sexta-feira, 29 de setembro de 2017
Entidades recebem homenagem na Assembleia Legislativa
A Associação dos Amigos da Policia Militar do ABC – AAPM, se fez presente por meio de seu diretor social João Carolino Ramos, representando o presidente da entidade Marigildo Fabretti, em cerimônia de homenagem às entidades relacionadas à Polícia Militar de São Paulo.
Shopping ABC recebe Loja Solidária
Da Redação
O prefeito Paulo Serra e a primeira-dama e presidente do Núcleo de Inovação Social e do Fundo Social de Solidariedade de Santo André, Ana Carolina Barreto Serra, inauguraram na noite desta quinta-feira (28) a Loja Solidária no Shopping ABC. O espaço permanecerá aberto diariamente para receber diversos tipos de doações, entre elas, roupas e calçados de todos os tamanhos, cobertores, acessórios, material de limpeza e higiene, alimentos não perecíveis, brinquedos, livros, ração e produtos para animais. O espaço também poderá receber pilhas usadas, celulares e itens que não podem ser descartados em lixo comum, que serão recolhidos pelo Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) para o descarte correto.
Inauguração contou com a presença da primeira-dama, Ana Carolina, e do prefeito Paulo Serra | Foto: Alex Cavanha |
“O munícipe às vezes quer ajudar e não sabe como, então tivemos essa ideia e conversamos com o shopping, que é um lugar de passagem e lazer, onde as pessoas geralmente vêm de carro e podem deixar sua doação. Será a única loja em que você vai sair de mãos vazias e coração aquecido”, explica a primeira-dama Ana Carolina Barreto Serra.
A ação, em parceria com o Shopping ABC, tem como objetivo estimular a sociedade a exercitar a solidariedade, doando itens que não utilizam mais, desde que estejam em condições de uso. A arrecadação será distribuída para instituições, abrigos, creches, hospitais e comunidades do município, conforme a necessidade. A loja contará com armários e caixas para receber as doações, que serão recolhidas pelo Núcleo de Inovação Social uma vez por semana ou conforme demanda, além de prateleiras, cabines e manequins. Toda a arrecadação ficará na loja, e pode ser recebida durante o horário de funcionamento do shopping, que além de ceder o espaço cuidará de toda a segurança.
“A inauguração de hoje é muito especial por causa da inovação, pela ideia original e diferente. É a primeira cidade do Brasil que se instala em um shopping com esse tipo de equipamento. Tenho certeza que vai ser um grande sucesso. Santo André novamente sendo referência em políticas públicas inovadoras”, afirma o prefeito Paulo Serra. “Nós, à frente do Núcleo de Inovação Social, estamos trabalhando para fazer algo de diferente na cidade. Resgatamos o Banco de Alimentos, que havia sido encerrado em outubro do ano passado, arrecadamos mais de 100 toneladas de alimentos, fizemos a campanha do agasalho com arrecadação recorde de mais de 150 mil unidades, entre outras diversas ações”, complementa a primeira-dama Ana Carolina Barreto Serra.
Loja Escola
Além da Loja Solidária, outro espaço começou a funcionar nesta quinta-feira (28) no Shopping ABC, a Loja Escola, um ambiente projetado por alunos do Senac, no qual serão ministrados treinamentos aos lojistas do shopping, além de poder ser utilizado como coworking pelos clientes. O prefeito Paulo Serra e a primeira-dama Ana Carolina Barreto Serra também participaram da abertura do espaço.
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Procon orienta consumidores sobre a greve dos Correios
Da Redação
Em decorrência da greve dos funcionários dos Correios, a Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do governo do estado de São Paulo, elenca algumas orientações importantes para o consumidor se precaver:
- O consumidor que contratar serviços dos Correios, como a entrega de encomendas e documentos, e estes não foram prestados, tem direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago. Nos casos de danos morais ou materiais pela falta da prestação do serviço, cabe também a indenização por meio da Justiça.
- Em casos de ter adquirido produtos de empresas que fazem a entrega pelos Correios, essas são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues ao consumidor no prazo contratado.
- Empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet, sede da empresa, depósito bancário, entre outras.
- Não receber a fatura, boleto bancário ou qualquer outra cobrança, que saiba ser devedor, não isenta o consumidor de efetuar o pagamento. Se não receber boletos bancários e faturas, por conta da greve, o consumidor deverá entrar em contato com a empresa credora, antes do vencimento, e solicitar outra opção de pagamento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos, negativação do nome no mercado ou ter cancelamentos de serviços.
O consumidor que tiver dúvidas ou quiser fazer uma reclamação, pode procurar o Procon de sua cidade. Veja aqui os canais de atendimento da Fundação Procon-SP.
Santo André promove primeira troca de brinquedos
Da Redação
No mês das crianças, o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) e a Prefeitura de Santo André realizam uma ação inédita na cidade: a 1ª Feira de Troca de Brinquedos. A atividade é uma maneira divertida e inovadora de repensar e transmitir aos pequenos os valores sobre consumo e consumismo, e como estes atos podem afetar também o meio ambiente em que vivemos, enfatizando que trocar pode ser mais divertido do que comprar.
Evento ocorre no próximo dia 8 | Foto: Divulgação |
Com o tema ‘Educar para a Sustentabilidade’, a Feira vai acontecer no domingo, dia 8, no Parque Central, das 10h às 16h. A atividade é gratuita e crianças de todas as idades poderão participar.
O espaço vai contar com monitores preparados para orientar pais e filhos sobre a sistemática da feira, que visa a troca de brinquedos em bom estado entre os participantes. A autonomia das crianças é fundamental para que todo o processo seja mais bem sucedido. Haverá também contação de histórias e animação com palhaços.
A equipe de educação ambiental do Semasa e a Prefeitura estudam transformar a Feira de Troca de Brinquedos em um evento anual, presente no calendário de atividades da cidade. A iniciativa é uma das ferramentas para conscientizar o público sobre a temática de consumo X consumismo, principalmente nesta época, que antecede o Dia das Crianças.
Doações
Além da troca, será possível doar brinquedos e livros infantis novos ou em bom estado, em uma caixa da campanha do Fundo Social de Solidariedade de Santo André que também estará à disposição no Parque Central. A arrecadação será doada para entidades sociais e hospitais do município. As caixas também estão disponíveis em outros pontos da cidade, como o 1º andar do prédio Executivo da Prefeitura, no Paço Municipal e o Parque Patati Patata Circo Show, no estacionamento do Grand Plaza Shopping.
Serviço
O que? 1ª Feira de Troca de Brinquedos
Quando? Dia 8/10, das 10h às 16h
Onde? No Parque Central de Santo André (R. José Bonifácio – Vila Assunção)
Gratuito
Manutenção da Sabesp provoca problemas de abastecimento em Santo André
Da Redação
Uma manutenção da Sabesp que começa no próximo sábado (30) na Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande e no reservatório Paraíso deve provocar intermitência no abastecimento de água nos bairros abastecidos pelos reservatórios Paraíso e também Vila Vitória.
Manutenções ocorrerão neste fim de semana | Foto: Divulgação/Sabesp |
Segundo a Sabesp, serão trocados filtros e válvulas da ETA Rio Grande, além do relé (interruptor/dispositivo eletromecânico) de uma cabine primária de energia elétrica. Já no reservatório Paraíso a Sabesp vai executar o reparo em um vazamento que está ocorrendo na válvula de entrada de água do equipamento.
De acordo com a companhia estadual, os trabalhos começam às 19h do sábado (30) e terminam por volta das 3h de domingo (1º), mas a normalização do abastecimento está prevista para ocorrer apenas durante a noite de domingo.
O Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) orienta os usuários a economizar e fazer uso racional da água.
Confira os bairros afetados em Santo André:
Bairro Paraíso, Bairro Silveira, Centro, Jardim Alvorada, Jardim Bom Pastor, Jardim Cristiane, Jardim Irene, Jardim Jamaica, Jardim Las Vegas, Jardim Milena, Jardim Oriental, Jardim Primavera, Jardim Santa Cristina, Jardim Stella, Jardim Teles de Menezes, Pinheirinho, Sítio dos Vianas, Vila Alice, Vila Alzira, Vila Assunção, Vila Floresta, Vila Gilda, Vila Helena, Vila Linda, Vila Lutécia, Vila Luzita, Vila Marina, Vila Pires, Vila Príncipe de Gales, Vila Scarpelli, Vila Tibiriçá e Vila Valparaíso.
CDHU anuncia obras de urbanização do Jardim Santo André
Da Redação
Ontem, (27) o secretário Rodrigo Garcia anunciou a autorização de recursos pelo governador Geraldo Alckmin no valor de R$ 38 milhões para as obras de urbanização e regularização do Jardim Santo André, na cidade de Santo André. As obras da nova etapa, já iniciadas, devem ser concluídas nos próximos doze meses e beneficiarão 600 famílias do núcleo Cruzado, da gleba 5. Com a conclusão da obra virá a regularização fundiária e, por fim, a comercialização dos lotes junto às famílias atendidas.
Prefeito Paulo Serra, secretários municipais e Rodrigo Garcia estiveram no local | Foto: Ricardo Trida |
A urbanização do Jardim Santo André já construiu 3.265 moradias e beneficiou outras 980 famílias com obras de infraestrutura, urbanização, e eliminação de áreas e risco. Também foi construído um batalhão da Polícia Militar, além da realização de serviços de recuperação ambiental.
“Nos últimos anos, foram investidos mais de R$ 560 milhões em obras de habitação e de infraestrutura, como esgotamento sanitário e novas vias públicas”, lembra o secretário. “Nesta etapa, são 38 milhões de reais para que a gente consiga avançar com a urbanização”, completa.
O secretário fez a visita às obras acompanhado pelo prefeito Paulo Serra, o vice Luiz Zacarias, o presidente da câmara municipal Almir Cicote e o secretário municipal da habitação Fernando Marangoni. Além das autoridades, diretores e superintendes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) também participaram do encontro. “Essa visita veio em um momento oportuno para mostrarmos a integração da prefeitura de Santo André com o governo do Estado de São Paulo e nosso comprometimento com a continuidade do trabalho de urbanização aqui no Jardim Santo André”, conclui o secretário.
Sobre o Jardim Santo André
O bairro, localizado na região sul do município de Santo André, faz divisa com área de proteção aos mananciais da Bacia Billings e com o Parque Municipal Pedroso. Em 1977, a CDHU adquiriu uma área composta por seis glebas, com uma área total de aproximadamente 1.470.000 metros quadrados. Na década de 1980, a área sofreu um intenso processo de ocupação irregular gerando um complexo de seis favelas denominadas: Toledanos, Lamartine, Dominicanos, Cruzados, Missionários e Campineiros que somam um pouco mais de 9 mil famílias.
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Comando da PM no ABC recebe imagem de Nossa Sra Aparecida
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul no ano de 1717, portanto neste ano a aparição da imagem completará 300 anos e em comemoração à data, o Santuário Nacional de Aparecida promove o Jubileu “300 anos de bênçãos”.
Durante a peregrinação, serão colhidas porções de terra das capitais brasileiras para compor uma coroa especial para Nossa Senhora Aparecida.
Especialistas consideram novo sistema de cadastro positivo abusivo ao consumidor
Da Redação
Hoje (27), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal pode votar o PLS 212/2017. Proposto pelo senador Dalírio Beber (PSDB/SC) e com parecer favorável pelo Senador Armando Monteiro (PTB/PE), o projeto visa alterar as leis de Sigilo Bancário (Lei Complementar 105/2001) e Cadastro Positivo (Lei 12.414/2011). Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), tais mudanças são abusivas e desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Em carta enviada aos senadores que compõem a Comissão, o Instituto manifestou posicionamento contrário às mudanças previstas, que incluem, por exemplo, a dispensa de autorização prévia do consumidor no cadastro positivo e compartilhamento de suas informações cadastrais com outros bancos de dados.
Para o advogado do Idec, Rafael Zanatta, a eliminação do consentimento informado, previsto anteriormente, representa grave retrocesso aos direitos do consumidor. “Desde que foi criado, a adesão ao cadastro depende de autorização expressa, garantindo seu direito de escolha. Com a suspensão desse princípio, o novo sistema de cadastro positivo viola o artigo 43 do CDC e se torna abusivo na coleta de dados pessoais”, explica.
Outro ponto criticado pelo Instituto é a modificação do regime de responsabilidade civil dos gestores de bancos de dados, que elimina a responsabilidade solidária entre eles em caso de danos causados por um dos agentes na cadeia de fornecedores de serviços.
“Os bancos de dados são mantidos por empresas privadas que disponibilizam informações dos consumidores aos fornecedores de crédito. Por isso, ambos devem ter responsabilidade pelo tratamento dessas informações. Além disso, é preciso que haja uma regulação para fiscalizar e garantir o uso dos dados com a finalidade específica do crédito”, finaliza o advogado.
Usuário ganha desconto para quitar dívida com o Semasa
Da Redação
Começa a vigorar hoje (27) o Renegocia Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), programa que concede descontos de até 100% nos juros e multas e parcelamentos de até 36 vezes para usuários - pessoas físicas ou jurídicas - que tenham dívidas com a autarquia contraídas até 30 de junho de 2017.
Foto: Divulgação |
Aprovado pela Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito Paulo Serra, o Renegocia Semasa permite colocar em dia dívidas com a autarquia de origem tributária, como taxas, e não tributárias, como tarifas (água e esgoto) e outros débitos.
O benefício de 100% de desconto nos juros e multas será concedido a quem optar por parcelar em até 3 vezes o seu débito com o Semasa. Há ainda, no entanto, outras faixas de benefício: 75% de desconto para quem parcelar entre 4 e 12 vezes; de 50% para 13 a 24 parcelas; e de 25% para parcelamentos de 25 a 36 vezes.
O valor das parcelas não poderá ser inferior a 20 FMPs (Fator Monetário Padrão), que corresponde a R$ 75,16. No caso de parcelamento de 4 a 36 vezes, há aplicação de taxa de juros remuneratórios entre 0,5% e 0,7% ao mês.
Interessados em aderir ao programa tem até 29 de dezembro de 2017 para procurar um dos cinco postos de atendimento do Semasa.
Os documentos necessários são:
Pessoa jurídica
· cópia dos atos constitutivos da empresa e alterações no caso de o contribuinte constituir-se pessoa jurídica
· cópia do CNPJ
Pessoa física
· cópia de documento de identidade
· cópia do CPF
Pessoa física e jurídica
terça-feira, 26 de setembro de 2017
75% dos reajustes em planos coletivos são considerados abusivos pelo Judiciário, aponta Idec
Da Redação
Nesta terça-feira (26), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lança uma pesquisa que analisou decisões de tribunais de segunda instância de dez estados do País e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferidas entre 2013 a 2017.
Segundo o levantamento, 75% dos consumidores que entram na Justiça questionando o aumento, conseguem suspender o reajuste. Desses, pouco mais da metade (56%) recebeu de volta o valor pago a mais (com aplicação do índice da ANS ou outro indicado pelo Poder Judiciário, como o IPCA), e 26% tiveram a suspensão dada em primeira instância, não precisando ser ressarcidos. Em média, os reajustes contestados judicialmente são de 89%, um percentual considerado absurdo pelo Instituto.
Foto: Reprodução |
Para a advogada e pesquisadora em saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete, a judicialização é a única saída encontrada pelos usuários diante do abuso cometido pelas empresas. “O estudo indica que, apesar de a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ter sido criada para regular todo o mercado de saúde privada, ela, na prática, estabelece regras de reajuste apenas para uma pequena parcela dos planos. E, ainda assim, há vários anos, essas regras têm autorizado aumentos muito acima da inflação, comprometendo a capacidade de pagamento do consumidor”, afirma Navarrete.
A pesquisa concluiu ainda que, na maioria dos casos levados à Justiça, são detectadas abusividades nos reajustes praticados, abusividades essas que passaram pelo monitoramento da agência reguladora. A advogada reforça que “boa parte dessas decisões afastou o reajuste por entender que não foram provadas as razões do aumento ou a clareza das regras contratuais, e isso demonstra um grave problema regulatório”.
Além desses problemas, avança no Congresso uma proposta que pode afrouxar ainda mais a legislação do setor. Uma comissão especial criada na Câmara dos Deputados discute a reforma da Lei de Planos de Saúde (Lei no 9.056/1998), que pode desregular até mesmo os reajustes dos planos individuais.
Moradores do ABC podem pagar quanto desejam em novos hotéis de São Bernardo do Campo
Da Redação
Neste mês, a AccorHotels inaugurou o complexo hoteleiro com as marcas Adagio Aparthotel, ibis e ibis budget no ABC, conhecido como um dos principais polos industriais do Brasil. Para setembro, as unidades estão com novidades bastante atraentes aos moradores da região de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul: hóspedes poderão pagar o preço que quiserem durante sua estadia, de acordo com a qualidade da experiência que tiveram.
Complexo conta com três bandeiras de hotéis e foi inaugurado neste mês | Foto: Divulgação |
A promoção é válida apenas para os moradores que apresentarem o comprovante de residência da região no momento do check-in em qualquer um dos três hotéis durante os fins de semana de setembro. O preço fica a critério da percepção da experiência do hóspede no complexo. A divulgação da promoção foi por meio de um plano de comunicação que envolveu ativações nos bares e restaurantes do ABC, além de uma campanha de mídia no Facebook da marca, conforme detalha o vice-presidente executivo de Operações da rede para a América do Sul, Franck Pruvost.
“Pretendemos redefinir o mercado de hospitalidade da região. Nossa intenção com a promoção ‘Pague Quanto Vale’ é apresentar a todos os moradores a excelência em nossos serviços e a particularidade de cada marca, mostrando que nossas unidades estão abertas também para o público da região”, afirma.
O complexo fica na Praça Samuel Sabatini, 211, Centro, em São Bernardo do Campo. Informações: Adagio – 4380-9100; íbis - 4380-7210 e íbis budget – 4280-6400.
Agressão a professores
Por Gilson Alberto Novaes, professor de Direito Eleitoral na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie-campus Campinas e coordenador acadêmico do Centro de Ciências e Tecnologia.
Sou professor há cinquenta anos e já vivi muitas experiências em todos os níveis de ensino, exceto na pré-escola. Nessa fase, treinei com os filhos e hoje com os netos! Uma delícia.
Sempre tive pela figura do professor o maior respeito. Lembro-me dos meus primeiros professores e nós, os alunos, tínhamos verdadeira admiração por eles. Eram reverenciados e respeitados pela função educadora.
Nos cursos primários antigamente, lembro-me bem, cantávamos o Hino Nacional e outros cânticos cívicos logo cedo, em pé, enfileirados, antes de entrarmos para as classes. Os professores ficavam na frente das filas e cantavam junto! Não me venham dizer que isso era coisa dos militares, porque de 1955 até 1958 ainda os militares estavam só na caserna.
Mais tarde lecionei numa escola de ensino médio em Piracicaba onde os professores eram mais idosos. Eu ainda era muito jovem e via o respeito e carinho dos alunos por todos nós. Ainda hoje esses alunos se encontram para lembrar os bons tempos e a agradável convivência com seus professores.
O tempo passou e o respeito pelos professores foi embora. Que triste! Hoje vemos professores serem agredidos pelos seus alunos dentro das salas de aula. Há uns anos isso seria impensável. Algo precisa ser feito pela dignidade da classe, mas parece que nossas autoridades educacionais estão mais preocupadas com a aprovação automática e os números das estatísticas do que com a formação de nossos adolescentes.
Hoje, professores e funcionários são verdadeiros reféns de “gangs” dentro das escolas de ensino fundamental e médio. Os professores estão com medo e parece que ninguém faz nada! Recentemente assisti a um vídeo em que uma criança de pré-escola, destruía - literalmente destruía, sua sala de aula, às vistas da professora e da coordenadora. Quando alguém quis impedir a criança de derrubar tudo foi alertado que não podia tocar nela.
Um caso recente que chocou a opinião pública foi o da professora em Santa Catarina que foi violenta e brutalmente agredida por um aluno de 15 anos. A forma com que foi agredida deformou o seu rosto que foi mostrado pelos jornais.
O fato ganhou o noticiário e as redes sociais. Parece que ficou nisso.
As agressões contra professores que temos conhecimento são aquelas que a imprensa divulga, mas muitas não chegam sequer a ter boletim de ocorrência lavrado. Por outro lado, nem todas as que são levadas à polícia são noticiadas.
É crescente e assustador o que ocorre dentro das salas de aula. Os professores não conseguem um mínimo de respeito, disciplina e atenção dos alunos. O nível de ensino cai assustadoramente. A falta de interesse, a forma como se dirigem aos mestres, os atritos entre os próprios alunos, o desrespeito entre eles, os xingamentos com palavras de baixo calão em plena sala de aula são coisas que a minha geração de professores não acredita estar ocorrendo.
É claro que isso é reflexo de uma sociedade desestruturada cujas famílias não impõem limites dentro de casa. O garoto que agrediu a professora havia agredido a própria mãe dentro de casa. É claro que isso é reflexo de uma TV que ensina tudo errado e reflexo do que veem diariamente nas ruas. A verdade é que os pais esperam que os professores eduquem seus filhos, numa inversão total dos papéis.
Estamos pagando um alto preço por tolerar a impunidade, dentro e fora escolas.
Alunos desinteressados, malcriados, violentos... professores com medo... Nesse cenário, ainda vemos escolas de ensino fundamental e médio em que os docentes “tiram água de pedra”. Conseguem ensinar aqueles que querem aprender.
Lamentavelmente, no meio de muitos que não querem nada, há aqueles que querem aprender e cursar uma faculdade. É por esses que os professores ainda lutam.
Ao mesmo tempo em que parabenizamos aos professores, damos “nota zero” para os gestores da educação que “não prestam atenção” no que está ocorrendo.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Mantido o horário de verão
Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
O governo decidiu manter o horário de verão em 2017. A medida foi confirmada hoje (25) pelo ministério de Minas e Energia. Com a decisão, os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão adiantar os relógios em 1 hora a partir do dia 15 de outubro.
Consulta popular acontecerá em 2018. |
Na semana passada, o final de horário de verão chegou a ser cogitado pelo governo, após estudos mostrando perda na efetividade da medida, em razão das mudanças nos hábitos de consumo de energia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a temperatura é quem determina o maior consumo de energia e não a incidência da luz durante o dia, fazendo com que, atualmente, os picos de consumo ocorram no horário entre 14h e 15h, e não mais entre 17h e 20h.
O ONS aponta que no horário de verão praticado em 2016/2017 a economia foi de R$ 159,5 milhões, valor abaixo período de 2015/2016, que foi de R$ 162 milhões.
O governo informou que, para 2018, deve fazer uma pesquisa para decidir se mantém ou não o horário diferenciado nos próximos anos.
Chuvas
A escassez de chuvas e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas este ano pesou na decisão do governo de manter o horário de verão este ano. Apesar de descartar o acionamento das usinas termelétricas, cujo custo está acima do preço da energia no mercado à vista, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o aumento da importação de energia da Argentina e do Uruguai e uma campanha de estímulo à economia de energia.
Além disso, a expectativa é que, em outubro, o governo deve passar a cobrar a bandeira vermelha, possivelmente na faixa dois. Atualmente, está em vigor a tarifa amarela na cobrança da conta de luz. Essa tarifa representa um acréscimo de R$ 2 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Com a adoção da tarifa vermelha, o preço da tarifa de energia passa a ter um acréscimo vai a R$ 3 por 100 kWh. No caso do patamar dois, esse valor seria maior: R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.
Horário de verão
Início - 0h de 15 de outubro (relógio são adiantados em 1 hora)
Salão do Humor ABCD chega a segunda edição
Da Redação
Até o dia 15 de outubro, as charges, tiras e caricaturas do 2o Salão do Humor ABCD, estarão expostas simultaneamente na praça de eventos do Shopping Praça da Moça (Rua Manoel da Nóbrega, 712, Centro, Diadema) e no Centro Cultural Diadema – Teatro Clara Nunes (Rua Graciosa, 300, no Centro).
Evento pode ser visitado até 15 de outubro | Foto: Divulgação |
A mostra é uma iniciativa do Studio Escola de Arte Paulista (SEAP), em parceria com a Associação Cultural e Artística e Esportiva de São Paulo (ACAESP), com patrocínio do Shopping Praça da Moça. A diretora e proprietária da SEAP, Sonia Fares, agradeceu a participação de todos os artistas, do ABCD, de São Paulo e aos internacionais, por acreditarem no concurso realizado pelo studio.
Além do secretário de Cultura de Diadema, Eduardo Minas, participaram do júri técnico, os ilustradores Daniel Alves Gomes Sampaio, Rui Joazeiro e Fernando Duran. Os premiados do 2o Salão do Humor ABCD foram: 3o lugar, Paulo Sergio Von Indelt; 2o lugar, Andre Luis Mello Camargo e 1o lugar, Eder Santos. Durante a abertura da exposição houve a premiação de honra ao mérito a dois artistas internacionais, Hassan Omidi (Irã) e Jiri Srna (República Tcheca).
Construção de termelétrica ameaça área de proteção ambiental
Por Reinaldo Dias, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Sociólogo, Mestre em Ciência Política e Doutor em Ciências Sociais. É especialista em Ciências Ambientais
A área de proteção Cananéia-Iguape-Peruíbe foi criada em 1984 e se localiza no litoral sul do estado de São Paulo. A área de proteção foi criada tendo com a premissa básica de que os recursos naturais que a formam constituem uma reserva estratégica fundamental de biodiversidade. Constitui uma das regiões de maior riqueza biológica de aves do planeta e abriga centenas de espécies de mamíferos, répteis e anfíbios, alguns em risco de desaparecimento. Entre as espécies ameaçadas de extinção estão: a onça-pintada (Panthera onca), o Mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), o papagaio da cara roxa (Amazona Brasiliensis) e o jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus).
A área representa uma das maiores concentrações de porção contínua de vegetação preservada da Mata Atlântica, sendo considerada uma das reservas naturais de maior diversidade genética do mundo. Sua importância foi reconhecida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) que a considera, desde 1992, Reserva da Biosfera e desde 1999 como Sítio do Patrimônio Histórico Natural da Humanidade.
Na região ocupada pela área de proteção encontra-se a cidade de Peruíbe cujo território está incluída em sete unidades de conservação ambiental, em especial a Estação Ecológica de Juréia-Itatins, que é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral voltada para preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Possui inúmeras espécies endêmicas e aves migratórias que utilizam as áreas protegidas para reprodução.
Peruíbe é uma Estância Balneária e seu desenvolvimento está associado ao turismo de veraneio, ao comércio e serviços. O município é considerado um dos melhores destinos ecoturísticos do mundo por integrar a riqueza da mata atlântica ao patrimônio histórico-arqueológico da área e à cultura de comunidades de caiçaras, quilombolas e índios Guaranis, que praticam atividades artesanais como meio de sobrevivência, entre elas a pesca e o extrativismo.
No entanto, uma ameaça paira sobre esta área de proteção ambiental, o projeto de construção de uma usina termelétrica a gás pela empresa Gastrading, com a justificativa da necessidade de atender a demanda energética da baixada santista e de geração de empregos.
Usinas termelétricas utilizam combustíveis fósseis e são consideradas fontes importantes de emissões atmosféricas que podem afetar a qualidade do ar na região onde se localiza. A combustão que ocorre nos projetos termelétricos emite dióxido sulfuroso (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2) e particulados diversos. Esses gases contribuem para a precipitação de chuva ácida que acelera a deterioração de edifícios e monumentos; altera radicalmente os ecossistemas aquáticos e prejudica a vegetação de mata nativa. Além disso, os gases contribuem para o aumento do efeito estufa na atmosfera, que causa o aquecimento global.
O sistema de esfriamento dessas usinas emprega um alto volume de água que, ao serem devolvidas ao meio ambiente, elevam a temperatura da água natural, alterando significativamente as comunidades de plantas e animais que vivem no meio aquático, favorecendo os organismos que se adaptam a temperaturas mais elevadas. Qualquer método de esfriamento que se utilize implica em algum consumo de água.
Há inúmeros impactos negativos advindos da construção de usinas termelétricas que são provenientes das atividades de preparação do local, movimento de terras, drenagem, dragagem de áreas úmidas, desmatamento e a construção de aterro sanitário.
Outro impacto importante das termelétricas se relaciona com a afluência de trabalhadores durante o período de construção. São necessários milhares de trabalhadores que durante alguns anos, se estabelecem no local e posteriormente são reduzidos a centenas para a sua operação. O crescimento rápido e o desenvolvimento induzido podem gerar efeitos negativos importantes na infraestrutura existente no município. De qualquer modo, a afluência de trabalhadores de outras regiões mudará os modelos demográficos e alterará os valores socioculturais e os costumes de vida locais.
São inúmeros os aspectos negativos da implantação de usina termelétrica em área ambiental de valor inestimável, mas o mais significativo é o risco que passa a existir da possibilidade de acidentes. Por mais garantias que possam existir, a possibilidade sempre existirá e basta um para que o ambiente limítrofe seja afetado de forma irreversível.
Não há argumento que possa justificar a construção de uma usina que coloque em risco um patrimônio da humanidade, uma reserva da biosfera de reconhecimento mundial. No mudo todo há um movimento crescente no sentido de abandonar a utilização de combustíveis fósseis e substituí-los por fontes renováveis de geração de energia. Persistir na construção da usina termelétrica em Peruíbe é condenar as futuras gerações a lidar com um problema que, ainda, podemos evitar.
Parque Central de Santo André receberá 600 mudas de árvores até o fim do mês
Da Redação
No último sábado (23) o Parque Central, localizado na Vila Assunção, em Santo André, recebeu 100 mudas plantadas em parceria com os 8 clubes do Rotary instalados em Santo André. Até o fim desta semana, serão plantadas mais 500 mudas de várias espécies, entre elas, Algodoeiro, Ipês branco, amarelo e rosa, Capororoca-mirim, Pitangueira e Goiabeira. As espécies foram escolhidas pensando tanto em árvores que dessem flores, como também, as que dão frutos, que servem de alimento para os pássaros, contribuindo assim, para a preservação da biodiversidade.
Serão plantadas diversas espécies | Foto: Júio Bastos |
O secretário de Meio Ambiente do município, Donizeti Pereira, valoriza a ação. “Esse plantio está dentro da semana em que comemoramos o dia da árvore (21 de setembro). Essa ação abre novas portas para que o poder público possa contar e dialogar com novos parceiros. Estamos estudando implantar o programa amigos do parque e o Rotary Club poderá ser um dos apoiadores que ajudarão na manutenção e preservação desses espaços verdes”, comenta.
A maior parte das mudas de árvores veio da Escola de Educação Ambiental Parque Tangará – Parque Escola. Para realizar o plantio neste final de semana, quase 100 rotarianos compareceram ao local para ajudar na iniciativa. “Essa parceria é muito importante porque envolve os oito Rotary instalados na cidade. Nesse ano, temos como meta o programa de preservação ambiental e com isso, estipulamos o objetivo de plantar pelo menos um árvore por rotariano, o que seria um total de 250 árvores, mas conseguimos mais do que dobrar esse número”, conta o presidente do Rotary Club de Santo André, Jaime Guedes de Souza.
O Parque Central receberá também até o fim do mês mais 2,3 mil árvores, por meio de uma compensação ambiental do setor privado. A empresa será responsável não só pela aquisição das mudas, bem como, cuidará por 24 meses da manutenção do plantio, tempo estimado para que a árvore sobreviva de forma independente.
Muitos partidos, pouca ideologia
Por Gilson Alberto Novaes, professor de Direito Eleitoral na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie-campus Campinas e coordenador acadêmico do Centro de Ciências e Tecnologia
Digo constantemente aos meus alunos que uma das coisas que dão certo no Brasil é criar um partido político. É verdade.
Os partidos políticos até hoje, gozam de algumas regalias que fazem os “espertos” em política ficarem ávidos por eles. Pudera! Recebem, até em anos que não se tem eleição, polpudas verbas do Fundo Partidário, tem acesso à rádio e TV graciosamente e podem negociar com o governo, embora sejam partidos com pouquíssimas representações. Isso tem que mudar. Vai mudar.
Temos hoje no Tribunal Superior Eleitoral, 67 partidos aguardando seus registros. Somados aos 35 já existentes, se todos forem aprovados, teremos 102 partidos políticos no Brasil. Pode?
Os partidos tradicionais no início do século passado, tinham um discurso classista. Falavam para classes sociais, proletários, burgueses, católicos, protestantes. A chamada para a participação popular se dava através dos militantes, que eram diferentes dos eleitores e simpatizantes. Estes, os militantes - que ainda vemos hoje, são aqueles que, mesmo diante de provas cabais, continuam defendendo seus líderes como se eles fossem santos. Os militantes de antes eram autênticos, pagavam para participar. Hoje...
É importante lembrar que naquela época, o financiamento dos partidos vinha dos seus filiados, muito diferente de hoje, que os partidos existem de olho nos subsídios estatais.
Depois da Segunda Guerra Mundial evoluiu para legendas com um discurso mais amplo. Os partidos então, se aproximam do estado, distanciando-se do povo. Lamentavelmente a partir daí os militantes de fato recuam, pois, os grupos de interesse passam a financiar as legendas.
Oitenta por cento das siglas existentes hoje, surgiram nas três primeiras décadas depois da redemocratização do país. São de ideologia política e doutrinas como liberalismo, social-democracia, socialismo, trabalhismo, comunismo e outras.
Longe de serem uma ponte entre a sociedade civil e o estado como eram os partidos anteriormente, os partidos atuais estão desconectados do eleitor. Cada vez mais o voto é na pessoa, seja ele quem for e que ideologia professe. Estando longe da vigilância dos eleitores - pelo menos até a próxima eleição - os deputados agem, pouco se lixando para os seus partidos. Depois de eleitos, juntam-se às famosas frentes parlamentares que tratam dos mais diversos temas e agem à vontade para negociar votos com o Executivo. Uma vergonha!
A moda agora é tirar o “P” dos partidos e mudar seus nomes. Pensam que o eleitor é bobo! Os partidos políticos são mal vistos pela população. Informações divulgadas pela Fundação Getúlio Vargas no fim do ano passado, dão conta de que os partidos políticos estão em último lugar no quesito confiabilidade do povo, com 7%.
Só de partidos que se dizem defensores dos trabalhadores temos nove, que se dizem democratas temos quatro, socialistas temos três, social-cristão três, comunistas dois, e outros, além do Partido da Mulher, cujo presidente é um homem. Uma festa!
Entre os que estão esperando aprovação do TSE para engrossarem essa lista, temos a volta do PDS, da ARENA, do PRONA, da UDN. Tem também o Partido Militar Brasileiro, Partido Nacional Corinthiano, Partido da Família Brasileira... tem para todos os gostos!
sábado, 23 de setembro de 2017
Velório e enterro do corpo de Jairo Livolis
O corpo de Jairo Livolis, presidente do E.C. Santo André, o Ramalhão, falecido na tarde deste sábado (23)será velado no Velório do Cemitério da Saudade, na Vila Assunção – Sto André, a partir das 7h. do domingo (24).
Prefeito Paulinho Serra lamenta a morte de Jairo Livolis
O prefeito de Santo André, Paulinho Serra, por meio de nota, lamenta a morte de Jairo Livolis, presidente do E.C. Santo André, O Ramalhão.
"Uma grande perda para nossa cidade e em especial para o querido Esporte Clube Santo André. A dedicação vocacionada, a paixão do Jairo pelo clube se refletiu na sua trajetória como presidente mais vitorioso da história do Ramalhão. Meus sinceros sentimentos à família. Vai deixar saudades."
Paulo Serra
"Uma grande perda para nossa cidade e em especial para o querido Esporte Clube Santo André. A dedicação vocacionada, a paixão do Jairo pelo clube se refletiu na sua trajetória como presidente mais vitorioso da história do Ramalhão. Meus sinceros sentimentos à família. Vai deixar saudades."
Paulo Serra
Falece Jairo Livolis, presidente do Ramalhão
O presidente do Esporte Clube Santo André, Jairo Aparecido Livolis, não conseguiu superar um câncer e faleceu na tarde deste sábado (23).
Sob o seu comando que o Ramalhão conquistou os mais importantes títulos de sua história: Campeão da Taça São Paulo Juniores de Futebol e Campeão da Copa do Brasil em 2004, em partida histórica, na qual venceu o C.R. Flamengo em pleno Maracanã.
Sobre o velório e enterro acesse:
http://jornalpfinal.blogspot.com.br/2017/09/velorio-e-enterro-do-corpo-de-jairo.html
Sob o seu comando que o Ramalhão conquistou os mais importantes títulos de sua história: Campeão da Taça São Paulo Juniores de Futebol e Campeão da Copa do Brasil em 2004, em partida histórica, na qual venceu o C.R. Flamengo em pleno Maracanã.
Sobre o velório e enterro acesse:
http://jornalpfinal.blogspot.com.br/2017/09/velorio-e-enterro-do-corpo-de-jairo.html
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Deputados paulistas têm dados em aplicativo para celular
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) lançou nesta quarta-feira (20), a primeira versão de seu novo aplicativo (APP) para celular, que traz mais transparência ao parlamento paulista.
O Fiscaliza Cidadão entrega em apenas três toques informações até então consideradas tabus, como: as placas dos veículos oficiais utilizados pelos 94 deputados, a lista de seus funcionários ou os gastos mensais de cada gabinete. Esta é a primeira vez na história que o próprio Parlamento Paulista lança uma ferramenta que possibilita que qualquer cidadão com um smartphone possa conferir os dados dos deputados.
A partir de agora, novos dados serão incluídos no dispositivo com atualizações permanentes.
O presidente da Alesp, deputado Cauê Macris (PSDB), afirma que o aplicativo é um caminho sem volta. A viabilização do Fiscaliza Cidadão foi compromisso assumido pelo presidente durante sua posse, ocorrida no último 15 de março. “A sociedade esperava da Alesp esta abertura dos custos. Se queremos reconquistar a confiança das pessoas, precisamos dar o primeiro passo. Acaba aqui esta história de que a Alesp é uma caixa preta”, avaliou.
O 1º Secretário da Mesa Diretora, deputado Luiz Fernando (PT) avalia que o APP é um importante instrumento de informação para a sociedade. “A fiscalização poderá ser executada pelo próprio eleitor. É o cidadão controlando, vendo e acompanhando a Assembleia Legislativa e cada um dos 94 deputados”, disse.
De acordo com o 2º Secretário, deputado Estevam Galvão (DEM), o lançamento é um grande avanço na administração da Casa. “É uma medida corajosa e arrojada, que acompanha a modernidade. O momento é de crise econômica, política e até moral. A Mesa Diretora pretende fazer uma administração transparente”, explicou.
Custo Zero
A construção do Fiscaliza Cidadão não teve qualquer custo aos cofres do legislativo paulista. Com a abertura de um chamamento público, a Alesp recebeu proposta da empresa WF Fondation que atua na área de tecnologia de informação.
O Fiscaliza Cidadão entrega em apenas três toques informações até então consideradas tabus, como: as placas dos veículos oficiais utilizados pelos 94 deputados, a lista de seus funcionários ou os gastos mensais de cada gabinete. Esta é a primeira vez na história que o próprio Parlamento Paulista lança uma ferramenta que possibilita que qualquer cidadão com um smartphone possa conferir os dados dos deputados.
A partir de agora, novos dados serão incluídos no dispositivo com atualizações permanentes.
Cauê, ladeado por Luiz Fernando (e) e Galvão anuncia o inédito aplicativo. |
O presidente da Alesp, deputado Cauê Macris (PSDB), afirma que o aplicativo é um caminho sem volta. A viabilização do Fiscaliza Cidadão foi compromisso assumido pelo presidente durante sua posse, ocorrida no último 15 de março. “A sociedade esperava da Alesp esta abertura dos custos. Se queremos reconquistar a confiança das pessoas, precisamos dar o primeiro passo. Acaba aqui esta história de que a Alesp é uma caixa preta”, avaliou.
O 1º Secretário da Mesa Diretora, deputado Luiz Fernando (PT) avalia que o APP é um importante instrumento de informação para a sociedade. “A fiscalização poderá ser executada pelo próprio eleitor. É o cidadão controlando, vendo e acompanhando a Assembleia Legislativa e cada um dos 94 deputados”, disse.
De acordo com o 2º Secretário, deputado Estevam Galvão (DEM), o lançamento é um grande avanço na administração da Casa. “É uma medida corajosa e arrojada, que acompanha a modernidade. O momento é de crise econômica, política e até moral. A Mesa Diretora pretende fazer uma administração transparente”, explicou.
Custo Zero
A construção do Fiscaliza Cidadão não teve qualquer custo aos cofres do legislativo paulista. Com a abertura de um chamamento público, a Alesp recebeu proposta da empresa WF Fondation que atua na área de tecnologia de informação.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Pazzianotto lança A Falsa República
O livro A Falsa República, de Almir Pazzianotto Pinto, reúne artigos publicados nos últimos dois anos, nos quais Pazzianotto analisa a conjuntura política, defende a reforma trabalhista, critica o PT, a quem responsabiliza pela crise em que se encontra o País. São textos curtos, objetivos, escritos com a autoridade de quem foi advogado de sindicatos, deputado estadual pelo MDB e PMDB durante o regime militar, Secretário do Trabalho do Governo Franco Montoro, Ministro do Trabalho nomeado por Tancredo Neves, e ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde exerceu os cargos de Corregedor-Geral, Vice-Presidente e Presidente.
O leitor conhecerá textos duros, polêmicos, informados pela preocupação de desnudar a realidade e apontar caminhos para o combate ao desemprego.
Lançamento acontece em 28 de setembro, das 19 às 23 horas, na Livraria Cultura, Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, Capital, pela Editora Saraiva.
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Esporte Clube Santo André, o Ramalhão, completa 50 anos
Por Carlos A.B. Balladas
A minha história se cruza com a do querido Ramalhão em eventos e períodos intermitentes ao longo de minha vida.
O momento de maior emoção, incontestavelmente, foi assistir ao vivo a vitória do Esporte Clube Santo André sobre o Flamengo em pleno Maracanã, conquistando o título da Copa do Brasil de 2004. Estava lá eu, minha filha Natália e tantos outros, incluindo entre eles Wigand Rodrigues, o eterno presidente do Ramalhão. Com ele, ao final do jogo, pulamos alambrados do estádio, descemos e escadas e passamos pelos túneis do antigo estádio Mario Filho e fomos comemorar no gramado, juntamente com os jogadores o inédito título. Foi uma noite inesquecível.
Neste ano, o Ramalhão completa 50 anos.
A minha história se cruza com a do querido Ramalhão em eventos e períodos intermitentes ao longo de minha vida.
O momento de maior emoção, incontestavelmente, foi assistir ao vivo a vitória do Esporte Clube Santo André sobre o Flamengo em pleno Maracanã, conquistando o título da Copa do Brasil de 2004. Estava lá eu, minha filha Natália e tantos outros, incluindo entre eles Wigand Rodrigues, o eterno presidente do Ramalhão. Com ele, ao final do jogo, pulamos alambrados do estádio, descemos e escadas e passamos pelos túneis do antigo estádio Mario Filho e fomos comemorar no gramado, juntamente com os jogadores o inédito título. Foi uma noite inesquecível.
O Ramalhão é uma criação do cartunista Juarez Corrêa. |
Neste ano, o Ramalhão completa 50 anos.
Foram muitos os amantes do futebol que colaboraram com o E.C. Santo André, um deles, sem dúvida, foi Jorge Lincon, tio deste que lhe escreve. Jorginho, como é conhecido, hoje pouco sai de casa, mas, por muitos anos, a partir da fundação do Ramalhão, foi um torcedor presente em todos os jogos e colaborador em inúmeros momentos de amargura financeira do time. As minhas mais remotas lembranças relativas ao time que leva o nome da cidade em que nasci é a voz do Jorginho gritando o nome do Ramalhão.
Entre tantos outros abnegados que mantém o nome do Esporte Clube Santo André no rol dos times em plena atividade destaco o de Celso Luiz de Almeida, que ocupa a presidência no momento. Um sujeito extremamente lúcido e pragmático, um perfeito contraponto aos românticos apaixonados que entusiasmam a todos nós, mas que, por vezes, levam uma instituição a zonas de turbulência.
O Ramalhão, como todos os times de futebol brasileiros, tem uma história de glórias e lágrimas. Um dos jornalistas que mais conhece a história ,e talvez o que mais escreveu sobre o Esporte Clube Santo André é Daniel Lima, cujo texto extraído de seu blog,o Capital Social, reproduzo abaixo com histórias e relatos de momentos importantes do time que leva o nome da cidade em que nasci.
Ramalhão festeja trajetória de 50 anos de resistência e glórias
DANIEL LIMA - 18/09/2017
O Santo André vai comemorar esta noite com um jantar os 50 anos que o separam do tiro de largada de uma história que está longe de terminar e que igualmente está longe de contar com enredo uniforme. Não faltarão narrativas. Faço a minha parte nesta edição de CapitalSocial. Escrevi em algumas horas no final de semana um total de 40 tópicos de lembranças como jornalista que acompanha o clube praticamente desde o primeiro jogo, em 1968, quando cheguei do Interior do Estado em cima de um caminhão de mudança. O Santo André se converteu numa das referências dessa região. Daí sempre dizer que se trata de acervo cultural que deveria receber muito mais atenção da sociedade como um todo.
Faço um apanhado da experiência profissional sem me preocupar com rigores cronológicos e tampouco com detalhismos. Fio-me na memória, nas consultas que fiz principalmente junto a duas ou três fontes. Acho que vale a pena acompanhar esse trabalho que se soma às quatro edições que o Diário do Grande ABC publicou nos últimos dias sobre a trajetória da agremiação.
Procurei dar tom de positivismo ao Santo André entre outros motivos porque a síntese desse cinquentenário não poderia ser diferente. Há questões que deixei de abordar porque a data não comportaria senões, mas não esqueço da emergência que vem de anos (o que só agrava a situação) no sentido de implementar programa de rejuvenescimento da diretoria e do Conselho Deliberativo sem que isso atropele quem está há mais tempo no clube. O que importa hoje é comemorar os 50 anos do Santo André. Uma história de resistência e glórias. Um desafio de representatividade à quase totalidade de representações sociais, econômicas e políticas da região que jamais foram submetidas a desafios permanentes que só o mundo do futebol é capaz de exigir.
Lance derruba alambrado
O Santo André precisava vencer o Saad na última rodada do primeiro turno da então Segunda Divisão para garantir-se na final do campeonato no respectivo grupo. Eram 49 minutos do segundo tempo quando o Estádio Lauro Gomes (Anacleto Campanella nestes dias) virou um pandemônio. O árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia marcou uma falta na entrada da área. Lance, ex-Corinthians, acertou no canto. Um a zero para o Santo André. A torcida que lotava o estádio numa quarta-feira, dia útil, derrubou parte do alambrado do gol de entrada para abraçar o atacante. Confusão. Dez minutos depois o jogo recomeçou para terminar em seguida. O alambrado fora reposto, improvisadamente, pela própria torcida enlouquecida.
Sensibilidade pró-baixinhos
Silvio Pirillo, centroavante que fez fama quer pelo Flamengo, quer pela Seleção Brasileira, chegou para ser técnico de um Santo André ruim dos cofres e com elenco recheadíssimo de meninos saídos da várzea. Olhou para o elenco, fez o primeiro coletivo e vaticinou: com o volante Fernandinho, os meias-atacantes Arnaldo e Bona e o centroavante Da Silva, todos de baixa estatura, seria impossível usar a força num campeonato em que se consagrava a máxima de que não havia espaço a talentos técnicos. Foi assim que se criou o que chamei nas páginas do Diário do Grande ABC de “Baixinhos Frenéticos”. Um dos melhores meios de campo da história do Santo André. A bola fluía de pé em pé, sempre rasteirinha, sempre contundente.
Sobrevivência a qualquer custo
José Amazonas, então executivo da Cofap, indústria de autopeças vendida tempos mais tarde, também fora deputado estadual. Estava presidente do Santo André no começo dos anos 1970. Pretendia transformar o clube financeiramente numa espécie de eletrocardiograma de atleta. Mais que estabilidade financeira, sonhava com a formação de talentos. Esgotado com a falta de colaboradores, marcou assembleia-geral na sede da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) para homologar a decisão de fechar o clube. Havia ambiente favorável à medida. Ele só não contava com o fundador e ex-presidente Wigand Rodrigues dos Santos, que se levantou, fez discurso inflamado e jogou na lata do lixo toda a razoabilidade econômico-financeira e estrutural do clube.
Tapa na cara da sociedade
O Santo André de meados dos anos 1970 parecia mesmo fadado a desaparecer. O presidente Wigand Rodrigues dos Santos, funcionário público de segundo escalão que desde os tempos de juventude desfraldava bandeiras, ideias e ações comunistas, já não sabia o que fazer. Socialista, decidiu dar um tapa na cara da sociedade: deflagrou uma campanha de coleta de papelão e outros badulaques para arrecadar fundos que amenizassem a crise financeira.
De entulho a poliesportivo
O presidente Jairo Livolis assumiu o Santo André em crise que ia além das finanças. O prometido Poliesportivo do Parque Jaçatuba, lançado pelo antecessor Germano Schimdt, não passava de entulhos sobreposto. O projeto de retirar o estigma do Santo André de clube de 11 camisas estava fadado ao fracasso. Não havia perspectiva. Jairo Livolis consultou alguns dirigentes mais abastados do clube e, principalmente com o apoio do ex-presidente Breno Manoel Gonçalves, garantiu recursos para reiniciar as obras. E prometeu entregar o poliesportivo em tempo recorde. Na data marcada, em 1992, o Santo André recebia convidados para comemorar um patrimônio que o colocou num novo patamar de inserção esportiva e social.
Senadinho de Bosísio
Hilário Bosísio era um torcedor e conselheiro do Santo André dividido entre paixão enlouquecida e senso crítico próximo ao envenenamento. Dono de um estabelecimento comercial na esquina da Rua das Monções com a Rua das Figueiras, no Bairro Jardim, o Hilários‘Bar, recebia com frequência quase diária assemelhados em amor pelo clube e pela cornetagem. Muitas decisões importantes do Santo André foram tomadas ou inspiradas naquele ambiente. Até determinada hora fluíam ideias saudáveis para os acertos de que a agremiação necessitava. Mas, depois de muitos aditivos etílicos, os frequentadores já não deveriam ser levados a sério. Não havia presidente do clube com juízo no lugar que não frequentasse o bar do Hilário com regularidade. A expressão “Senadinho” reproduzia o poder daquele grupo.
Um presente de irmão
Adãozinho era um volante com habilidade suficiente para, de vez em quando, aparecer no ataque. Quando chegou ao Santo André por empréstimo para disputar a Segunda Divisão de 2001 poucos acreditaram. Era ídolo no vizinho e rival São Caetano. O adversário tradicional se sensibilizou com o interesse do Santo André e o cedeu de graça. Até os salários do jogador o São Caetano aceitou pagar. A rivalidade dentro de campo não contaminava as duas direções. Adãozinho marcou de pênalti, já no período de descontos, o gol que levou o Santo André à Primeira Divisão do ano seguinte. O Ituano jogava pelo empate.
Torcida de arrepiar
A torcida do Santo André tomava a arquibancada do Estádio Palestra Itália. Contrapunha-se aos flamenguistas que lotavam o extremo oposto do estádio palmeirense que, nestes tempos, refeito por investimentos privados, se transformou no Allianz Parque. Dividir um estádio com os flamenguistas já seria demais, mas impor-se também no apoio, com gritos de incentivo, significaram momentos inimagináveis. Tudo isso neste século, em 2004, quando futebol virou negócio e a audiência da TV faz dos clubes de massa, como o Flamengo, opção preferencial a novos torcedores.
Invasão do Pacaembu
Em 1979 o Santo André ficou próximo de subir à Primeira Divisão. Disputou o quadrangular decisivo. Venceu o Catanduvense no Estádio do Pacaembu, mas perdeu o acesso automático porque o São José superou o Taubaté no Parque Antártica, na mesma noite. Em seguida, o Santo André jogou com o Marília, que ficara em último lugar na Primeira Divisão. Eram tempos do chamado “rebolo”, que significava o confronto do último colocado da divisão superior com o segundo colocado da divisão inferior. Para compensar em parte a frustração do duplo prejuízo, o Santo André ficou na história como o clube fora da Capital que mais levou torcedores ao Pacaembu. Foram mais de 20 mil pagantes numa noite de quarta-feira. Só mais tarde, na final da Taça Libertadores contra o Olímpia do Paraguai, o São Caetano superou a marca, com 40 mil pagantes anunciados.
Ulysses, o salvador
Santo André e Saad empatavam no Estádio Bruno Daniel e o jogo já ultrapassara a 43 minutos do segundo tempo. O clássico com o representante de São Caetano mantido pelo empresário Felício Saad valia classificação à etapa seguinte de uma competição oficial (Torneio 25 de Janeiro) da Federação Paulista de Futebol. A torcida já se preparava para deixar a arquibancada coberta (o setor descoberto só seria construído mais adiante) quando Ulysses, um meio-campista que compensava a lentidão com colocação sempre precisa e chutes fulminantes, balançou a rede.
Jogo da vingança
No primeiro turno em Taubaté o Santo André perdera o jogo na catimba do adversário. A arbitragem beneficiou o time da casa. A violência fora de campo também assustou. Até um cachorro foi morto. Criou-se um ambiente de revanche exacerbada ao jogo de volta no Estádio Bruno Daniel. Durante a semana caprichamos nas páginas do Diário do Grande ABC para motivar a torcida. Exageramos na dose. O Estádio Bruno Daniel fervia de raiva naquela tarde. Temia-se o pior. Um gol no segundo tempo e a vitória do Santo André eliminaram o risco de consequências desagradáveis. Provavelmente jamais na história o Santo André tenha vivido uma comunhão de retaliação ao adversário tão preocupante.
Uma goleada mágica
Santo André e Aliança sempre disputaram jogos equilibradíssimos. A equipe de São Bernardo, que fez muito sucesso no Desafio ao Galo, um torneio de equipes amadoras transmitido pela televisão, era uma seleção de talentos. Tanto que saiu da várzea para o profissionalismo e alcançou grandes resultados. Aquele clássico marcado para o Estádio Bruno Daniel não seria diferente, menos por um detalhe: os baixinhos frenéticos (Fernandinho, Arnaldo, Bona e Da Silva) viveram coletiva e individualmente uma combinação de inspiração e transpiração. O Aliança dirigido pelo técnico Antônio Schank viera para inibir a força do adversário no meio de campo. Avançara a marcação defensiva para encurtar os espaços no setor. Deixou espaços a contragolpes. O resultado de quatro a zero resumiu o tamanho do rombo tático e técnico. Os baixinhos frenéticos enlouqueceram a torcida. Especialmente o artilheiro Da Silva, um centroavante com habilidade para jogar fora da área, construindo jogadas e penetrando em velocidade com a bola colada aos pés. O mesmo Da Silva que jogou no Santos dos bons tempos e também fez carreira em Portugal.
Distribuidor de rifas
Para se manter num futebol de poucas alternativas de receitas e, principalmente, sem um calendário que favorecesse continuidade de atividades ao longo dos anos, o Santo André sempre recorreu a campanhas especiais. O presidente Breno Manoel Gonçalves marcou passagem como um dos mais importantes dirigentes do clube entre outras razões porque estimulou a divisão de responsabilidades pelos recursos financeiros. Dono de concessionária em São Paulo, Breno promovia permanentes rifas a cujo ganhador era reservado um veículo zero quilômetro. O dirigente morto no começo dos anos 2000 ficava com a maioria das cartelas para dar exemplo de compromisso com o clube. Não havia quem entre conselheiros deixasse de se empenhar nas vendas. O lucro era potencializado porque o veículo saia a preço de custo.
Invencibilidade detonada
A campanha do Santo André na Segunda Divisão de 1995 foi perfeita na fase classificatória. Acumulou invencibilidade de 24 jogos, dos quais 12 vitórias e 12 empates. Tudo parecia delineado para a equipe finalmente voltar à Primeira Divisão. Mas aí, no quadrangular decisivo, no jogo com o Ituano, no Interior, o arbitro José Roberto Godoy distribuiu cartões amarelos e vermelhos aos borbotões ao Santo André. Minou a força coletiva da equipe que tinha no atacante Jorginho um dos pontos de equilíbrio. A derrota foi fatal. O Santo André continuou na fila do Acesso.
Rebaixamento vira acesso
Não havia quem fosse otimista para negar as evidências: o Santo André estava mal das pernas, sem esquema tático confiável, com jogadores desacreditados, e cada vez mais caindo literalmente na tabela. Já flertava com a zona de rebaixamento. Até que contratou o técnico Toninho Cecílio, um especialista motivacional capaz de no curto prazo reestruturar uma equipe a ponto de torná-la prova viva de que tudo é possível no futebol. Pois foi com Toninho Cecílio e um sistema tático ultradefensivo, guerrilheiro, pragmático, que o Santo André chegou em oitavo (e última vaga) ao final da fase classificatória e, nos jogos de mata-matas seguintes, destruiu todos os adversários, inclusive o campeão de pontos até então, o São Caetano, e chegou ao título contra o Mirassol fora de casa. Tudo isso em 2015.
Luta pelo Acesso
A luta do Santo André pelo acesso é rotina que se pratica dentro de campo por conta da instabilidade de rendimento das equipes que prepara a cada temporada. Subir para cair e subir de novo faz parte da história do Santo André. Mas a regulamentação da Lei do Acesso no futebol paulista se deve muito ao então presidente do clube, Wigand Rodrigues dos Santos. Ele não se conformava com o que chamava de falta de objetivo para quem entrava em campo e não constava da lista dos clubes de elite do futebol paulista. Até eventos ligados à temática foram realizados em Santo André. O título da Segunda Divisão de 1975, contra o Grêmio Catanduvense, foi uma frustração fora de campo porque não habilitou o Santo André à Primeira Divisão. Tudo estava no regulamento, mas não faltou pressão de Wigand. Até que, antes que aquela década se encerrasse, a FPF introduziu a medida. O Santo André só subiu em 1981.
Uma troca providencial
Era preciso dar um choque no elenco. O empate em casa na penúltima rodada com o Botafogo da Paraíba fora um desastre. Jogara a definição do acesso à Série B do Campeonato Brasileiro de 2003 para Campina Grande, contra o Campinense. Havia duas vagas em disputa. Um empate ou uma derrota seria fatal. O presidente Jairo Livolis não teve duvidas: trocou o sempre cauteloso técnico Luiz Carlos Martins, hoje no São Caetano, pelo tempestuoso e muitas vezes imprevisível Luiz Carlos Ferreira. O Santo André substituiu um congelador por um micro-ondas tático três dias antes da decisão da vaga. Deu certo. De virada, venceu de dois a um e caiu nos braços do povo ao regressar da Paraíba naquele final de 2003. Um desfile em carro aberto dos de bombeiros foi saudado pela população no trajeto até o Estádio Bruno Daniel.
Quem ganhou, ganhou
Quando o técnico Sebastião Lapola foi contratado para dirigir o Santo André na Segunda Divisão de 1981, uma frase se fez ouvir e ganhou manchetes de jornais: “Quem ganhou, ganhou, quem não ganhou não ganha mais”. Se pecou pela originalidade, a máxima virou profecia. O ex-zagueiro que durante muitos anos jogou no Ramalhão, levou a equipe ao título do Acesso. Acabou com uma longa fila de espera que poderia ter sido abreviada em 1975 se o título da competição valesse mais que apenas cada ponto disputado.
Zombando dos palmeirenses
O centroavante Nunes não perdoou a torcida do Palmeiras que lotava naquele começo de 2003 o Pacaembu na final da Copa São Paulo de Futebol Junior. Depois de marcar um gol que decidiu a disputa de pênaltis e levou a equipe a conquistar um título inédito, comemorou em forma de zombaria. Imitou um porco. Nunes o fez não só pela vibração natural de artilheiro: carregava no peito e jamais negou uma paixão pelo São Paulo, time pelo qual jamais chegou a vestir a camisa. A conquista da Copa São Paulo coroava o trabalho de formação de valores no próprio clube. O Projeto Jovem Santo André dava frutos, mesmo com todos os percalços financeiros e estruturais.
Troca de distintivo
O empresário Acyr de Souza Lopes fez em meados dos anos 1970 o que somente os pouco ajuizados aceitariam: diante do desespero do presidente Wigand Rodrigues dos Santos, que não via mais perspectiva para evitar a dissolução do clube, aceitou a presidência. Fez exigências e tomou as devidas cautelas. Até o dístico do clube, semelhante ao oficial do Município, foi trocado. Entraram estrelas do Cruzeiro do Sul, réplica do Cruzeiro de Belo Horizonte. O verde e o amarelo originais da fundação do Santo André foram trocados em campo pelo azul e branco que prevalecem até hoje. E o Santo André Futebol Clube virou Esporte Clube Santo André. Tudo em nome da sobrevivência.
Claudio Coutinho de olho
Souza era um meio-campista elegante. Tinha passadas largas e certa disposição de ingressar na área adversária. Era lento a olhos leigos. Ajudava a defesa, arrumava o meio de campo e ainda encontrava tempo para atacar. Nos dias de hoje, em que jogadores comuns viram craques nas mãos de empresários espertos e dirigentes prontos a dar satisfação à torcida, Souza teria uma carreira de exportação. Hernandes, do São Paulo, passou pelo Santo André discretamente, jogando como lateral-esquerdo. Não tinha o talento de Souza nem para jogar sem bola. Souza impressionava de todas as formas. Claudo Coutinho, então técnico da Seleção Brasileira, manifestara interesse em tê-lo na equipe. O treinador morreu afogado e Souza jamais chegou ao estrelato mais que anunciado. Um dos maiores craques da história do Santo André hoje é técnico do São Bernardo Futebol Clube.
Maior artilheiro da equipe
Foram 63 gols no Santo André. Tulica era um centroavante forte, alto. A mobilidade restrita era compensada com a arte de posicionar-se sempre bem, principalmente fora do raio de ação dos zagueiros de área e, também, metendo-se defesa adentro a fim de confundir a marcação. A quem caberia a responsabilidade individual de contê-lo quando se enfiava entre os zagueiros? Tulica cabeceava como poucos. Aliava estatura e impulsão. Chegou a jogar no Fluminense. A bebida entrou na vida de Tulica como um zagueiro truculento a agredi-lo permanentemente. Morreu aos 60 anos depois de passar algum tempo como professor de equipes de base do Santo André. A elegância de centroavante que evita o choque como sobrevivência na área não é comum nestes tempos em que o futebol virou negócio. Tulica parecia jogar em câmara-lenta. Apenas uma impressão que ele mesmo tratava de desfazer dando o golpe fatal em forma de gols ou de passes caprichados a algum companheiro sempre livre.
Recordista em jogos
Arnaldo ou Arnaldinho, tanto faz. Esse ex-meia-atacante que disputou o maior número de jogos pelo Santo André, 470 em 10 anos, compôs com Fernandinho, Bona e Da Silva o quarteto mais fantástico da história do clube. Eles se entendiam no olhar. Ocupavam espaços democrática e inventivamente construídos durante cada jogo, embora aperfeiçoados nos treinamentos. Pareciam nascidos para jogarem juntos, como irmãos siameses em dobro. Arnaldinho era menos criativo do que persistente, técnico, concentrado. Foi criado no próprio Santo André. De ponta-direita virou meia-atacante. Frequentava mais o setor à direita. Era uma espécie de falso ponteiro. Fez 50 gols com a camisa do Santo André. Geralmente da entrada da área. Sobretudo por unir precisão e colocação, em vez de força.
Clube dos clubes
Talvez o Santo André tenha cometido pecado capital ao não explorar uma verdade histórica que poderia ser sempre catapultada como marketing à multiplicação de apoio. A fundação do clube há 50 anos sob a luz de velas na Praça 18 do Forte, na sede do Tiro de Guerra, contou com maciça participação de representantes de clubes amadores da cidade. Todos mobilizados pelo então presidente da Liga de Futebol, Wigand Rodrigues dos Santos. A chuva forte com queda de energia prenunciava futuro de contratempos e de superação. “Clube dos clubes” de Santo André, o representante da cidade no futebol profissional poderia usar mais essa máxima para voltar às raízes que o concebeu.
Conselho da Salvação
Quando o empresário Acyr de Souza Lopes decidiu deixar o Santo André na segunda metade dos anos 1970, o fantasma do encerramento de atividades voltava a ameaçar o clube. Foi aí que entrou em campo o chamado Conselho da Salvação, formado emergencialmente por grupo de torcedores e conselheiros que se reuniam no Bar do Hilário. Eram tempos em que uma equipe de futebol não custava tanto quanto agora, mas, em contraposição, as alternativas de receitas eram limitadíssimas. O marketing praticamente não existia no futebol. A televisão ainda não descobrira o futebol como filão de audiência de investimentos publicitários. Do Conselho de Salvação saiu o nome de Celso Vidal Lara, presidente de uma cooperativa de consumo mais tarde incorporada pela Coop. O Santo André salvara-se mais uma vez do obituário.
Caravanas de torcedores
Em 1981 – e também dois anos antes, quando chegara ao quadrangular final – o Santo André levou mais de 70 mil torcedores aos cinco jogos que disputou na Capital na fase final regional e na fase final estadual da Segunda Divisão. Dois contra o Paulista de Jundiaí e três contra o XV de Piracicaba. A mobilização que jamais se repetiu contou com o apoio de empresários de ônibus da cidade, dois dos quais ligados ao clube, casos de Lourival Passarelli e Duílio Pisaneschi, que, em seguida, em eleições regulares ou de forma interina, assumiram a presidência do clube. No terceiro jogo da final contra o XV de Piracicaba, numa noite de quarta-feira, compareceram mais de 16 mil torcedores, a maioria de Santo André.
Tradição do hino
Quando o Santo André derrotou o Flamengo em pleno Maracanã na final da Copa do Brasil de 2004 não faltaram jornalistas para documentar com estupefação uma tradição que o clube já exibira em tantas outras situações, embora menos retumbantes. Jogadores, comissão técnica e dirigentes abraçados nos vestiários a cantar integralmente o hino do clube. Uma comunhão que resiste ao tempo e às substituições no elenco. Cantar o hino nos vestiários é doutrina do clube. Uma cláusula pétrea informal, porque não consta do estatuto. Passa-se ao longo de cada ano a cultura daqueles versos entoados pela primeira vez durante as comemorações do título do Acesso à Primeira Divisão de 1981, de autoria do maestro José da Conceição, morador de São Bernardo. “Santo André do coração, és dos clubes o maior, uma equipe de valor para defender nosso futebol”...
Resistência à política
O Santo André jamais deixou de passar por sobressaltos econômicos. Mas sempre encontrou saída providencial. O peso da emoção sempre se fez presente. E resistiu bravamente à partidarização política, embora não fechasse e não pudesse fechar as portas aos administradores públicos. A direção do clube jamais foi entregue à política. Aproximou-se dos mandatários de plantão para contrabalançar, de alguma forma, a desvantagem da proximidade dos grandes clubes da Capital em preferência popular. Contar com o Poder Público como parceiro de jornada sem entregar a rapadura do comando do clube é uma das virtudes dos dirigentes que durante todo esse tempo comandaram o Ramalhão.
Torcida resiliente
Nos anos 1970 o Velho Borracha, negro sempre alegre, simbolizava a torcida do Santo André. Depois vieram Esquerdinha e outros integrantes de torcidas organizadas. A resiliência do Santo André em manter-se vivo nas arquibancadas, mesmo com todos os entraves, é um fenômeno. O Velho Borracha traiu o clube ao bandear-se para o Saad, de São Caetano, é verdade. Mas é uma exceção à regra. Sem mídia de massa para alçar a equipe ao noticiário diário, como as equipes de Campinas e de outras regiões com retransmissoras de televisão de veículos nacionais, o Santo André encontra dificuldade adicional ao adensamento de torcida. O calendário para quem não está no circuito da Confederação Brasileira de Futebol também cerceia a expansão popular. Mesmo assim o Santo André conta com a maior torcida da região. Comprovadamente. O São Bernardo viveu período de anabolismo sustentado por empresas que compravam ingressos distribuídos gratuitamente nas periferias, sempre com o apoio do Poder Público.
Extremos presidenciais
O Santo André viveu a partir de 2007 e durante cinco anos um regime de privatização comandado pelo empresário Ronan Maria Pinto, presidente do Diário do Grande ABC. Nesse período, a direção do Santo André ficou restrita ao Parque Poliesportivo. O presidente Jairo Livolis imaginou espécie de terceirização controlada pelo clube para potencializar recursos financeiros de um grupo de investidores. Faltou combinar com Ronan Maria Pinto que, em pouco tempo, enlaçou todo o poderio do Ramalhão. Foi o melhor presidente da história do clube dentro de campo – levou a equipe à Série A do Campeonato Brasileiro – mas também o pior dentro de campo – o time foi seguidamente rebaixado até ser excluído do circuito nacional. Ao final da jornada, o Esporte Clube Santo André voltou para o comando de origem. As dívidas financeiras ficaram para o Saged – Santo André Gestão Empresarial e Desportiva.
Uma ponte cultural
Ainda não se chegou ao estágio de integração desejada – embora não tenham faltado tentativas mesmo que pouco estruturadas – mas o Santo André é a única agremiação da cidade representado nas duas metades de um Município que ainda conserva ranços de divisionismos entre o primeiro e o segundo subdistrito. Com o Estádio Bruno Daniel na Vila Pires e o Parque Poliesportivo no Parque Jaçatuba, a agremiação construiu uma ponte cultural pouco explorada como elemento de marketing.
Formação de atletas
São inúmeros os jogadores formados na base do Santo André ou que chegaram ao clube desconhecidos. Ricardo Goulart é um deles, assim como Antônio Flávio, Makelelê, Pará, Williams, Richarlyson, Alex Bruno, Rodrigo Sá, Júnior Costa, Nunes, Fábio Reis, Ramalho, Adauto, Fábio Santos e tantos outros. Para um clube que não conta com o benefício de televisão de massa e que está instalado numa região à sombra da maior capital brasileira, o trabalho de revelação de jogadores exige muito mais esforço diretivo. Disputar a principal competição estadual do País – na qual a equipe está inserida à próxima temporada, assim como participou da competição deste ano – é imprescindível. Mas seria bem melhor se o calendário do segundo semestre reservasse uma vaga na Série B do Campeonato Brasileiro, antessala privilegiada dos agentes profissionais em busca de revelações.
Só atrás do Timão
Quando disputou a Série B do Campeonato Brasileiro em 2008 o Santo André então presidido por Ronan Maria Pinto viveu grandes momentos. Tanto que na classificação final só ficou atrás do campeão Corinthians. Superou inúmeros clubes de prestígio. A equipe ganhou 68 pontos, um a mais que o Avaí, que ficou em terceiro. Marcou 71 gols (contra 79 do Corinthians de Mano Menezes) e sofreu 45 (contra 29 do Corinthians e 40 do Avaí). Marcio Mixirica foi o artilheiro da equipe com 13 gols. O artilheiro do campeonato foi Tulio Maravilha, do Goiás, com 24 gols. No ano seguinte o Ramalhão voltou à Série B ao ficar em 18º lugar na classificação da Série A, com 41 pontos ganhos -- mais que os 38 do Náutico e os 31 do Sport Recife e menos que os 45 do Coritiba, todos rebaixados.
Recuperação fantástica
O Santo André que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro de 2004 perdeu o equivalente a 17,39% dos pontos em disputa por conta de escalação irregular de um jogador em dois jogos, detectada pela CBF. A competição com 24 equipes foi disputada em três fases, a primeira das quais de classificação. Os seis últimos colocados foram rebaixados automaticamente à Série C. Ao perder 12 dos 69 pontos em disputa, o Santo André ficou com a corda no pescoço. Os 12 pontos equivaleriam a 20% do total do Brasileiro da Série B deste ano, de 20 equipes e disputa de 38 jogos em dois turnos. No caso do Santo André, foi uma catástrofe ainda maior: foram disputadas apenas 23 rodadas. Ao final da etapa de classificação o Santo André somou 29 pontos. Ficou três acima do Remo do Pará, que abriu a zona de rebaixamento. Com os 12 pontos perdidos fora de campo, teria somado 42. Tanto quanto o Ituano, quarto colocado, e ficaria apenas quatro abaixo do Brasiliense, que liderou a etapa. Não fosse o contratempo, teria disputado a etapa seguinte. E mesmo com 12 pontos a menos ficou a apenas um do Anapolina, oitavo colocado e classificado à segunda fase. Seria pedir demais que superasse também essa barreira.
O título dos títulos
Seria chamado de maluco de pedra quem ousasse algum dia em qualquer circunstância, mesmo numa festa regada a muita cachaça, dizer que o Santo André seria campeão nacional diante do Flamengo num Maracanã lotado. Naquele 30 de junho de 2004 está registrada a maior de todas as façanhas do clube: vitória de dois a zero contra os cariocas na decisão da Copa do Brasil. O Santo André juntava-se ao Criciúma e mais tarde o Paulista de Jundiaí acrescentara-se à lista de campeões improváveis da segunda competição mais importante do calendário nacional. O jogo transmitido ao vivo pela Globo colocou definitivamente o Santo André no mapa nacional de futebol. Sobretudo porque venceu um adversário com entranhamento popular nos mais remotos vilarejos do País. O técnico Péricles Chamusca e o auxiliar-técnico Sérgio Soares, que acabara de encerrar a carreira de médio-volante, sabiam que o Flamengo teria forças físicas esgotadas no segundo tempo. E não deu outra. No primeiro jogo, no Parque Antártica, o empate de dois a dois parecia encaminhar o título ao Flamengo.
Vice-campeonato lamentado
O Santo André conquistou o vice-campeonato em 2010 da Primeira Divisão de São Paulo (Série A ou Séria A2) numa memorável final diante do Santos dos emergentes Ganso e Neymar. Mas a atmosfera de frustração nos vestiários e nas arquibancadas prevaleceu, em contraste com a festa santista. Um gol mal anulado pela bandeirinha impediu que a desvantagem de três a dois no primeiro jogo se convertesse em vitória por dois gols de diferença na revanche. Um chute de Rodriguinho na trave, no último lance do jogo, deu mais dramaticidade à frustração do Santo André.
Dois pênaltis perdidos
O lateral-direito Robertão jogava com tamanha elegância que não seria exagero se, no mesmo horário em que defenderia o Santo André, resolvesse desfilar como manequim. Alto, forte, Robertão sugeria estar em profissão errada até que a bola rolasse. Tinha a calma de monge budista, passadas largas de panteras, senso de colocação dos bons observadores e ainda finalizava com força. A frieza o tornava referencial quase de exceção numa equipe de futebol que, como a maioria, move-se numa mistura de adrenalina e sensibilidade para entender os desígnios da bola. Robertão entrou para a galeria do Santo André como um dos maiores laterais da história. E também porque, num jogo com o MAF de Piracicaba, pela Segunda Divisão, perdeu duas penalidades máximas, defendidas pelo goleiro. Uma praticamente seguida da outra. Ele caminhou em direção à bola como se estivesse numa passarela. Chutou sem muita potência nas duas vezes. Deixou o gramado ao final do jogo em que o Santo André venceu o adversário como se nada ocorrera. Parece não haver outro registro em 50 anos de clube de caso semelhante. Perder dois pênaltis num mesmo jogo é uma façanha.
Baixada de reforços
O Santo André dos primeiros tempos mantinha relações próximas com o Santos. Sempre que precisava de reforços para disputar a Segunda Divisão, lá estavam alguns jogadores emprestados. No fundo, os santistas usavam o Santo André para experimentar talentos que brotavam na Vila Belmiro. Jogaram no Santo André Pitico, Murias, Nelsi (mais adiante jogador do Cosmos de Nova York), Djalma Duarte, Toninho Vieira e tantos outros. O conselheiro Paulo Roberto Dias, advogado em Santo André, intermediava as transferências temporárias. Na medida em que o Santo André decidiu investir na formação de jogadores o fluxo se reduziu. Na Série A do Paulista deste ano havia um representante da operação Planalto-Baixada, o meia-atacante Serginho. Aos poucos o Santo André percebeu que investir em matéria-prima de terceiros pode resolver ou minimizar problemas momentâneos, mas não guarda nenhuma relação com o médio e o longo prazos.
Veteranos famosos
O Santo André também utilizou ao longo dos tempos jogadores veteranos de grandes clubes paulistas e brasileiros. Marcelinho Carioca é a estrela mais recentemente contratada, durante a gestão do presidente Ronan Maria Pinto à frente da Saged, empresa que privatizou o Santo André durante cinco anos. Luiz Pereira, Wladimir, Zé Carlos Santista, Marcio Fernandes, Galeano, Bigu e tantos outros aparecem na lista de reforços. Havia subliminarmente outra mensagem, além de reforço técnico, para trazer jogadores que ganharam manchetes durante muitos anos: atrair torcedores de times grandes da Capital que ainda não tinham despertado interesse pelo Santo André. A nova face do futebol em que investimentos na base podem gerar recursos financeiros com o aproveitamento de talentos na equipe principal reduziu a modalidade de custos sem perspectiva de retorno financeiro.
Neneca milagreiro
O Santo André que chegou ao titulo de vice-campeão da Série B do Campeonato Brasileiro de 2008 tinha Marcelinho Carioca como grande estrela. Mas o herói do campeonato atuava no gol: Neneca. O desempenho do goleiro, que nos últimos anos passou a defender o Botafogo de Ribeirão Preto com destaque semelhante, pesou consistentemente nos resultados. Leiam um trecho do que escrevi nesta revista digital em 17 de março de 2009: “A velha máxima de que uma grande equipe começa com um grande goleiro é mais que perfeita no caso do Ramalhão: Neneca é impressionantemente bom há três temporadas. Não há outro jogador no elenco, mesmo Marcelinho Carioca da temporada passada no Brasileiro, muito melhor do que no Paulista, que lhe chegue aos pés. (...) Mesmo assim, para amenizar as dificuldades defensivas, Neneca é insuperável e a explicação para o fato de a equipe ter uma das defesas menos vazadas”.
Entre tantos outros abnegados que mantém o nome do Esporte Clube Santo André no rol dos times em plena atividade destaco o de Celso Luiz de Almeida, que ocupa a presidência no momento. Um sujeito extremamente lúcido e pragmático, um perfeito contraponto aos românticos apaixonados que entusiasmam a todos nós, mas que, por vezes, levam uma instituição a zonas de turbulência.
O Ramalhão, como todos os times de futebol brasileiros, tem uma história de glórias e lágrimas. Um dos jornalistas que mais conhece a história ,e talvez o que mais escreveu sobre o Esporte Clube Santo André é Daniel Lima, cujo texto extraído de seu blog,o Capital Social, reproduzo abaixo com histórias e relatos de momentos importantes do time que leva o nome da cidade em que nasci.
Ramalhão festeja trajetória de 50 anos de resistência e glórias
DANIEL LIMA - 18/09/2017
O Santo André vai comemorar esta noite com um jantar os 50 anos que o separam do tiro de largada de uma história que está longe de terminar e que igualmente está longe de contar com enredo uniforme. Não faltarão narrativas. Faço a minha parte nesta edição de CapitalSocial. Escrevi em algumas horas no final de semana um total de 40 tópicos de lembranças como jornalista que acompanha o clube praticamente desde o primeiro jogo, em 1968, quando cheguei do Interior do Estado em cima de um caminhão de mudança. O Santo André se converteu numa das referências dessa região. Daí sempre dizer que se trata de acervo cultural que deveria receber muito mais atenção da sociedade como um todo.
Faço um apanhado da experiência profissional sem me preocupar com rigores cronológicos e tampouco com detalhismos. Fio-me na memória, nas consultas que fiz principalmente junto a duas ou três fontes. Acho que vale a pena acompanhar esse trabalho que se soma às quatro edições que o Diário do Grande ABC publicou nos últimos dias sobre a trajetória da agremiação.
Procurei dar tom de positivismo ao Santo André entre outros motivos porque a síntese desse cinquentenário não poderia ser diferente. Há questões que deixei de abordar porque a data não comportaria senões, mas não esqueço da emergência que vem de anos (o que só agrava a situação) no sentido de implementar programa de rejuvenescimento da diretoria e do Conselho Deliberativo sem que isso atropele quem está há mais tempo no clube. O que importa hoje é comemorar os 50 anos do Santo André. Uma história de resistência e glórias. Um desafio de representatividade à quase totalidade de representações sociais, econômicas e políticas da região que jamais foram submetidas a desafios permanentes que só o mundo do futebol é capaz de exigir.
Lance derruba alambrado
O Santo André precisava vencer o Saad na última rodada do primeiro turno da então Segunda Divisão para garantir-se na final do campeonato no respectivo grupo. Eram 49 minutos do segundo tempo quando o Estádio Lauro Gomes (Anacleto Campanella nestes dias) virou um pandemônio. O árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia marcou uma falta na entrada da área. Lance, ex-Corinthians, acertou no canto. Um a zero para o Santo André. A torcida que lotava o estádio numa quarta-feira, dia útil, derrubou parte do alambrado do gol de entrada para abraçar o atacante. Confusão. Dez minutos depois o jogo recomeçou para terminar em seguida. O alambrado fora reposto, improvisadamente, pela própria torcida enlouquecida.
Sensibilidade pró-baixinhos
Silvio Pirillo, centroavante que fez fama quer pelo Flamengo, quer pela Seleção Brasileira, chegou para ser técnico de um Santo André ruim dos cofres e com elenco recheadíssimo de meninos saídos da várzea. Olhou para o elenco, fez o primeiro coletivo e vaticinou: com o volante Fernandinho, os meias-atacantes Arnaldo e Bona e o centroavante Da Silva, todos de baixa estatura, seria impossível usar a força num campeonato em que se consagrava a máxima de que não havia espaço a talentos técnicos. Foi assim que se criou o que chamei nas páginas do Diário do Grande ABC de “Baixinhos Frenéticos”. Um dos melhores meios de campo da história do Santo André. A bola fluía de pé em pé, sempre rasteirinha, sempre contundente.
Sobrevivência a qualquer custo
José Amazonas, então executivo da Cofap, indústria de autopeças vendida tempos mais tarde, também fora deputado estadual. Estava presidente do Santo André no começo dos anos 1970. Pretendia transformar o clube financeiramente numa espécie de eletrocardiograma de atleta. Mais que estabilidade financeira, sonhava com a formação de talentos. Esgotado com a falta de colaboradores, marcou assembleia-geral na sede da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) para homologar a decisão de fechar o clube. Havia ambiente favorável à medida. Ele só não contava com o fundador e ex-presidente Wigand Rodrigues dos Santos, que se levantou, fez discurso inflamado e jogou na lata do lixo toda a razoabilidade econômico-financeira e estrutural do clube.
Tapa na cara da sociedade
O Santo André de meados dos anos 1970 parecia mesmo fadado a desaparecer. O presidente Wigand Rodrigues dos Santos, funcionário público de segundo escalão que desde os tempos de juventude desfraldava bandeiras, ideias e ações comunistas, já não sabia o que fazer. Socialista, decidiu dar um tapa na cara da sociedade: deflagrou uma campanha de coleta de papelão e outros badulaques para arrecadar fundos que amenizassem a crise financeira.
De entulho a poliesportivo
O presidente Jairo Livolis assumiu o Santo André em crise que ia além das finanças. O prometido Poliesportivo do Parque Jaçatuba, lançado pelo antecessor Germano Schimdt, não passava de entulhos sobreposto. O projeto de retirar o estigma do Santo André de clube de 11 camisas estava fadado ao fracasso. Não havia perspectiva. Jairo Livolis consultou alguns dirigentes mais abastados do clube e, principalmente com o apoio do ex-presidente Breno Manoel Gonçalves, garantiu recursos para reiniciar as obras. E prometeu entregar o poliesportivo em tempo recorde. Na data marcada, em 1992, o Santo André recebia convidados para comemorar um patrimônio que o colocou num novo patamar de inserção esportiva e social.
Senadinho de Bosísio
Hilário Bosísio era um torcedor e conselheiro do Santo André dividido entre paixão enlouquecida e senso crítico próximo ao envenenamento. Dono de um estabelecimento comercial na esquina da Rua das Monções com a Rua das Figueiras, no Bairro Jardim, o Hilários‘Bar, recebia com frequência quase diária assemelhados em amor pelo clube e pela cornetagem. Muitas decisões importantes do Santo André foram tomadas ou inspiradas naquele ambiente. Até determinada hora fluíam ideias saudáveis para os acertos de que a agremiação necessitava. Mas, depois de muitos aditivos etílicos, os frequentadores já não deveriam ser levados a sério. Não havia presidente do clube com juízo no lugar que não frequentasse o bar do Hilário com regularidade. A expressão “Senadinho” reproduzia o poder daquele grupo.
Um presente de irmão
Adãozinho era um volante com habilidade suficiente para, de vez em quando, aparecer no ataque. Quando chegou ao Santo André por empréstimo para disputar a Segunda Divisão de 2001 poucos acreditaram. Era ídolo no vizinho e rival São Caetano. O adversário tradicional se sensibilizou com o interesse do Santo André e o cedeu de graça. Até os salários do jogador o São Caetano aceitou pagar. A rivalidade dentro de campo não contaminava as duas direções. Adãozinho marcou de pênalti, já no período de descontos, o gol que levou o Santo André à Primeira Divisão do ano seguinte. O Ituano jogava pelo empate.
Torcida de arrepiar
A torcida do Santo André tomava a arquibancada do Estádio Palestra Itália. Contrapunha-se aos flamenguistas que lotavam o extremo oposto do estádio palmeirense que, nestes tempos, refeito por investimentos privados, se transformou no Allianz Parque. Dividir um estádio com os flamenguistas já seria demais, mas impor-se também no apoio, com gritos de incentivo, significaram momentos inimagináveis. Tudo isso neste século, em 2004, quando futebol virou negócio e a audiência da TV faz dos clubes de massa, como o Flamengo, opção preferencial a novos torcedores.
Invasão do Pacaembu
Em 1979 o Santo André ficou próximo de subir à Primeira Divisão. Disputou o quadrangular decisivo. Venceu o Catanduvense no Estádio do Pacaembu, mas perdeu o acesso automático porque o São José superou o Taubaté no Parque Antártica, na mesma noite. Em seguida, o Santo André jogou com o Marília, que ficara em último lugar na Primeira Divisão. Eram tempos do chamado “rebolo”, que significava o confronto do último colocado da divisão superior com o segundo colocado da divisão inferior. Para compensar em parte a frustração do duplo prejuízo, o Santo André ficou na história como o clube fora da Capital que mais levou torcedores ao Pacaembu. Foram mais de 20 mil pagantes numa noite de quarta-feira. Só mais tarde, na final da Taça Libertadores contra o Olímpia do Paraguai, o São Caetano superou a marca, com 40 mil pagantes anunciados.
Ulysses, o salvador
Santo André e Saad empatavam no Estádio Bruno Daniel e o jogo já ultrapassara a 43 minutos do segundo tempo. O clássico com o representante de São Caetano mantido pelo empresário Felício Saad valia classificação à etapa seguinte de uma competição oficial (Torneio 25 de Janeiro) da Federação Paulista de Futebol. A torcida já se preparava para deixar a arquibancada coberta (o setor descoberto só seria construído mais adiante) quando Ulysses, um meio-campista que compensava a lentidão com colocação sempre precisa e chutes fulminantes, balançou a rede.
Jogo da vingança
No primeiro turno em Taubaté o Santo André perdera o jogo na catimba do adversário. A arbitragem beneficiou o time da casa. A violência fora de campo também assustou. Até um cachorro foi morto. Criou-se um ambiente de revanche exacerbada ao jogo de volta no Estádio Bruno Daniel. Durante a semana caprichamos nas páginas do Diário do Grande ABC para motivar a torcida. Exageramos na dose. O Estádio Bruno Daniel fervia de raiva naquela tarde. Temia-se o pior. Um gol no segundo tempo e a vitória do Santo André eliminaram o risco de consequências desagradáveis. Provavelmente jamais na história o Santo André tenha vivido uma comunhão de retaliação ao adversário tão preocupante.
Uma goleada mágica
Santo André e Aliança sempre disputaram jogos equilibradíssimos. A equipe de São Bernardo, que fez muito sucesso no Desafio ao Galo, um torneio de equipes amadoras transmitido pela televisão, era uma seleção de talentos. Tanto que saiu da várzea para o profissionalismo e alcançou grandes resultados. Aquele clássico marcado para o Estádio Bruno Daniel não seria diferente, menos por um detalhe: os baixinhos frenéticos (Fernandinho, Arnaldo, Bona e Da Silva) viveram coletiva e individualmente uma combinação de inspiração e transpiração. O Aliança dirigido pelo técnico Antônio Schank viera para inibir a força do adversário no meio de campo. Avançara a marcação defensiva para encurtar os espaços no setor. Deixou espaços a contragolpes. O resultado de quatro a zero resumiu o tamanho do rombo tático e técnico. Os baixinhos frenéticos enlouqueceram a torcida. Especialmente o artilheiro Da Silva, um centroavante com habilidade para jogar fora da área, construindo jogadas e penetrando em velocidade com a bola colada aos pés. O mesmo Da Silva que jogou no Santos dos bons tempos e também fez carreira em Portugal.
Distribuidor de rifas
Para se manter num futebol de poucas alternativas de receitas e, principalmente, sem um calendário que favorecesse continuidade de atividades ao longo dos anos, o Santo André sempre recorreu a campanhas especiais. O presidente Breno Manoel Gonçalves marcou passagem como um dos mais importantes dirigentes do clube entre outras razões porque estimulou a divisão de responsabilidades pelos recursos financeiros. Dono de concessionária em São Paulo, Breno promovia permanentes rifas a cujo ganhador era reservado um veículo zero quilômetro. O dirigente morto no começo dos anos 2000 ficava com a maioria das cartelas para dar exemplo de compromisso com o clube. Não havia quem entre conselheiros deixasse de se empenhar nas vendas. O lucro era potencializado porque o veículo saia a preço de custo.
Invencibilidade detonada
A campanha do Santo André na Segunda Divisão de 1995 foi perfeita na fase classificatória. Acumulou invencibilidade de 24 jogos, dos quais 12 vitórias e 12 empates. Tudo parecia delineado para a equipe finalmente voltar à Primeira Divisão. Mas aí, no quadrangular decisivo, no jogo com o Ituano, no Interior, o arbitro José Roberto Godoy distribuiu cartões amarelos e vermelhos aos borbotões ao Santo André. Minou a força coletiva da equipe que tinha no atacante Jorginho um dos pontos de equilíbrio. A derrota foi fatal. O Santo André continuou na fila do Acesso.
Rebaixamento vira acesso
Não havia quem fosse otimista para negar as evidências: o Santo André estava mal das pernas, sem esquema tático confiável, com jogadores desacreditados, e cada vez mais caindo literalmente na tabela. Já flertava com a zona de rebaixamento. Até que contratou o técnico Toninho Cecílio, um especialista motivacional capaz de no curto prazo reestruturar uma equipe a ponto de torná-la prova viva de que tudo é possível no futebol. Pois foi com Toninho Cecílio e um sistema tático ultradefensivo, guerrilheiro, pragmático, que o Santo André chegou em oitavo (e última vaga) ao final da fase classificatória e, nos jogos de mata-matas seguintes, destruiu todos os adversários, inclusive o campeão de pontos até então, o São Caetano, e chegou ao título contra o Mirassol fora de casa. Tudo isso em 2015.
Luta pelo Acesso
A luta do Santo André pelo acesso é rotina que se pratica dentro de campo por conta da instabilidade de rendimento das equipes que prepara a cada temporada. Subir para cair e subir de novo faz parte da história do Santo André. Mas a regulamentação da Lei do Acesso no futebol paulista se deve muito ao então presidente do clube, Wigand Rodrigues dos Santos. Ele não se conformava com o que chamava de falta de objetivo para quem entrava em campo e não constava da lista dos clubes de elite do futebol paulista. Até eventos ligados à temática foram realizados em Santo André. O título da Segunda Divisão de 1975, contra o Grêmio Catanduvense, foi uma frustração fora de campo porque não habilitou o Santo André à Primeira Divisão. Tudo estava no regulamento, mas não faltou pressão de Wigand. Até que, antes que aquela década se encerrasse, a FPF introduziu a medida. O Santo André só subiu em 1981.
Uma troca providencial
Era preciso dar um choque no elenco. O empate em casa na penúltima rodada com o Botafogo da Paraíba fora um desastre. Jogara a definição do acesso à Série B do Campeonato Brasileiro de 2003 para Campina Grande, contra o Campinense. Havia duas vagas em disputa. Um empate ou uma derrota seria fatal. O presidente Jairo Livolis não teve duvidas: trocou o sempre cauteloso técnico Luiz Carlos Martins, hoje no São Caetano, pelo tempestuoso e muitas vezes imprevisível Luiz Carlos Ferreira. O Santo André substituiu um congelador por um micro-ondas tático três dias antes da decisão da vaga. Deu certo. De virada, venceu de dois a um e caiu nos braços do povo ao regressar da Paraíba naquele final de 2003. Um desfile em carro aberto dos de bombeiros foi saudado pela população no trajeto até o Estádio Bruno Daniel.
Quem ganhou, ganhou
Quando o técnico Sebastião Lapola foi contratado para dirigir o Santo André na Segunda Divisão de 1981, uma frase se fez ouvir e ganhou manchetes de jornais: “Quem ganhou, ganhou, quem não ganhou não ganha mais”. Se pecou pela originalidade, a máxima virou profecia. O ex-zagueiro que durante muitos anos jogou no Ramalhão, levou a equipe ao título do Acesso. Acabou com uma longa fila de espera que poderia ter sido abreviada em 1975 se o título da competição valesse mais que apenas cada ponto disputado.
Zombando dos palmeirenses
O centroavante Nunes não perdoou a torcida do Palmeiras que lotava naquele começo de 2003 o Pacaembu na final da Copa São Paulo de Futebol Junior. Depois de marcar um gol que decidiu a disputa de pênaltis e levou a equipe a conquistar um título inédito, comemorou em forma de zombaria. Imitou um porco. Nunes o fez não só pela vibração natural de artilheiro: carregava no peito e jamais negou uma paixão pelo São Paulo, time pelo qual jamais chegou a vestir a camisa. A conquista da Copa São Paulo coroava o trabalho de formação de valores no próprio clube. O Projeto Jovem Santo André dava frutos, mesmo com todos os percalços financeiros e estruturais.
Troca de distintivo
O empresário Acyr de Souza Lopes fez em meados dos anos 1970 o que somente os pouco ajuizados aceitariam: diante do desespero do presidente Wigand Rodrigues dos Santos, que não via mais perspectiva para evitar a dissolução do clube, aceitou a presidência. Fez exigências e tomou as devidas cautelas. Até o dístico do clube, semelhante ao oficial do Município, foi trocado. Entraram estrelas do Cruzeiro do Sul, réplica do Cruzeiro de Belo Horizonte. O verde e o amarelo originais da fundação do Santo André foram trocados em campo pelo azul e branco que prevalecem até hoje. E o Santo André Futebol Clube virou Esporte Clube Santo André. Tudo em nome da sobrevivência.
Claudio Coutinho de olho
Souza era um meio-campista elegante. Tinha passadas largas e certa disposição de ingressar na área adversária. Era lento a olhos leigos. Ajudava a defesa, arrumava o meio de campo e ainda encontrava tempo para atacar. Nos dias de hoje, em que jogadores comuns viram craques nas mãos de empresários espertos e dirigentes prontos a dar satisfação à torcida, Souza teria uma carreira de exportação. Hernandes, do São Paulo, passou pelo Santo André discretamente, jogando como lateral-esquerdo. Não tinha o talento de Souza nem para jogar sem bola. Souza impressionava de todas as formas. Claudo Coutinho, então técnico da Seleção Brasileira, manifestara interesse em tê-lo na equipe. O treinador morreu afogado e Souza jamais chegou ao estrelato mais que anunciado. Um dos maiores craques da história do Santo André hoje é técnico do São Bernardo Futebol Clube.
Maior artilheiro da equipe
Foram 63 gols no Santo André. Tulica era um centroavante forte, alto. A mobilidade restrita era compensada com a arte de posicionar-se sempre bem, principalmente fora do raio de ação dos zagueiros de área e, também, metendo-se defesa adentro a fim de confundir a marcação. A quem caberia a responsabilidade individual de contê-lo quando se enfiava entre os zagueiros? Tulica cabeceava como poucos. Aliava estatura e impulsão. Chegou a jogar no Fluminense. A bebida entrou na vida de Tulica como um zagueiro truculento a agredi-lo permanentemente. Morreu aos 60 anos depois de passar algum tempo como professor de equipes de base do Santo André. A elegância de centroavante que evita o choque como sobrevivência na área não é comum nestes tempos em que o futebol virou negócio. Tulica parecia jogar em câmara-lenta. Apenas uma impressão que ele mesmo tratava de desfazer dando o golpe fatal em forma de gols ou de passes caprichados a algum companheiro sempre livre.
Recordista em jogos
Arnaldo ou Arnaldinho, tanto faz. Esse ex-meia-atacante que disputou o maior número de jogos pelo Santo André, 470 em 10 anos, compôs com Fernandinho, Bona e Da Silva o quarteto mais fantástico da história do clube. Eles se entendiam no olhar. Ocupavam espaços democrática e inventivamente construídos durante cada jogo, embora aperfeiçoados nos treinamentos. Pareciam nascidos para jogarem juntos, como irmãos siameses em dobro. Arnaldinho era menos criativo do que persistente, técnico, concentrado. Foi criado no próprio Santo André. De ponta-direita virou meia-atacante. Frequentava mais o setor à direita. Era uma espécie de falso ponteiro. Fez 50 gols com a camisa do Santo André. Geralmente da entrada da área. Sobretudo por unir precisão e colocação, em vez de força.
Clube dos clubes
Talvez o Santo André tenha cometido pecado capital ao não explorar uma verdade histórica que poderia ser sempre catapultada como marketing à multiplicação de apoio. A fundação do clube há 50 anos sob a luz de velas na Praça 18 do Forte, na sede do Tiro de Guerra, contou com maciça participação de representantes de clubes amadores da cidade. Todos mobilizados pelo então presidente da Liga de Futebol, Wigand Rodrigues dos Santos. A chuva forte com queda de energia prenunciava futuro de contratempos e de superação. “Clube dos clubes” de Santo André, o representante da cidade no futebol profissional poderia usar mais essa máxima para voltar às raízes que o concebeu.
Conselho da Salvação
Quando o empresário Acyr de Souza Lopes decidiu deixar o Santo André na segunda metade dos anos 1970, o fantasma do encerramento de atividades voltava a ameaçar o clube. Foi aí que entrou em campo o chamado Conselho da Salvação, formado emergencialmente por grupo de torcedores e conselheiros que se reuniam no Bar do Hilário. Eram tempos em que uma equipe de futebol não custava tanto quanto agora, mas, em contraposição, as alternativas de receitas eram limitadíssimas. O marketing praticamente não existia no futebol. A televisão ainda não descobrira o futebol como filão de audiência de investimentos publicitários. Do Conselho de Salvação saiu o nome de Celso Vidal Lara, presidente de uma cooperativa de consumo mais tarde incorporada pela Coop. O Santo André salvara-se mais uma vez do obituário.
Caravanas de torcedores
Em 1981 – e também dois anos antes, quando chegara ao quadrangular final – o Santo André levou mais de 70 mil torcedores aos cinco jogos que disputou na Capital na fase final regional e na fase final estadual da Segunda Divisão. Dois contra o Paulista de Jundiaí e três contra o XV de Piracicaba. A mobilização que jamais se repetiu contou com o apoio de empresários de ônibus da cidade, dois dos quais ligados ao clube, casos de Lourival Passarelli e Duílio Pisaneschi, que, em seguida, em eleições regulares ou de forma interina, assumiram a presidência do clube. No terceiro jogo da final contra o XV de Piracicaba, numa noite de quarta-feira, compareceram mais de 16 mil torcedores, a maioria de Santo André.
Tradição do hino
Quando o Santo André derrotou o Flamengo em pleno Maracanã na final da Copa do Brasil de 2004 não faltaram jornalistas para documentar com estupefação uma tradição que o clube já exibira em tantas outras situações, embora menos retumbantes. Jogadores, comissão técnica e dirigentes abraçados nos vestiários a cantar integralmente o hino do clube. Uma comunhão que resiste ao tempo e às substituições no elenco. Cantar o hino nos vestiários é doutrina do clube. Uma cláusula pétrea informal, porque não consta do estatuto. Passa-se ao longo de cada ano a cultura daqueles versos entoados pela primeira vez durante as comemorações do título do Acesso à Primeira Divisão de 1981, de autoria do maestro José da Conceição, morador de São Bernardo. “Santo André do coração, és dos clubes o maior, uma equipe de valor para defender nosso futebol”...
Resistência à política
O Santo André jamais deixou de passar por sobressaltos econômicos. Mas sempre encontrou saída providencial. O peso da emoção sempre se fez presente. E resistiu bravamente à partidarização política, embora não fechasse e não pudesse fechar as portas aos administradores públicos. A direção do clube jamais foi entregue à política. Aproximou-se dos mandatários de plantão para contrabalançar, de alguma forma, a desvantagem da proximidade dos grandes clubes da Capital em preferência popular. Contar com o Poder Público como parceiro de jornada sem entregar a rapadura do comando do clube é uma das virtudes dos dirigentes que durante todo esse tempo comandaram o Ramalhão.
Torcida resiliente
Nos anos 1970 o Velho Borracha, negro sempre alegre, simbolizava a torcida do Santo André. Depois vieram Esquerdinha e outros integrantes de torcidas organizadas. A resiliência do Santo André em manter-se vivo nas arquibancadas, mesmo com todos os entraves, é um fenômeno. O Velho Borracha traiu o clube ao bandear-se para o Saad, de São Caetano, é verdade. Mas é uma exceção à regra. Sem mídia de massa para alçar a equipe ao noticiário diário, como as equipes de Campinas e de outras regiões com retransmissoras de televisão de veículos nacionais, o Santo André encontra dificuldade adicional ao adensamento de torcida. O calendário para quem não está no circuito da Confederação Brasileira de Futebol também cerceia a expansão popular. Mesmo assim o Santo André conta com a maior torcida da região. Comprovadamente. O São Bernardo viveu período de anabolismo sustentado por empresas que compravam ingressos distribuídos gratuitamente nas periferias, sempre com o apoio do Poder Público.
Extremos presidenciais
O Santo André viveu a partir de 2007 e durante cinco anos um regime de privatização comandado pelo empresário Ronan Maria Pinto, presidente do Diário do Grande ABC. Nesse período, a direção do Santo André ficou restrita ao Parque Poliesportivo. O presidente Jairo Livolis imaginou espécie de terceirização controlada pelo clube para potencializar recursos financeiros de um grupo de investidores. Faltou combinar com Ronan Maria Pinto que, em pouco tempo, enlaçou todo o poderio do Ramalhão. Foi o melhor presidente da história do clube dentro de campo – levou a equipe à Série A do Campeonato Brasileiro – mas também o pior dentro de campo – o time foi seguidamente rebaixado até ser excluído do circuito nacional. Ao final da jornada, o Esporte Clube Santo André voltou para o comando de origem. As dívidas financeiras ficaram para o Saged – Santo André Gestão Empresarial e Desportiva.
Uma ponte cultural
Ainda não se chegou ao estágio de integração desejada – embora não tenham faltado tentativas mesmo que pouco estruturadas – mas o Santo André é a única agremiação da cidade representado nas duas metades de um Município que ainda conserva ranços de divisionismos entre o primeiro e o segundo subdistrito. Com o Estádio Bruno Daniel na Vila Pires e o Parque Poliesportivo no Parque Jaçatuba, a agremiação construiu uma ponte cultural pouco explorada como elemento de marketing.
Formação de atletas
São inúmeros os jogadores formados na base do Santo André ou que chegaram ao clube desconhecidos. Ricardo Goulart é um deles, assim como Antônio Flávio, Makelelê, Pará, Williams, Richarlyson, Alex Bruno, Rodrigo Sá, Júnior Costa, Nunes, Fábio Reis, Ramalho, Adauto, Fábio Santos e tantos outros. Para um clube que não conta com o benefício de televisão de massa e que está instalado numa região à sombra da maior capital brasileira, o trabalho de revelação de jogadores exige muito mais esforço diretivo. Disputar a principal competição estadual do País – na qual a equipe está inserida à próxima temporada, assim como participou da competição deste ano – é imprescindível. Mas seria bem melhor se o calendário do segundo semestre reservasse uma vaga na Série B do Campeonato Brasileiro, antessala privilegiada dos agentes profissionais em busca de revelações.
Só atrás do Timão
Quando disputou a Série B do Campeonato Brasileiro em 2008 o Santo André então presidido por Ronan Maria Pinto viveu grandes momentos. Tanto que na classificação final só ficou atrás do campeão Corinthians. Superou inúmeros clubes de prestígio. A equipe ganhou 68 pontos, um a mais que o Avaí, que ficou em terceiro. Marcou 71 gols (contra 79 do Corinthians de Mano Menezes) e sofreu 45 (contra 29 do Corinthians e 40 do Avaí). Marcio Mixirica foi o artilheiro da equipe com 13 gols. O artilheiro do campeonato foi Tulio Maravilha, do Goiás, com 24 gols. No ano seguinte o Ramalhão voltou à Série B ao ficar em 18º lugar na classificação da Série A, com 41 pontos ganhos -- mais que os 38 do Náutico e os 31 do Sport Recife e menos que os 45 do Coritiba, todos rebaixados.
Recuperação fantástica
O Santo André que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro de 2004 perdeu o equivalente a 17,39% dos pontos em disputa por conta de escalação irregular de um jogador em dois jogos, detectada pela CBF. A competição com 24 equipes foi disputada em três fases, a primeira das quais de classificação. Os seis últimos colocados foram rebaixados automaticamente à Série C. Ao perder 12 dos 69 pontos em disputa, o Santo André ficou com a corda no pescoço. Os 12 pontos equivaleriam a 20% do total do Brasileiro da Série B deste ano, de 20 equipes e disputa de 38 jogos em dois turnos. No caso do Santo André, foi uma catástrofe ainda maior: foram disputadas apenas 23 rodadas. Ao final da etapa de classificação o Santo André somou 29 pontos. Ficou três acima do Remo do Pará, que abriu a zona de rebaixamento. Com os 12 pontos perdidos fora de campo, teria somado 42. Tanto quanto o Ituano, quarto colocado, e ficaria apenas quatro abaixo do Brasiliense, que liderou a etapa. Não fosse o contratempo, teria disputado a etapa seguinte. E mesmo com 12 pontos a menos ficou a apenas um do Anapolina, oitavo colocado e classificado à segunda fase. Seria pedir demais que superasse também essa barreira.
O título dos títulos
Seria chamado de maluco de pedra quem ousasse algum dia em qualquer circunstância, mesmo numa festa regada a muita cachaça, dizer que o Santo André seria campeão nacional diante do Flamengo num Maracanã lotado. Naquele 30 de junho de 2004 está registrada a maior de todas as façanhas do clube: vitória de dois a zero contra os cariocas na decisão da Copa do Brasil. O Santo André juntava-se ao Criciúma e mais tarde o Paulista de Jundiaí acrescentara-se à lista de campeões improváveis da segunda competição mais importante do calendário nacional. O jogo transmitido ao vivo pela Globo colocou definitivamente o Santo André no mapa nacional de futebol. Sobretudo porque venceu um adversário com entranhamento popular nos mais remotos vilarejos do País. O técnico Péricles Chamusca e o auxiliar-técnico Sérgio Soares, que acabara de encerrar a carreira de médio-volante, sabiam que o Flamengo teria forças físicas esgotadas no segundo tempo. E não deu outra. No primeiro jogo, no Parque Antártica, o empate de dois a dois parecia encaminhar o título ao Flamengo.
Vice-campeonato lamentado
O Santo André conquistou o vice-campeonato em 2010 da Primeira Divisão de São Paulo (Série A ou Séria A2) numa memorável final diante do Santos dos emergentes Ganso e Neymar. Mas a atmosfera de frustração nos vestiários e nas arquibancadas prevaleceu, em contraste com a festa santista. Um gol mal anulado pela bandeirinha impediu que a desvantagem de três a dois no primeiro jogo se convertesse em vitória por dois gols de diferença na revanche. Um chute de Rodriguinho na trave, no último lance do jogo, deu mais dramaticidade à frustração do Santo André.
Dois pênaltis perdidos
O lateral-direito Robertão jogava com tamanha elegância que não seria exagero se, no mesmo horário em que defenderia o Santo André, resolvesse desfilar como manequim. Alto, forte, Robertão sugeria estar em profissão errada até que a bola rolasse. Tinha a calma de monge budista, passadas largas de panteras, senso de colocação dos bons observadores e ainda finalizava com força. A frieza o tornava referencial quase de exceção numa equipe de futebol que, como a maioria, move-se numa mistura de adrenalina e sensibilidade para entender os desígnios da bola. Robertão entrou para a galeria do Santo André como um dos maiores laterais da história. E também porque, num jogo com o MAF de Piracicaba, pela Segunda Divisão, perdeu duas penalidades máximas, defendidas pelo goleiro. Uma praticamente seguida da outra. Ele caminhou em direção à bola como se estivesse numa passarela. Chutou sem muita potência nas duas vezes. Deixou o gramado ao final do jogo em que o Santo André venceu o adversário como se nada ocorrera. Parece não haver outro registro em 50 anos de clube de caso semelhante. Perder dois pênaltis num mesmo jogo é uma façanha.
Baixada de reforços
O Santo André dos primeiros tempos mantinha relações próximas com o Santos. Sempre que precisava de reforços para disputar a Segunda Divisão, lá estavam alguns jogadores emprestados. No fundo, os santistas usavam o Santo André para experimentar talentos que brotavam na Vila Belmiro. Jogaram no Santo André Pitico, Murias, Nelsi (mais adiante jogador do Cosmos de Nova York), Djalma Duarte, Toninho Vieira e tantos outros. O conselheiro Paulo Roberto Dias, advogado em Santo André, intermediava as transferências temporárias. Na medida em que o Santo André decidiu investir na formação de jogadores o fluxo se reduziu. Na Série A do Paulista deste ano havia um representante da operação Planalto-Baixada, o meia-atacante Serginho. Aos poucos o Santo André percebeu que investir em matéria-prima de terceiros pode resolver ou minimizar problemas momentâneos, mas não guarda nenhuma relação com o médio e o longo prazos.
Veteranos famosos
O Santo André também utilizou ao longo dos tempos jogadores veteranos de grandes clubes paulistas e brasileiros. Marcelinho Carioca é a estrela mais recentemente contratada, durante a gestão do presidente Ronan Maria Pinto à frente da Saged, empresa que privatizou o Santo André durante cinco anos. Luiz Pereira, Wladimir, Zé Carlos Santista, Marcio Fernandes, Galeano, Bigu e tantos outros aparecem na lista de reforços. Havia subliminarmente outra mensagem, além de reforço técnico, para trazer jogadores que ganharam manchetes durante muitos anos: atrair torcedores de times grandes da Capital que ainda não tinham despertado interesse pelo Santo André. A nova face do futebol em que investimentos na base podem gerar recursos financeiros com o aproveitamento de talentos na equipe principal reduziu a modalidade de custos sem perspectiva de retorno financeiro.
Neneca milagreiro
O Santo André que chegou ao titulo de vice-campeão da Série B do Campeonato Brasileiro de 2008 tinha Marcelinho Carioca como grande estrela. Mas o herói do campeonato atuava no gol: Neneca. O desempenho do goleiro, que nos últimos anos passou a defender o Botafogo de Ribeirão Preto com destaque semelhante, pesou consistentemente nos resultados. Leiam um trecho do que escrevi nesta revista digital em 17 de março de 2009: “A velha máxima de que uma grande equipe começa com um grande goleiro é mais que perfeita no caso do Ramalhão: Neneca é impressionantemente bom há três temporadas. Não há outro jogador no elenco, mesmo Marcelinho Carioca da temporada passada no Brasileiro, muito melhor do que no Paulista, que lhe chegue aos pés. (...) Mesmo assim, para amenizar as dificuldades defensivas, Neneca é insuperável e a explicação para o fato de a equipe ter uma das defesas menos vazadas”.