Por Carlos A. B. Balladas
Com o objetivo de proporcionar mais
qualidade de vida à população e dar continuidade as mudanças realizadas em São
Bernardo do Campo, o pré-candidato a
prefeito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Tarcisio Secoli, iniciou
um ciclo de debates, no último dia 21, com os segmentos sociais para a
elaboração do programa de governo.
Natural de São Bernardo do Campo, Secoli
é bisneto de imigrantes italianos que
chegaram ao ABC no fim do século XIX. Formado em Economia, o
pré-candidato atuou como secretário de Coordenação Governamental e secretário
de Serviços Urbanos na gestão do prefeito Luiz Marinho, assim, esteve à frente
dos principais projetos realizados no município como, por exemplo, o Drenar de
combate às enchentes.
Em entrevista exclusiva ao Ponto Final, Secoli (foto) faz uma análise sobre o município, comenta a abordagem da campanha e os
projetos em andamento.
Ponto Final (PF): Quais são os problemas que o
senhor considera hoje ainda importante, que sobraram de tudo que já foi feito
na cidade?
Tarcisio Secoli (TS): Nós temos um
programa de habitação popular que o investimento precisa se dar até 2027, é
para resolver o básico, gastando e investindo 8% do orçamento. Nós começamos e está
em andamento, hoje, três corredores de ônibus, temos mais nove projetados,
alguns bem mais avançados, alguns com perspectivas de recursos, alguns já
tentando licitar e outros ainda na prancheta. Nós vamos começar agora uma obra
do Hospital de Urgência para ficar no lugar do Pronto Socorro Municipal, está
licitando, vamos ver como roda a licitação, porque licitação sempre é problema.
Se correr tudo direitinho em outubro começa a obra, se não conseguir acabar até
outubro. No Hospital de Mulher temos que fazer uma grande reforma nele, para
encerrar os investimentos pesados na Saúde uma única UBS (Unidade Básica de
Saúde) tem que ser construída na cidade, na Vila São Pedro, com isso, você
resolve os problemas da Saúde. Nós estamos com dois CEUs (Centros Educacionais
Unificados) grandes, planejadas e projetados faltam apenas o recurso, tem até o
projeto, mas não tem o recuso ainda para poder licitar no Alvarenga e no
Orquídea, esses dois vão dar conta de atender toda aquela população que está
lá, mas não está bem atendida até o momento. Então, são obras grandes que
precisam ser feitas ainda neste próximo período, em termos de obras em si. Com
relação a drenagem, por exemplo, tudo que estava previsto no (projeto) Drenar
está feito.
PF: O projeto completo do Drenar termina este ano?
TS: Termina, tanto no (bairro) Jordanópolis, quanto na área central da cidade, com única diferença, onde o problema é que o governador prometeu e não deu R$ 50 milhões para tampar o piscinão do Paço, ele vai ter funcionalidade, mas estará sem tampa. É um problema para resolver no futuro. Como ele não deu nem R$1, até hoje, o piscinão não vai estar tampado até 31 de dezembro, que era nossa meta de entrega.
TS: Termina, tanto no (bairro) Jordanópolis, quanto na área central da cidade, com única diferença, onde o problema é que o governador prometeu e não deu R$ 50 milhões para tampar o piscinão do Paço, ele vai ter funcionalidade, mas estará sem tampa. É um problema para resolver no futuro. Como ele não deu nem R$1, até hoje, o piscinão não vai estar tampado até 31 de dezembro, que era nossa meta de entrega.
PF: A tampa seria o estacionamento?
TS: Isso, seria o estacionamento. Então, nós vamos ter que pensar, é um desafio futuro como a gente vai fazer este tamponamento, composição de contas, como a gente vai fazer para isso.
TS: Isso, seria o estacionamento. Então, nós vamos ter que pensar, é um desafio futuro como a gente vai fazer este tamponamento, composição de contas, como a gente vai fazer para isso.
Cada obra
realizada, ou várias obras realizadas, dão desafios novos. Fiz uma reunião
sábado passado (23/07) com muita gente de condomínios, de prédios que nós
construímos, e as pessoas dizem assim: ‘tá bom, mas eu precisava ter um
estacionamento lá agora’, porque o estacionamento que tem lá é pequeno. Se você
pegar um pessoal de favela, que não tinha se quer automóvel, põem num outro
local, as pessoas vão trabalhando e vão se ajeitando e propondo: ‘olha precisa
fazer uma área de lazer lá’. Quer dizer, tem uma enxurrada de coisas para dar
sequência, a partir das obras que foram feitas. Tem vários grupos que estão
trabalhando no programa de governo. Então, vamos ver o que virá de demanda, de
proposta, de sugestões para que a gente possa implementar na cidade. Tem muita
coisa que vamos ter que fazer nos próximos quatro anos.
PF: Eu fiz uma entrevista com o Marinho e ele falou
que sempre a prioridade dele foi, justamente, essa da habitação. O senhor falou
que vai até 2027. Qual é a demanda hoje, quantas famílias existem?
TS: Nós temos hoje na renda aluguel, que é o auxílio-aluguel, umas 2.500 famílias ainda, então, isso precisa ser feito e entregue para essas pessoas. (Há) as novas obras que serão feitas, nós precisamos ver se vai deslocar gente. Eventualmente, você tem que descolar gente, corredor de ônibus, tem desapropriação você tem que tirar. Na urbanização você tira pessoas, muitas vezes, você consegue verticalizar no local; às vezes, você tem que pegar esse pessoal e ver outro local para fazer moradia. Cada um (projeto) tem o seu desenho, então, assim, é difícil eu te dar um número exato, o que nós precisamos fazer é dar conta de quem está no programa, quem está no auxílio-aluguel e ir trabalhando para que isso vá se reduzindo, para a gente poder começar a trabalhar com outras coisas. Vamos ver como que o governo federal vai se posicionar, mas o Minha Casa, Minha Vida Entidades resolve vários problemas, porque a entidade compra o terreno, a Caixa (Econômica Federal) financia a execução da obra e a Prefeitura tem que levar a infraestrutura. Esse é um programa adequado para a cidade, porque com pouco investimento atende uma necessidade real de muita gente.
TS: Nós temos hoje na renda aluguel, que é o auxílio-aluguel, umas 2.500 famílias ainda, então, isso precisa ser feito e entregue para essas pessoas. (Há) as novas obras que serão feitas, nós precisamos ver se vai deslocar gente. Eventualmente, você tem que descolar gente, corredor de ônibus, tem desapropriação você tem que tirar. Na urbanização você tira pessoas, muitas vezes, você consegue verticalizar no local; às vezes, você tem que pegar esse pessoal e ver outro local para fazer moradia. Cada um (projeto) tem o seu desenho, então, assim, é difícil eu te dar um número exato, o que nós precisamos fazer é dar conta de quem está no programa, quem está no auxílio-aluguel e ir trabalhando para que isso vá se reduzindo, para a gente poder começar a trabalhar com outras coisas. Vamos ver como que o governo federal vai se posicionar, mas o Minha Casa, Minha Vida Entidades resolve vários problemas, porque a entidade compra o terreno, a Caixa (Econômica Federal) financia a execução da obra e a Prefeitura tem que levar a infraestrutura. Esse é um programa adequado para a cidade, porque com pouco investimento atende uma necessidade real de muita gente.
PF: Esse programa já existe?
TS: Existe, mas com risco de ser cortado.
TS: Existe, mas com risco de ser cortado.
PF: Verificamos empresas que fecharam em São
Bernardo do Campo. Esta semana, a Yoki fechou e despediu trabalhadores. Como o
senhor vê este cenário, como pretende combater este tipo de situação?
TS: Tem coisas que é possível trabalhar e resolver, mas tem coisas que não tem o que fazer. Eu pego o caso da Yoki, que você citou, a Yoki fazia aqui farinha de mandioca, farinha temperada e coisas do tipo, venhamos e convenhamos, é muito mais lógico você plantar a mandioca onde está e do lado fazer uma pequena unidade de manipulação, industrialização e distribuição de lá. Não tem muita lógica você trazer do interior de São Paulo, do sul de Mato Grosso mandioca pra cá, transformar em farinha e devolver para vender no Brasil inteiro. A mesma coisa com o milho de pipoca, aqui em São Bernardo não produz milho de pipoca, mas a indústria estava aqui, porque estava instalada aqui. O que eu acho que faltou aí é um problema da desnacionalização da indústria, investimentos em projetos novos que são possíveis de fazer, quando a Yoki estava aqui nas mãos dos brasileiros, e eles tomavam conta dela, estavam desenvolvendo uma enzima, um produto a partir do cambuci, que era um alimento funcional importante, porque retardava o envelhecimento. Então, fazer isso aqui, onde o cambuci é nativo, tem muita lógica de poder trabalhar isso. Tem produtos que estão mal posicionados, aí tem a possibilidade como nós fizemos aqui na Isopor. A Isopor quando fechou tinha menos de 50 funcionários, quem comprou queria fazer casinha, nós impedimos de fazer. Fizemos com que eles trouxessem um serviço. Trouxeram a Leroy Merlin na Anchieta, que tem 450 funcionários diretos e indiretos, nove vezes mais do que quando fechou a indústria. Então, é o que as prefeituras podem fazer, porque essa história de dar incentivo, dar terreno, dar não sei o que, nós não temos mais condições de fazer isso, já fizemos no passado e, às vezes, o resultado nem é tão auspicioso. Isenção de impostos depende muito do setor industrial, eu vi um deputado falando uma bobagem aí, que vai ajudar a indústria automobilística dando isenção de imposto, talvez, ele não saiba que o IPTU da Mercedes Benz provavelmente com meio dia de produção ela paga, os outros 365 dias e meio do ano é que é o problema. Então, você tem também um não entendimento do que é um processo industrial de fato, e o que uma prefeitura pesa nisso, então, para um gestor de uma empresa na Alemanha provavelmente não é isso que vai fazer ele manter uma empresa aqui ou tirar ele daqui, tem outros componentes que ele leva em consideração.
TS: Tem coisas que é possível trabalhar e resolver, mas tem coisas que não tem o que fazer. Eu pego o caso da Yoki, que você citou, a Yoki fazia aqui farinha de mandioca, farinha temperada e coisas do tipo, venhamos e convenhamos, é muito mais lógico você plantar a mandioca onde está e do lado fazer uma pequena unidade de manipulação, industrialização e distribuição de lá. Não tem muita lógica você trazer do interior de São Paulo, do sul de Mato Grosso mandioca pra cá, transformar em farinha e devolver para vender no Brasil inteiro. A mesma coisa com o milho de pipoca, aqui em São Bernardo não produz milho de pipoca, mas a indústria estava aqui, porque estava instalada aqui. O que eu acho que faltou aí é um problema da desnacionalização da indústria, investimentos em projetos novos que são possíveis de fazer, quando a Yoki estava aqui nas mãos dos brasileiros, e eles tomavam conta dela, estavam desenvolvendo uma enzima, um produto a partir do cambuci, que era um alimento funcional importante, porque retardava o envelhecimento. Então, fazer isso aqui, onde o cambuci é nativo, tem muita lógica de poder trabalhar isso. Tem produtos que estão mal posicionados, aí tem a possibilidade como nós fizemos aqui na Isopor. A Isopor quando fechou tinha menos de 50 funcionários, quem comprou queria fazer casinha, nós impedimos de fazer. Fizemos com que eles trouxessem um serviço. Trouxeram a Leroy Merlin na Anchieta, que tem 450 funcionários diretos e indiretos, nove vezes mais do que quando fechou a indústria. Então, é o que as prefeituras podem fazer, porque essa história de dar incentivo, dar terreno, dar não sei o que, nós não temos mais condições de fazer isso, já fizemos no passado e, às vezes, o resultado nem é tão auspicioso. Isenção de impostos depende muito do setor industrial, eu vi um deputado falando uma bobagem aí, que vai ajudar a indústria automobilística dando isenção de imposto, talvez, ele não saiba que o IPTU da Mercedes Benz provavelmente com meio dia de produção ela paga, os outros 365 dias e meio do ano é que é o problema. Então, você tem também um não entendimento do que é um processo industrial de fato, e o que uma prefeitura pesa nisso, então, para um gestor de uma empresa na Alemanha provavelmente não é isso que vai fazer ele manter uma empresa aqui ou tirar ele daqui, tem outros componentes que ele leva em consideração.
O que nós temos que continuar fazendo é qualificando gente, que nós precisamos trabalhar para isso, desenvolver o nosso Polo Tecnológico, que está andando, mas precisaria andar um pouco mais rápido, ver o que de fato é possível fazer para ele desenvolver, ter gente com qualificação para trabalhar na indústria de defesa que é um caminho importante para a gente, trabalhar na indústria de entretenimento, a partir do cinema e cinema de animação com o Vera Cruz, que só não está andando bem, porque a empresa que ganhou a concessão está com baitas problemas de tentar sobreviver no mercado competitivo que ela está, com uma empresa de construção e que trabalha com cinema e televisão, aí todo mundo tem suas crises também, ali nós queremos fazer um monte de pequenas empresas, startups na área de Cultura.
A economia criativa é uma coisa que nós vamos ter que trabalhar, porque têm países que já tem 20% do PIB na economia criativa, o Brasil tem 12% do PIB em toda cadeia automotiva, desde a industrial, até comércio, serviço na área de automóvel, venda de produto, autopeças, só para ter uma dimensão do que pode ser. A grande vantagem da economia criativa, diferentemente, da outra economia que os bens materiais são findáveis, elas têm limites e fim, na economia criativa não tem fim, então, você tem uma matéria-prima, que é o próprio saber das pessoas e do fazer, que aí não tem fim a matéria-prima. Então, é só a criatividade que faz com que ande e avance. Então, isso nós temos que trabalhar muito isso para o futuro, eu acho que é o que demanda e pode fazer. Na área do Comércio, nós temos aí muitos comércios de bairro, são áreas importantes que precisam ser valorizadas e incentivadas, e a Prefeitura precisa fazer algum trabalho nessa área, eu acho que isso nós conseguiríamos fazer, eu acho que se os comércios permanecessem nos seus locais, menos mobilidade, e o emprego desses comércios locais sempre são as pessoas dos bairros.
PF: Como fazer isso, fixar o consumidor no seu próprio
bairro?
TS: Muitas vezes as pessoas não sabem o que
têm no bairro. Você pode pensar no bairro onde você mora, muitas vezes, você
sai, vai a outro canto, quando tem tudo no nosso próprio bairro. Você vai numa
loja de sapato, fala ‘ah, no bairro é mais caro, no shopping é mais barato’,
mas você tem que pagar estacionamento, você vai levar 2h para chegar e sair e isso
no fim, por causa de R$ 1 era melhor ter feito no bairro, que era muito mais
prático. Falar, mostrar, apresentar criar sites que as pessoas possam estar
dizendo ‘estou aqui, comprem aqui...’, estamos pensando nisso para o nosso
programa de governo. Ninguém sai de um bairro para comprar pão em outro lugar,
raramente faz isso, você não vai num açougue de outro bairro. Por que isso não
pode ser para outros produtos também? Essa coisa já existiu fortemente em
outros países, na França, em especial os grandes supermercados têm vários
problemas, porque as pessoas preferem manter os comércios pequenos, porque as
pessoas se conhecem. Eu andando aqui em São Bernardo encontrei vários locais
com comércios de caderneta ainda. É uma modalidade quase pré-histórica, mas que
sobrevive na cidade, justamente, nesses locais. Eu vi também a questão das
farmácias, as grandes redes têm distribuidor de remédio, você tem a receita o
cara tá lá ele não quer saber, está na receita ele te entrega, eu vi várias
farmácias de bairro que o cara (farmacêutico) é um conselheiro.
PF: Em relação à sua campanha: o Lula fará campanha para você?
TS: Se ele topar
vir na minha campanha, ficarei muito feliz. Eu não tenho nenhum problema com o
Lula. O Lula transformou este País, tirou 50 milhões da linha da pobreza,
gastou meio por cento do PIB para fazer isso, colocou o Brasil no cenário
internacional, melhorou demais a economia, reduziu o desemprego e cresceu o
salário de todo mundo, com esse portfólio se eu falar que eu não quero ele na
campanha, eu estou jogando um capital político fora.
PF: Mas o Lula virá na sua campanha?
TS: Eu não convidei ainda e vou (checar) como
é que a gente faz isso. Até porque é um problema, pois pode ser muito difícil
para ele dizer não, eu não sei se ele quer, porque as coisas não dependem só de
mim, depende dele também. Se ele tiver vontade e disposição, eu ficarei
imensamente grato de ter ele na minha campanha.
PF: Há conflitos numa campanha como essa?
TS: A campanha ele é feita só de conflito,
porque você já tem pelo menos quatro candidatos a prefeito na cidade, o menor
aí do PSTU, os outros três, e cada um tem o seu conjunto de vereadores, então,
o que está tendo de troca-troca, de mexe-mexe aí é uma coisa impressionante,
administração de conflitos. O cara não quer ficar lá, porque não falaram
bom-dia para mim hoje, então, vem pra cá. Alguém está aqui e você não falou
bom-dia para mim ontem, então, estou indo não sei para onde. Isso me parece uma
constante nas campanhas que têm por aí. O que eu acho diferente, nós vamos
fazer uma campanha quase que inédita, sem recurso de empresas, que você vai ter
que ter uma coisa que é credibilidade, conversar com as pessoas e falar para as
pessoas o que tem que ser feito. Eu tenho 45 dias para me tornar conhecido e só
para repetir continuar as coisas que o prefeito Marinho está fazendo e fiz
junto, os meus adversários vão ter 45 dias para tentar explicar para a
população que eles têm uma proposta primeiro que seja melhor, depois que seja
plausível, que dê conta das necessidades da cidade. Vai ser muito difícil a
vida deles, porque depois que nós fizemos todos os nossos planejamentos e
orçamentos participativo, que as pessoas falaram o que ela precisavam em seus
bairros, nós sabemos direitinho o que precisa, por isso, que fizemos.
PF: O senhor acha uma grande vantagem da sua parte o
conhecimento da cidade e das demandas?
TS: Claro, não só o conhecimento, mas eu faço parte de um governo muito bem avaliado, se fosse um governo como o do Alckmin eu teria que escondê-lo. As pessoas sabem que eu vou fazer e dar sequência, porque eu vivia fazendo isso junto com o Marinho. Eu não cheguei agora para falar: Marinho o que foi que você fez, para eu continuar. Todos os projetos, propostas e ações que nós encaminhamos aqui foram feitas conjuntamente, eu acompanhei cada uma delas. Os adversários vão ter que dizer o que eles vão fazer melhor. Eu não consigo imaginar o que eles podem fazer. Tem um que diz que não vai mais fazer regularização fundiária, outro diz que vai fechar umas UPAs, porque têm muita UPA na cidade, um quer fazer o Bom Prato ao lado do museu, vão vender sopinha lá agora, que é o futuro da cidade. Eu fico olhando o tamanho das bobagens, porque eles não conhecem a cidade.
TS: Claro, não só o conhecimento, mas eu faço parte de um governo muito bem avaliado, se fosse um governo como o do Alckmin eu teria que escondê-lo. As pessoas sabem que eu vou fazer e dar sequência, porque eu vivia fazendo isso junto com o Marinho. Eu não cheguei agora para falar: Marinho o que foi que você fez, para eu continuar. Todos os projetos, propostas e ações que nós encaminhamos aqui foram feitas conjuntamente, eu acompanhei cada uma delas. Os adversários vão ter que dizer o que eles vão fazer melhor. Eu não consigo imaginar o que eles podem fazer. Tem um que diz que não vai mais fazer regularização fundiária, outro diz que vai fechar umas UPAs, porque têm muita UPA na cidade, um quer fazer o Bom Prato ao lado do museu, vão vender sopinha lá agora, que é o futuro da cidade. Eu fico olhando o tamanho das bobagens, porque eles não conhecem a cidade.
PF: Como o senhor acha que o cenário nacional vai
interferir na sua campanha e na campanha dos seus adversários?
TS:
Cada vez menos na minha e cada vez mais nas deles. Não influência, porque quem
votou pelo impeachment da Dilma tem que explicar porque agora está falando em
aposentadoria com 75 anos. Porque tem gente agora falando que vai ter que
trabalhar 80 horas/semanal, porque que tem uma lei que foi aprovada que
fragiliza ainda mais as relações de trabalho, terceirizando mais ainda, eles é
que têm que se explicar agora, eu não tenho mais que ficar dando explicação do
governo central, nós fizemos um governo exitoso, tivemos problema em um ano de
governo e agora para tudo mais, os técnicos que ficaram avaliando qual era a ‘pedalada’
que a Dilma tinha feito, reconheceram que não tinha ‘pedalada’, então, não tem
uma acusação sobre ela, que criminalize nada, não tem problema de corrupção e
não tem pedalada fiscal. Por que fazer o impeachment, então? Quem estava batendo panela já ficou
quietinho, não fala mais nada, não quer falar mais nada mesmo. Eles é que tem
que ver, tem que justificar as mazelas que este governo federal está fazendo
agora, porque os quatro ministros que perderam o mandato estavam na Lava
Jato. Eu tenho que dizer o seguinte: os
de Brasília que erraram nossos, estão lá pagando pelos seus erros, aqui ninguém
falou nada, não tem nenhum caso, mas o Marinho tem dois processos no Ministério
Público, tem. Como teve vários que o Tribunal de Contas pegou para avaliar e
mandou arquivar, deu a chancela que estava tudo certo.
PF: Como pretende conduzir as questões regionais?
TS: Tem uma série de atividades que estavam
pensadas e começaram a ser trabalhadas, mas não se concluíram ainda. Tem várias
ações sendo feitas na questão da Segurança, começou a se fazer um trabalho
importante na questão da drenagem, foi feito um estudo, que eu não tenho agora
detalhadamente sobre ele. Resíduo sólido é um problema permanente em todas as
regiões, então, nós precisamos ver como é que trabalham essas questões e aí não
tem ninguém que tem que ser protagonista de nada, nós temos que, de fato, estar
trabalhando com as cidades, tem coisa muito importante que Santo André está
fazendo, principalmente, nesta questão de resíduos sólidos, lá com o Ney
(superintendente do Semasa) que puxou e avançou, e que tem um trabalho muito
consolidado com relação a isso; nós fizemos aqui uma coleta seletiva que está
um pouco mais diferenciada e, talvez, mais abrangente do que tem nos outros
municípios, nós temos que ver como é que vai trabalhar isso; nós temos aqui
algumas obras importantes de drenagem que dão conta da questão do município, o
que mais nós temos que fazer para contemplar a sequência disso, nós temos um
problema aqui no Rudge que joga para São Caetano, ali onde ficava a antiga
Uniban, Anhanguera, ali não temos nenhum projeto ainda.
PF: Mas o que o senhor considera mais importante, a
parte de drenagem, lixo ou segurança?
TS: Tudo é importante. É difícil dizer uma
ordem de prioridade disso. O que a gente conseguir implementar com mais rapidez
e mais facilidade seria ótimo. O sistema de segurança que estava pensado era
muito interessante, a partir das placas você já está definindo e sabendo o que
era carro roubado, era um negócio que estava andando bem, vamos ver como a
gente finaliza agora, parou por algum motivo. A drenagem foi feito um estudo de
bacias, está levantado isso agora e quais são as intervenções que têm que ser
feitas, aí vamos ver, onde tem recurso, como é que vai pegar recurso, como é
que licita, então, o Consórcio continua tendo um papel preponderante e
importante, para a gente poder fazer o desenvolvimento regional de fato, na
região ainda você tem muita coisa que é da área de conhecimento, você tem a
Mauá na divisa com São Caetano, você tem a Federal do ABC, em Santo André.
PF: Então, o senhor acha importante o prefeito
encontrar formas para estimular o conhecimento dos cidadãos? Como o senhor
atrai essa pessoa que você deu conhecimento formal e mantém a mão de obra na
cidade?
TS: Tem vários caminhos para fazer. Agora
pouco eu tinha falado com você sobre economia criativa. O que nós conseguimos
desenvolver nisso, por exemplo, na área de informática tem várias possiblidades
de crescimento e desenvolvimento. São Bernardo tem uma editora que os
escritores da cidade já fizeram alguns livros, dá para fazer mais, você tem um
potencial lá, nós temos aqui a indústria do cinema, podemos potencializar e
podemos fazer, nós temos as universidades que preparam gente para o mercado,
seja indústria, seja comércio ou startup
para vários tipos de empresas, que podem estar trabalhando na indústria da
defesa, acho que é uma perspectiva de futuro, ou que pode dar uma nova cara pra
essa indústria das bases das montadoras que estão por aqui, muita coisa na área
de serviço que são importantíssimas para a empresa e precisa de gente
qualificada. Por exemplo, eu estou andando na rua e vejo que precisa de
mecânico hidráulico, que o mecânico precisa entender pneumática com movimento
com ar e água, isso está em falta no mercado, tanto gente demitida, o problema
é que essas pessoas que ficaram trabalhando nisso estão muito valorizadas e
estão prestando consultoria, ao invés de querer ser empregado de alguém, está
faltando gente nesta área, então, dá para trabalhar e pensar como rapidamente
atender a um nicho de mercado desses. Essas instituições de ensino podem se
focar em fazer isso, ao invés de ficar fazendo um monte de advogados, um monte
de pedagogos, um monte de assistente social.
PF: O senhor está sugerindo que as instituições
dirijam os seus currículos/cursos para as necessidades da região?
TS: Para as necessidades da região que
mudam constantemente e a grade curricular é muito lenta na transformação. Isso
é uma tradição para todos. A Federal do ABC só nasceu com concepção nova,
porque ela era nova. O Celso Daniel tentou fazer da Fundação, do centro
educacional da Fundação, quando ele criou a Faculdade de Engenharia. Ele tentou
fazer de forma nova, só que a corporação é muito dura e tem resistência. Você
só consegue fazer isso numa universidade nova, as outras que estão aí vão ter
que se modernizar um pouco mais, para poder dar conta disso, a área de Serviço
cresce muito, nós tínhamos 5 mil empregados na área da Saúde, em São Bernardo,
em 2008, e hoje 8.600, é o tamanho da Mercedes-Benz só na Saúde de São
Bernardo. Então, você tem muita coisa que você pode trabalhar. Estou falando da
Saúde pública da cidade. Agora área privada tem que tocar do mesmo jeito, tem
que crescer, tem que desenvolver. Crescendo pouco a economia, os planos de
saúde vão continuar rodando por aqui, na área da Saúde você tem potencial, do
lazer, do entretenimento, o esporte está demandando gente. Alguns anos atrás
não tinha o Whatsapp, mas uma universidade demora 20 anos para mudar a grade
curricular, aí forma gente que não cabe no mercado, você tem que discutir com
as pessoas que vão preparar gente para essa nova demanda que você está
esperando que possa vir, a indústria da defesa aqui não existe, para ser
constituída eu preciso de determinados profissionais, que se não tiver aqui eu
tenho que buscar fora, a empresa aqui em São Bernardo que produz radares e que
agora vai produzir sonares, a Omnisys terá de contratar 300 engenheiros nos
próximos três anos. Engenheiros que entendam de propagação de ondas no ar e na
água. Quantos têm formados? Os que estão trazendo essa tecnologia para cá, vão
ter que ficar três anos na França aprendendo para trazer a tecnologia para cá e
vão trazer. Então, você tem uma demanda enorme pela frente.
PF: Em relação ao governo do estado como o senhor
vai se comportar, assim como o Marinho procurando manter uma boa relação com o
governador?
TS: Óbvio. As instâncias nós temos que respeitar todas as instâncias e respeitar, principalmente, as escolhas que a população faz. O governador foi eleito, posso não concordar com muita coisa que ele (Alckmin) faz, ele pode estar devendo esse R$ 50 milhões que ele não pagou.
TS: Óbvio. As instâncias nós temos que respeitar todas as instâncias e respeitar, principalmente, as escolhas que a população faz. O governador foi eleito, posso não concordar com muita coisa que ele (Alckmin) faz, ele pode estar devendo esse R$ 50 milhões que ele não pagou.
Obs.: Espaço aberto a todos os candidatos aos cargos eletivos de 2016. Interessados em apresentar suas ideias e propostas aos leitores do Ponto Final escrevam para redacao@pfinal.com.br.
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