quinta-feira, 30 de abril de 2015

Construção de nova ciclovia andreense começa em maio

Custo será de R$ 192 mil por quilômetro 

Por Vivian Silva 

Ciclofaixas de lazer passam a funcionar das 7h30 às 13h30 | Foto: Anderson Pedro/PSA
Santo André ganhará mais 35 quilômetros de ciclovias até 2017, as rotas cicloviárias serão implantadas em oito etapas (veja abaixo), com início das obras na primeira quinzena de maio. A fase inicial ligará o Centro de Santo André à Vila Luzita. As informações foram divulgadas pelo prefeito Carlos Grana e o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra, nesta última quarta-feira (29), durante coletiva de imprensa no prédio do Executivo. 

Atualmente, cerca de 700 ciclistas, por dia, vêm em direção ao centro, por isso, a primeira fase da obra fará a ligação da Estação Prefeito Celso Daniel, com Avenida Queirós dos Santos, Avenida Santos Dumont, Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo e Estrada do Pedroso (rota 1 - 10 quilômetros). A previsão é que este trecho cicloviário seja concluído em 90 dias, após início das obras. 

De acordo com o secretário, a implantação das ciclovias terá baixo investimento financeiro. “Nós conseguimos chegar ao valor de R$ 192 mil, por quilômetro, o que coloca Santo André nas ciclovias mais baratas do Brasil, no mesmo padrão que tem, por exemplo, Sorocaba, que é a maior referência de cidade com ciclovia no País”, garante Serra. 

A verba para implantação das rotas cicloviárias será proveniente do Fundo Municipal de Trânsito, recurso que só pode ser utilizado em políticas públicas desta natureza. 

Santo André já conta com 11,18 quilômetros de ciclovias, com as novas rotas o município terá quase 50 quilômetros destinados aos ciclistas. Após conclusão da rota 1, a segunda fase das obras deve ser realizada na Avenida dos Estados e Avenida Presidente Costa e Silva (12,5 quilômetros).

Corredor Verde
Além das ciclovias, a Avenida Prestes Maia e Rua Adriático terão a revitalização das áreas verdes, em projeto semelhante ao Corredor Verde, realizado na Avenida das Nações.

Ciclofaixas de lazer 
As ciclofaixas de lazer, implantadas em janeiro deste ano, têm mudança no horário, a partir deste domingo (3), e passam a funcionar das 7h30 às 13h30, com antecipação em uma hora. 

Segundo Serra, a mudança é devido a avaliação da demanda. “Em torno de 8h da manhã os cones já estão colocados e percebemos que as pessoas ficavam esperando, algumas já pedalando (antes do horário inicial) e notamos também uma queda brusca no número de ciclistas, após às 13h30”, explica. 

Outra novidade anunciada é o projeto de lei que institui as ciclofaixas de lazer e a Pedalada Noturna como programas do município. Documento será enviado à Câmara Municipal na próxima semana. 
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Rotas cicloviárias a implantar 
  • I – Ligação Estação da CPTM Prefeito Celso Daniel – Avenida Queirós dos Santos/Av. Santos Dumont/Av.Cap Mário Toledo de Camargo/Estrada do Pedroso – 10 km 
  • II – Avenida Firestone – 1,5 km
  • III – Rua Jorge Beretta – 1 km
  • IV – Ligação Rua das Figueiras/ Avenida Lauro Gomes /Rua das Figueiras/Av. Padre Manoel da Nóbrega/Av. Lino Jardim/Av. Atlântica – 5,4 km
  • V – Avenida dos Estados/Avenida Pres. Costa e Silva – 12,5 km
  • VI – Avenida Prestes Maia – 3,9 km
  • VII – Rua Adriático – 1 km
  • VIII – Avenida Lauro Gomes – 5 
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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Emprego cresce em São Paulo


O Estado de São Paulo apresentou saldo positivo de 12.907 postos de trabalho no mês de março, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quinta-feira (23), e lidera o ranking da geração de empregos contabilizada para o mês. Foram 520.924 admissões, ante 508.017 desligamentos (+0,10%).


Segundo o levantamento do trabalho formal, o mês de março registrou estabilidade no saldo de empregos no Brasil – com uma pequena variação positiva de 0,05% em relação a fevereiro. O mês registrou acréscimo de 19.282 vagas, saldo que resulta de 1.719.219 admissões e 1.699.937 desligamentos.

Tiveram destaque no país em termos de geração de vagas os setores de Serviços (+53.778 postos ou +0,31%), saldo superior ao registrado no mesmo mês em 2014 (+37.453 postos); Administração Pública (+3.012 postos ou +0,33%); Comércio (+2.684 postos ou +0,03%), saldo positivo após três meses de queda e superior a março de 2014 (-26.251 postos).

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Reinauguração da Chácara Pignatari ocorre na próxima quarta-feira

Festa de reabertura terá diversas apresentações artísticas

Por Vivian Silva
Pista de skate é construída em 437 metros quadrados | Foto: Vivian Silva

No aniversário de Santo André, celebrado em 8 de abril, a população ganha a reabertura do Parque Antonio Pezzolo, conhecido como Chácara Pignatari (Avenida Utinga, 136 - Vila Metalúrgica), fechado para reforma desde o ano passado. Nesta última terça-feira (31), o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra, acompanhado de uma equipe técnica, esteve no local, para vistoriar as obras. Entre as novidades do parque, destaque para a pista de skate, que promete ser referência na região.

Com exclusividade, o Ponto Final acompanhou a vistoria e conferiu em primeira-mão os novos espaços do local, entre eles, estão: coreto, campo de malha, área para slackline (esporte de equilíbrio sobre uma corda), redário e área para animais.

Já a festa de reinauguração, a partir das 10h, contará com diversas apresentações artísticas como: Orquestra de Violeiros de Santo André, Escola de Samba Tradição de Ouro do ABC, Groove na Chapa Brass Band, Coro da Cidade, entre outros.  A programação inclui ainda feira de artesanato e a presença do skatista Sandro Dias, o Mineirinho.

Pista de skate   

Porém, “a cereja do bolo” do Pignatari será a pista de skate, construída em 437 metros quadrados. De acordo com o arquiteto e skatista, Vinicius Godoy dos Santos - um dos responsáveis pelo desenho da pista, juntamente, com o engenheiro Caio Peres - o local atrairá diversos amantes do esporte. “Fizemos uma pista aqui, que a gente diz overall, para todos os tipos de skatistas, tanto para quem anda street, quanto para quem anda vertical, valorizamos toda essa gama de skatista”, explica.

A construção da pista é realizada por estrangeiros. Segundo o arquiteto, no Brasil não há ainda mão de obra especializada nesse serviço. Apesar da inauguração do parque ocorrer na próxima quarta-feira (8), a utilização da pista só será possível no fim do mês, para não danificar o concreto, que está em processo de “cura” (secagem).

De acordo com o prefeito Carlos Grana, “pessoas da equipe do (skatista) Mineirinho ajudaram em toda ação (do local), para que pudesse ser uma pista de referência. Queremos trazer, num futuro breve, algumas competições para serem realizadas na pista do Parque Pignatari”, antecipa.

Novidades

O parque será ainda monitorado 24h, por 32 câmeras, contará com nova comunicação visual e receberá lâmpadas de LED, medida que trará economia aos cofres públicos, conforme explica o secretário, ao comparar a iniciativa já implantada no parque Celso Daniel. “Nós gastávamos R$ 12 mil por mês, com a conta de luz e, hoje, pagamos menos de R$ 6 mil e com uma luminosidade 35% maior. Então, o Pignatari vai para este mesmo caminho”, garante Serra.

Além disso, o local conta com quadra poliesportiva, quadra de tênis, quadra de basquete, espaço específico para dança, revitalização da pista de caminhada, reorganização da academia, com inclusão de equipamentos específicos para prática de street workout, entre outros.


O beijo é livre

Por Thiago Rocha

Thiago Rocha de Paula, 28 anos, é Bacharel e Licenciado em História pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) | Foto: Divulgação
A preocupação com as liberdades individuais ocupa o discurso de vários políticos, religiosos e acadêmicos como se fosse algo difícil de lidar nos tempos atuais. Isso é válido e a ampliação dos direitos deve ser almejada por todos. Entretanto, o que chama a atenção é reação dos mesmos discursos quando as demandas são postas à mesa.

A cena de Babilônia, da TV Globo, onde duas senhoras se beijam, logo no início da trama, causou uma reação curiosa e perigosa. O fato das duas se beijarem é um escândalo aos olhos conservadores, o escândalo é livre. Mas usá-lo para combater os direitos de alguns, por amarem pessoas do mesmo sexo, e tornar um beijo em cavalo de batalha quando passamos por uma crise muito mais importante, isso sim é escandaloso.

Não há nada de imoral em um beijo consentido. O que é imoral são notícias e cenas de fratricídios, traições, luxúria, avareza e vaidade que são veiculadas pelas emissoras de televisão ainda no Happy Hour. Imorais são programas que acentuam estereótipos sociais esquentando nossos domingos. Imoral é achar que isso é normal.

Contudo, creio que a família civil é o produto da relação de dois cidadãos que se amam e resolvem constituir uma trajetória de vida, juntos, para eternizar esse amor. Digo família civil, pois acredito que, perante a lei dos homens, somos todos iguais e devemos ter direitos básicos independente de nossas escolhas pessoais. Com efeito, uma lei é feita para regular o bom convívio em sociedade e não impor regras religiosas a todos que por ela vão conviver. A lei suprema garante a salvação do povo, mas ao mesmo tempo deve garantir a liberdade, a igualdade para que esse povo busque a felicidade.

Assim, o debate sobre a família civil deve considerar que o Brasil mudou e que as relações sociais progrediram, a tal ponto que grande parte da população não vê problema em tratar como iguais os que outrora eram diferentes. O que quero dizer, amigos, é que o beijo é livre. Amar é livre. Que ser gay é livre, pois não é da nossa conta.

O racismo serpenteia livremente

Por Eduardo Kaze

"Em certos lugares em São Paulo, a pele do seu filho não pode ter a cor errada"
Um norte-americano entra em uma loja de luxo na Oscar Freire acompanhado do filho. O pai é branco e o garoto é negro, contando 8 anos de idade. Uma funcionaria acompanha a cena ao longe e prepara o bote: se aproxima do gringo, residente no Brasil, e dispara: “ele não pode vender coisas aqui”. Pensar num mal-entendido – como posteriormente, em nota, se defendeu a loja – é ver um Brasil existente apenas no imaginário elitista de grande parcela da sociedade paulista que, antes fossem ignorantes, mas são, na realidade, apáticos. Vivem o status quo dos abastados e se nutrem da negação (indeferimento esse que justifica ações variadas, que vão de manifestações contra ciclovias, passando pela recusa em receber linhas populares do Metrô em seus bairros e, finalmente, o racismo).


O pai do garoto, revoltado, postou em sua página pessoal do Facebook: “O meu filho e eu fomos expulsos da frente desta loja enquanto eu fazia uma ligação porque, em certos lugares em São Paulo, a pele do seu filho não pode ter a cor errada”. A loja em questão é a Animale, nome que define com propriedade a mentalidade da elite paulistana.

O depoimento já contava mais de dois mil compartilhamentos na tarde de terça-feira (31), além de uma série de comentários negativos contra a atitude da funcionária, da qual pouco se sabe, porém, supostamente acatava a ordens – o que não justifica a insensibilidade.

Na página 14 (http://pfinal.com.br/) desta edição, o leitor encontra uma reportagem abordando não somente o caso em si, mas esmiuçando o racismo que, de acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), “é estrutural, institucionalizado e permeia todas as áreas da vida” no País. O levantamento, publicado em setembro de 2014, mostra que embora sejam 50% dos brasileiros, os negros representam apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e têm a metade da renda do restante da população. Entre os negros, o desemprego é 50% superior e o analfabetismo duas vezes maior. Eles têm menos escolaridade, menores salários, menos acesso à saúde, maior taxa de desemprego e morrem mais cedo.

Outros casos são apresentados na matéria, alguns semelhantes, demonstrando que de fato a ONU está correta em seus apontamentos e o racismo serpenteia livremente, sem obstáculos pelas veias da sociedade brasileira que, hipocritamente, se anuncia como a terra de todas as cores. A verdade mostra que o sectarismo existe; hora discreto, hora gritante, sem jamais abandonar o território nacional.