Por Carlos A.B. Balladas
Como era esperado, o segundo turno da eleição presidencial brasileira, é uma das mais acirradas desde a redemocratização do País.
A eleição também tornou-se palco para ataques severos entre os dois candidatos. Além de uma disputa para o cargo de presidente, há um disputa para desvendar e tornar público deslizes de ambos os lados. O povo brasileiro, com isso, toma conhecimento dos bastidores do poder no Brasil, o que é concomitantemente estarrecedor e salutar. Um empate neste quesito é a melhor aposta.
Com quatro dias para a abertura das zonas eleitorais para milhões de brasileiros cumprirem sua obrigação cívica, os resultados oferecidos pelos institutos apresentam diferenças gritantes, o que nos leva a inúmeras dúvidas e indagações, as quais não tentaremos responder aqui, pois deveríamos nos ater a análises técnicas maçantes e pouco conclusivas.
Vamos nos deter em hipóteses plausíveis, baseadas nos movimentos dos eleitores e partidos nestas e em outra eleições.
Aécio, como previsto neste espaço, passou para o segundo turno por meio da fragilidade da candidatura de Marina Silva, auferindo milhões de votos de eleitores que desejam derrotar o estabelishment e que perceberam que ela provavelmente não o faria. Somado a isso, a campanha de Dilma Rousseff mirou seus torpedos em Marina na crença que Aécio seria um candidato mais fácil de derrotar.
Qualquer que seja o vencedor na disputa, a diferença entre o vencedor e o perdedor será
menor que 10% dos votos válidos, nisto há consenso.
O que está definindo a adesão de eleitores são os três parâmetros já antevistos neste espaço, ou seja os eleitores da Rede, do PSoL e do esforço do PMDB para as campanhas de Dilma e Aécio, já que o o partido, desde o início está dividido.
As informações que temos é de indefinição dos eleitores da Rede (não confundir com os marinistas), até o momento. Muitos líderes deste grupo pregam o voto nulo. É preciso saber se todos que defendem a existência deste novo partido seguirão este rumo.
O PSoL, saltou do muro e vem pregando um voto crítico em Dilma, o que pode render votos importantes à candidata, e mais, influenciar os simpáticos da Rede.
O PMDB, como sempre, está nas duas canoas. Mas tem candidaturas fortes em apoio à Dilma, como a de Pezão, do Rio de Janeiro, onde há um eleitorado muito fluído, sem consistência ideológica. Este território é fértil para ambos os candidatos. Quem está vencendo por lá é Dilma, segundo pesquisas divulgadas. Nos estados do Sul, o PMDB sempre esteve alinhado ao PSDB, o que dá a Aécio uma grande vantagem, compensando aquela que Dilma tem nas regiões do Nordeste e Norte.
A grande diferença, entretanto, é a militância da esquerda - PT e PCdoB - que ainda mantém a chama de décadas atrás, e que reacendeu apenas neste segundo turno.
Afirmar com absoluta certeza um vencedor neste momento é um exercício de futurologia inócuo, pois ainda há um debate para ocorrer, e repercussões deste pode render votos para o candidato que se sair melhor.
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