham subido juntos em palanques durante a última campanha eleitoral, informações dão conta que o clima entre os dois não é dos melhores - já há algum tempo.

O racha é mais claro entre Morando e Auricchio. O tucano de São Caetano do Sul elegeu seu filho, Thiago Auricchio (PR), deputado estadual no último domingo. Em São Bernardo do Campo, Morando também obteve vitória, ao eleger a esposa, Carla Morando (PSDB), para o mesmo cargo.

Contudo, o descompasso entre os dois fica nítido ao observamos a disputa a deputado federal. Morando apoiou Fabio Palacio ao cargo, inimigo político do clã de Auricchio em São Caetano do Sul. Os dois disputaram a Prefeitura da cidade em 2016 - e, ao que tudo indica, disputarão novamente em 2020.

Auricchio, por sua vez, acertou todos os pontos para uma dobrada bem-sucedida entre seu filho e Alex Manente (PPS), que foi reeleito deputado federal. Manente é inimigo histórico de Morando em São Bernardo.

Vereadores da base de Auricchio chegaram a pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação de Palacio como secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, com claros objetivos de prejudicar sua candidatura à Câmara Federal. Palacio ocupou o cargo por, aproximadamente, dois anos por indicação de Morando, que é o presidente do órgão.

Abaixo, confira a nota divulgada por Auricchio e Serra em defesa de Alckmin:

"Nota oficial sobre Geraldo Alckmin na Presidência do PSDB nacional

Passadas apenas 48 horas do resultado das eleições, não é o momento de acharmos culpados e, muito menos, expor negativamente em praça pública nossos principais líderes.

O momento é de reflexão e de buscar entender o recado dado pela sociedade brasileira, cidadãos e cidadãs do nosso País.

Um partido político não se constrói do dia para noite, e, suas lideranças, que foram vitoriosas até aqui, não podem ser descartadas diante de um insucesso eleitoral.

Temos certeza que a história fará justiça ao nosso sempre governador Geraldo Alckmin, que pelos valorosos serviços prestados até aqui, conta com nosso integral apoio e solidariedade.

E justamente por não acreditarmos em extremismos e soluções simples para problemas complexos, é que defendemos a permanência de Geraldo Alckmin na Presidência Nacional do PSDB, para que, internamente, com sua experiência possamos fazer nossa autocrítica e, unidos, oferecermos novamente ao Brasil uma alternativa exitosa de boas práticas em políticas públicas.

Paulo Serra – Prefeito de Santo André

José Auricchio Junior – Prefeito de São Caetano do Sul"