quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Futuro da alimentação é discutido em evento

Da Redação 

A população mundial passa por um grande desafio em relação ao sistema alimentar. A forma como o mundo produz, consome e desperdiça alimentos não é mais sustentável. Ao mesmo tempo em que são produzidos alimentos suficientes para alimentar toda a população, cerca de 1/3 das pessoas enfrenta alguma forma de má nutrição. Soma-se a este cenário alguns estudos que indicam que o futuro da alimentação está diretamente conectado às mudanças climáticas e seus impactos chegarão mais cedo do que é esperado. Consciente do importante papel da indústria no sistema alimentar, a Unilever participou, nesta última terça (27), do encontro realizado pela organização científica International Life Sciences Institute (ILSI), que teve como objetivo discutir o futuro da alimentação.

Cerca de 30% da produção total de alimentos é desperdiçada | Foto: reprodução
Na ocasião, a cientista global de nutrição e saúde da Unilever, Sheila Wiseman, compartilhou suas experiências, conhecimentos e alguns estudos sobre dietas sustentáveis. Destacou, ainda, a importância de repensar os padrões alimentares atuais, os desafios e caminhos para o futuro do alimento e ressaltou dados recém divulgados pelas publicações The Lancet e The Nature e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, órgão das Nações Unidas para assunto) que reforçam a urgência do tema.

Alguns dados apresentados por Sheila:

• Cerca de 30% da produção total de alimentos é desperdiçada.
• 800 milhões de pessoas, principalmente em países em desenvolvimento, ainda não recebem alimentação suficiente.
• 2 bilhões de pessoas sofrem deficiências de vitaminas ou minerais essenciais.
• Ao mesmo tempo, e frequentemente entre as mesmas pessoas ou famílias, taxas de obesidade têm atingido proporções epidêmicas, com mais de 2 bilhões de pessoas acima do peso ou obesas.
• É preciso limitar o aquecimento do planeta em 1,5°C para minimizar consequências profundas para a saúde e o bem-estar da humanidade. Isso só será possível com o desenvolvimento de novas tecnologias e mudanças no estilo de vida, desde as fontes energéticas que utilizamos aos alimentos que consumimos.
• O atual sistema de alimentação global contribui com aproximadamente 25% das emissões de gases de efeito de estufa geradas pelos humanos (em comparação aos 14% do setor dos transportes).
• A produção pecuária contribui com mais da metade das emissões de gases de efeito estufa do setor agrícola, devido às emissões diretas e ao custo ambiental da produção de ração animal.

Segundo a cientista da Unilever, a transformação do sistema de alimentação global é urgentemente necessária para manter o aquecimento global dentro do limite. Ela demandará produção mais eficiente, redução significativa do desperdício, mudanças na dieta em países de alta e média renda (incluindo o Brasil) para padrões mais baseados em alimentos de origem vegetal, além da indústria de alimentos como agente transformador.

O evento contou ainda com a participação da médica Núbia Chaim, da Associação Prato Cheio, que compartilhou a experiência da entidade no consumo responsável de alimentos. Sob mediação do médico Mauro Fisberg (Instituto Pensi), Sheila e Núbia participaram de um debate no qual discutiram o impacto da produção de alimentos orgânicos no meio ambiente, o impacto na saúde de dietas baseadas fundamentalmente em alimentos de origem vegetal, caminhos para a indústria de alimentos evitar o desperdício (doação de produtos e comercialização de alimentos esteticamente "feios"), movimentos da indústria de alimentos para fomentar a nutrição sustentável, entre outros assuntos.

Com isso, a Unilever reconhece sua responsabilidade diante do cenário desafiador e trabalha constantemente para a melhoria contínua das práticas agrícolas para equilibrar as necessidades das pessoas, do planeta e do negócio.



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