quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Atrair indústrias deve ser prioridade, defende Primavera

Por Vitor Lima

Um dos três partidos que concorrem a Prefeitura de Santo André com chapa pura nas eleições deste ano, é o Solidariedade (SDD). O ex-vereador Gilberto Wachtler, mais conhecido como Gilberto Primavera, concorre como candidato a vice-prefeito de Ailton Lima que, pela primeira vez, tenta chefiar o Executivo andreense. Primavera, 51 anos, recebeu a reportagem do Ponto Final em seu escritório no Parque Capuava para bater um papo sobre as principais demandas da cidade e os projetos que serão realizados, caso a chapa seja a vencedora em 2 de outubro. Confira a entrevista exclusiva a seguir:

Gilberto Primavera ressaltou o bom relacionamento entre ele e Ailton Lima | Foto: Vitor Lima

Ponto Final: O que foi relevante para o senhor aceitar a dobradinha com o Ailton?
Gilberto Primavera: Dos candidatos que estão aí, alguns têm o meu respeito e outros não. O Ailton reúne uma série de qualidades. Ele é empresário, empreendedor, tem a forma de gestão que eu acho legal que um político tenha. Ele é uma pessoa íntegra, uma pessoa que não tem vícios nem costumes ruins, é um cara família. Eu conheço o Ailton há muitos anos. Sei que é uma pessoa de extrema confiança, uma pessoa justa. Dificilmente outras pessoas reúnem tantas qualidades. Eu simpatizo muito com o perfil dele.

PF: Em um possível mandato, como o senhor pretende ajudá-lo? Assumirá alguma secretaria?
GP: Eu não tenho pretensão alguma de secretaria. O que a gente vem conversando desde o começo, é que eu tenho alguns projetos e eu não abro mão de desenvolvê-los no nosso governo. E ele não se opôs a isso. Ele me deixou bem tranquilo, para que a gente pudesse fazer um trabalho realmente em conjunto. Eu acredito muito nisso, nessa sinergia entre nós. O perfil dele é muito parecido com o meu, um perfil administrativo. Acho que a gente não terá problema. Então estarei aí para somar. Eu compartilho com todos os projetos do Ailton, participei ativamente do plano de governo que aí está. Eu até convido as pessoas a entrarem no site do Ailton e ver a profundidade que é o nosso plano de governo e comparar, inclusive, com o de outros candidatos. Foi um plano de governo que foi realmente executado por profissionais, por pessoas especializadas. E eu tenho essa comunhão com o Ailton em relação a executar o máximo de projetos possíveis para a cidade de Santo André. 

PF: No plano de governo, os senhores ressaltam que Santo André sofre há bastante tempo com a evasão de empresas e com a queda na arrecadação. O que fazer para reverter este cenário? 
GP: Santo André era a segunda cidade mais rica do estado e hoje é a 24ª, perdemos para Hortolândia, Indaiatuba... Nós temos que fazer o que os outros fizeram e a gente ficou para trás. É um plano de incentivo fiscal, realmente estender o tapete para os empresários, para as empresas, mostrar que eles são bem quistos aqui. Cuidar da infraestrutura da cidade, porque não adianta você tentar trazer uma empresa tendo o seguro de veículo mais caro do Brasil, você assusta qualquer um. Não adianta querer ter a indústria aqui, se você tem a cidade mais violenta do grande ABC nos últimos 10 anos como é Santo André. Então nós temos que fazer a lição de casa, controlar as divisas que a gente tem. Fazer um trabalho muito bem feito na questão da Segurança, na questão da Saúde, aparelhar a cidade para que a cidade fique viável. Desenrolar este gargalo do trânsito da cidade. Na questão da mobilidade nós temos aqui muito próximos a Avenida Cupecê, o Rodoanel, a Anchieta, a Imigrantes, mas o nosso problema é interno. A cidade não destrava. Em compensação nós temos linha férrea, nós temos acesso fácil ao porto de Santos, nós estamos numa localização invejável. É mal gerida, mal gerenciada, principalmente na questão de obras urbanas.

PF: Os senhores têm algum projeto para mudar este panorama?
GP: Temos vários projetos para tirar este nó da cidade. Nós temos planejamento de curto, médio e longo prazo. Não dá para falar que nós vamos resolver isso de um dia para o outro, mas nós temos planejamento.

PF: Historicamente o 2° Subdistrito recebe menos investimentos do Executivo. Quais ações os senhores planejam para esta região?
GP: Eu nasci no 2° Subdistrito. O Ailton praticamente nasceu aqui, ele veio do Nordeste muito pequeno e ficou no Subdistrito e está aqui até hoje. Nós temos empresas nesta região, então a gente conhece muito bem a realidade daqui. Não tenha dúvida que nós vamos trabalhar com uma força muito grande para integrar o Subdistrito ao Centro e isso começa com os viadutos. É uma atrocidade o viaduto chegar ali e não atravessar como é hoje. Ele ficar do lado de lá do rio criando esse transtorno todo. Não tenha dúvida que nós vamos tratar o 2° Subdistrito com um carinho muito grande, que ele merece. E quando você enriquece esta área na questão de Saúde, Educação e mesmo com a Segurança, você evita que as pessoas fiquem atravessando para lá sem necessidade. Então você tem que criar centros bem desenvolvidos aqui para que a população se satisfaça com isso. 

PF: Considerações finais.
GP: Eu tenho certeza que eu e o Ailton vamos tratar Santo André com uma gestão empresarial, como se fosse uma empresa, algo que está faltando. Em Santo André, as pessoas nunca gerenciaram, não têm o menor tato com o empreendedorismo, com o administrativo, são pessoas que não sabem o que estão fazendo. E isso levou a cidade ao caos econômico que ela vive hoje. Esses dias foi a Labortex, a mais nova empresa que caiu fora levando mais 300 funcionários. Então, a gente vem assistindo a isso passivamente, empresas saindo de Santo André e nós estamos aí perdendo emprego. Eu ouço de um candidato que ele vai transformar uma área de Santo André, acho que é a Industrial, numa 25 de março, aí assusta. Pera aí. Onde está o senso empreendedor de um candidato deste? Não existe. É uma coisa fora de contexto, o comércio gera pouco, ele não traz riqueza. O comércio e serviço não são a base da economia para uma cidade. Nós precisamos trazer de volta as pequenas, médias e grandes indústrias, criar incentivo, falar que a gente tem interesse nelas sim, fazer a cidade rodar novamente. Uma cidade com emprego é uma cidade em que a Saúde flui melhor, o ânimo flui melhor, a evasão das pessoas diminui, os aluguéis acabam acontecendo, tudo acontece quando tem emprego. O que não pode é a cidade perder a cada dia que passa os empregos que estão dotados aqui, não dá mais para admitir. A indústria tem papel fundamental porque ela dá alimentação, ela dá cesta básica, ticket refeição, ela paga melhor, dá plano de saúde. Hoje o gasto per capto de Santo André na Saúde é de R$ 650 reais por habitante. Se eu pegar a idade máxima e mínima e fizer a média, eu dou Sulamérica para todos habitantes do município. Olha o que é gasto: R$ 650 para a gente receber essa porcaria em troca. É falta de gerenciamento, falta de cuidado.



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