sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Santo André e a segunda ponte que cai

Por Fabio Picarelli, Advogado e Conselheiro Estadual da OAB por Santo André

A reboque do fenômeno Dória em São Paulo, as ações de marketing da Prefeitura Municipal de Santo André sinalizam para o uso recorrente das redes sociais para “informar” sobre ações como limpeza de parques ou uma vistoria na abandonada Chácara Baronesa. Ciente dos problemas ali encontrados, evidentemente, afinal muitos dos gestores faziam parte da administração passada, o uso de mídias sociais demonstra de forma instantânea quais são as prioridades da municipalidade “em tempo real”, evidenciando um dinamismo que anima o cidadão, que clama por ações e resultados no seu cotidiano.

Seria louvável, se a nossa realidade fosse igual àquela encontrada na principal cidade da América do Sul, que está entre as três principais metrópoles do mundo. Santo André tem feridas abertas e problemas estruturais sérios, principalmente no que se refere a total falta de investimentos em grandes obras viárias e de infraestrutura.

Picarelli: "mais ação, menos marketing" | Foto: Arquivo

Nesta semana, enquanto o marketing caminhava a passos largos na internet, ocorreu um sério problema no principal acesso ao bairro Campestre e via Anchieta, na ponte da rotatória da Avenida dos Estados, próximo à estação de trem Prefeito Saladino. O Departamento de Trânsito no fim da noite de 17/01 interditou a ponte porque o asfalto cedeu. População em geral e principalmente os moradores do segundo subdistrito sentiram-se prejudicados e atrasaram os seus horários de trabalho. Graças a Deus não ocorreram vítimas.

O problema não é novidade. Na gestão passada, outra ponte sobre o rio Tamanduateí na Avenida dos Estados, localizada entre os viadutos Adib Chammas e Pedro Dell’Antonia, cedeu em decorrência do mesmo fato gerador. A obra contratada de forma emergencial demorou seis meses para ser entregue e custou aproximadamente R$ 5 milhões aos cofres do município.  

Mas não foi feita nenhuma manutenção preventiva nas outras alças de acesso. Sem planejamento, vamos remendando a cidade. Enquanto isso o caos no trânsito fica por conta da população e a queda da ponte vai pra conta de São Pedro e das chuvas de verão. 

Como se vê as ações publicadas nas redes sociais causam pouco impacto na vida do cidadão mais simples e são mera obrigação do Poder Executivo. 

Queremos uma Santo André mais limpa, Unidades de Saúde que funcionem, ruas sem buracos, Transporte Coletivo com preço justo. Sem falar nas Creches e Escolas Municipais onde os alunos tenham uniforme e merenda escolar de qualidade. Jogar a culpa em governos anteriores já não cola. Mais ação, menos marketing!



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