A pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada anualmente pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), aponta que o trabalhador paulista desembolsa, em média, R$ 34,67 para almoçar fora de casa. O preço está ligeiramente acima da média nacional, de R$ 34,84 e da média apurada no Sudeste, que foi de R$ 35,72. O estudo foi feito em 22 Estados e no Distrito Federal, num total de 51 municípios, e coletou quase 6,2 mil preços de pratos, no período de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019.
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| Em Santo André, gasta-se, em média, R$ 38,98 para comer fora de casa | Foto: Reprodução | 
Resultados da pesquisa
Os preços da alimentação variam muito de cidade para cidade e refletem a realidade econômica local. “É importante ressaltar que a pesquisa é um retrato do momento avaliado. As oscilações podem mostrar reposição de perdas nos anos anteriores ou acomodação dos valores de acordo com o momento econômico vivido em cada município”, comenta Jéssica.
Apesar de ser a cidade mais rica, o preço do almoço na capital paulista manteve-se quase estável de um ano para outro. Municípios que apresentaram melhores índices de geração de emprego e renda como São José dos Campos, Osasco e Taboão da Serra, por exemplo, perceberam uma maior variação. Outras cidades apresentaram diminuição de preços, como Guarulhos, Ribeirão Preto e Sorocaba, entre outras. “O País vem atravessando uma fase de econômica pouco aquecida, o emprego e a renda ainda não se fortaleceram e isso afeta diretamente o desempenho dos estabelecimentos. Mais do que qualquer outro segmento, restaurantes são sensíveis a qualquer oscilação”, pondera a diretora-executiva da ABBT. Acompanhe as variações pela tabela abaixo:
| 
2017 | 
2018 | 
Variação | |
| 
BRASIL | 
34,14 | 
34,84 | 
2,1% | 
| 
SUDESTE | 
34,49 | 
35,72 | 
3,6% | 
| 
Santo André | 
33,97 | 
38,98 | 
14,7% | 
| 
Campinas | 
34,43 | 
37,81 | 
9,8% | 
| 
Barueri | 
38,20 | 
37,59 | 
-1,6% | 
| 
Taboão da Serra | 
28,97 | 
37,47 | 
29,3% | 
| 
São Caetano do Sul | 
33,24 | 
36,60 | 
10,1% | 
| 
Jundiaí | 
35,79 | 
35,23 | 
-1,6% | 
| 
Ribeirão Preto | 
36,77 | 
35,09 | 
-4,6% | 
| 
Santos | 
35,58 | 
34,90 | 
-1,9% | 
| 
São Paulo | 
34,33 | 
34,58 | 
0,7% | 
| 
São José dos Campos | 
27,19 | 
34,00 | 
25,1% | 
| 
Osasco | 
28,84 | 
32,52 | 
12,8% | 
| 
Sorocaba | 
31,97 | 
31,32 | 
-2,0% | 
| 
São Bernardo do Campo | 
31,59 | 
30,46 | 
-3,6% | 
| 
Guarulhos | 
32,40 | 
29,96 | 
-7,5% | 
| 
Diadema | 
27,24 | 
28,85 | 
5,9% | 
Comparativos com outras regiões e cidades 
A pesquisa retrata os preços médios da refeição nas cinco regiões brasileiras. O Sudeste se mantém como a região mais cara para almoçar fora de casa. Apesar de o aumento do custo no preço dos alimentos ter sido o principal responsável pela inflação no ano passado, o reajuste do preço médio do almoço do trabalhador no País ficou em 2,1%, abaixo do índice de 3,75% apurado pelo IPCA/IBGE no mesmo período. Veja a tabela:
| 
2017 | 
2018 | 
Variação | |
| 
BRASIL | 
34,14 | 
34,84 | 
2,1% | 
| 
SUDESTE | 
34,49 | 
35,72 | 
3,6% | 
| 
SUL | 
33,48 | 
34,18 | 
2,1% | 
| 
CENTRO-OESTE | 
32,87 | 
35,16 | 
7,0% | 
| 
NORTE | 
32,77 | 
33,74 | 
3,0% | 
| 
NORDESTE | 
33,39 | 
32,66 | 
-2,2% | 
Veja como se comportaram os preços de todas as cidades pesquisadas na região Sudeste:
| 
2017 | 
2018 | 
Variação | |
| 
BRASIL | 
34,14 | 
34,84 | 
2,1% | 
| 
SUDESTE | 
34,49 | 
35,72 | 
3,6% | 
| 
Serra (ES) | 
28,97 | 
43,21 | 
49,2% | 
| 
Vitória (ES) | 
36,45 | 
42,54 | 
16,7% | 
| 
Niterói (RJ) | 
39,88 | 
40,08 | 
0,5% | 
| 
Vila Velha (ES) | 
38,82 | 
39,85 | 
2,6% | 
| 
Rio de Janeiro (RJ) | 
38,97 | 
39,74 | 
2,0% | 
| 
Santo André (SP) | 
33,97 | 
38,98 | 
14,7% | 
| 
Campinas (SP) | 
34,43 | 
37,81 | 
9,8% | 
| 
Barueri (SP) | 
38,20 | 
37,59 | 
-1,6% | 
| 
Taboão da Serra (SP) | 
28,97 | 
37,47 | 
29,3% | 
| 
Macaé (RJ) | 
35,07 | 
36,81 | 
5,0% | 
| 
São Caetano do Sul (SP) | 
33,24 | 
36,60 | 
10,1% | 
| 
Jundiaí (SP) | 
35,79 | 
35,23 | 
-1,6% | 
| 
Ribeirão Preto (SP) | 
36,77 | 
35,09 | 
-4,6% | 
| 
Santos (SP) | 
35,58 | 
34,90 | 
-1,9% | 
| 
São Gonçalo (RJ) | 
30,53 | 
34,82 | 
14,1% | 
| 
São Paulo (SP) | 
34,33 | 
34,58 | 
0,7% | 
| 
Nova Iguaçu (RJ) | 
35,67 | 
34,32 | 
-3,8% | 
| 
São José dos Campos (SP) | 
27,19 | 
34,00 | 
25,1% | 
| 
Uberlândia (MG) | 
30,31 | 
33,26 | 
9,7% | 
| 
Duque de Caxias  (RJ) | 
31,76 | 
32,80 | 
3,3% | 
| 
Osasco (SP) | 
28,84 | 
32,52 | 
12,8% | 
| 
Sorocaba (SP) | 
31,97 | 
31,32 | 
-2,0% | 
| 
Belo Horizonte (MG) | 
30,79 | 
31,10 | 
1,0% | 
| 
São Bernardo do Campo (SP) | 
31,59 | 
30,46 | 
-3,6% | 
| 
Nilópolis (RJ) | 
28,08 | 
30,16 | 
7,4% | 
| 
Guarulhos (SP) | 
32,40 | 
29,96 | 
-7,5% | 
| 
Diadema (SP) | 
27,24 | 
28,85 | 
5,9% | 
 “Nossa percepção é a de que na maior parte do País, os estabelecimentos optaram por elevar menos ou até mesmo diminuir os preços do cardápio para reter seus clientes” pondera a diretora-executiva da ABBT. Apesar disso, de acordo com o estudo, o valor gasto com o almoço representa 1/3 da renda média do trabalhador. Isso equivale ao desembolso mensal em torno dos R$ 766,00, o que corresponde a 34% do salário médio do brasileiro, atualmente em R$ 2.285,00 no período de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019 (segundo a pesquisa PNAD/IBGE). 
Pela segunda vez consecutiva, Florianópolis (SC) se mantém como a cidade mais cara para almoçar: R$ 43,35. Diadema (SP) é onde o trabalhador gasta menos em comparação a outros municípios: foi a cidade mais barata, com preço médio de R$ 28,85, em 2018. Em 2017, o posto de almoço mais em conta foi de Campo Grande (MS), com R$ 26, 23. Acompanhe os destaques com os maiores e menores preços em algumas cidades pesquisadas:
| 
Cidade | 
Refeição Completa | 
| 
Florianópolis
  (SC) | 
R$ 43,35 | 
| 
Serra
  (ES) | 
R$ 43,21 | 
| 
Palmas
  (TO) | 
R$ 42,79 | 
| 
Vitória
  (ES) | 
R$ 42,54 | 
| 
Niterói
  (RJ) | 
R$ 40,08 | 
| 
Vila
  Velha (ES) | 
R$ 39,85 | 
| 
Rio
  de Janeiro (RJ) | 
R$ 39,74 | 
| 
Santo
  André (SP) | 
R$ 38,98 | 
| 
Campinas
  (SP) | 
R$ 37,81 | 
| 
Barueri
  (SP) | 
R$ 37,59 | 
| 
Média Nacional | 
R$
  34,84 | 
| 
Belo
  Horizonte (MG) | 
R$ 31,10 | 
| 
Jaboatão
  dos Guararapes (PE) | 
R$ 30,91 | 
| 
Curitiba
  (PR) | 
R$ 30,61 | 
| 
João
  Pessoa (PB) | 
R$ 30,58 | 
| 
São
  Bernardo do Campo (SP) | 
R$ 30,46 | 
| 
Manaus
  (AM) | 
R$ 30,17 | 
| 
Nilópolis
  (RJ) | 
R$ 30,16 | 
| 
Guarulhos
  (SP) | 
R$ 29,96 | 
| 
Recife
  (PE) | 
R$ 29,70 | 
| 
Diadema
  (SP) | 
R$ 28,85 | 
Alimentação saudável 
Esta edição da pesquisa ABBT aponta que, para equilibrar os gastos, o trabalhador optou por restaurantes com preço mais acessível, mas sem deixar de lado a preocupação com uma alimentação equilibrada. A maioria dos restaurantes pesquisados registrou aumento na procura por produtos mais saudáveis, como verduras e legumes (55%) e sucos naturais (60%). 
Atualmente cerca de 17 milhões de trabalhadores têm acesso aos benefícios refeição e alimentação, sendo que 80% possuem renda até cinco salários mínimos. O setor engloba as empresas operadoras do segmento de cartões refeição e faz parte do PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador do Governo Federal, criado por lei em 1976, que completa 43 anos em abril: “Antes do PAT, uma parcela expressiva da população era avaliada em estado de desnutrição e subnutrição, o que influía no baixo rendimento. O programa evoluiu e atualmente é um instrumento de desenvolvimento econômico e social”, destaca a diretora-executiva da ABBT.
Metodologia da pesquisa 
A pesquisa avaliou os valores praticados pelos restaurantes, lanchonetes e padarias em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo), executivo (oferece  opção de prato do dia com desconto em relação aos demais apresentados no menu)  e a la carte (ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora). 
 
 
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