Por Vivian Silva
O candidato Alexandre Flaquer, 34 anos, disputa uma cadeira na Câmara Municipal de Santo André, pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Natural de São Caetano do Sul, o bisneto do ex-senador José Luiz Flaquer (1854 – 1924) herdou a paixão pela política e pelo município e, assim, tenta – pela segunda vez – se eleger como vereador na cidade.
Nos últimos dias, o postulante e empresário tem intensificado a andança pela cidade, para ouvir as reinvindicações da população e apresentar também propostas de um possível mandato.
Em entrevista exclusiva ao Ponto Final, Flaquer ressalta a necessidade de saneamento básico em comunidades de Santo André, além de contar quais são as bandeiras de sua campanha e projetos.
Nos últimos dias, o postulante e empresário tem intensificado a andança pela cidade, para ouvir as reinvindicações da população e apresentar também propostas de um possível mandato.
Em entrevista exclusiva ao Ponto Final, Flaquer ressalta a necessidade de saneamento básico em comunidades de Santo André, além de contar quais são as bandeiras de sua campanha e projetos.
Flaquer apoia o candidato a prefeito Aidan Ravin | Foto: Divulgação |
Ponto Final: O que ou quem te motivou a sair como candidato a vereador em Santo André?
Alexandre Flaquer: Eu estava com o meu pai e minha família na (Rua) Senador Flaquer, inclusive, estava chovendo e muito frio, e tinha um cara comendo macarrão com a mão. Eu lembro como se fosse hoje, eu devia ter uns sete ou dez anos no máximo. Eu falei para o meu pai: por que ele está assim? Eu dentro do carro, o cara morador de rua naquela situação, e ele falou: ‘por causa dos políticos do Brasil’. E aquilo me marcou de um jeito, que eu gravei até hoje. Eu quero sair candidato pelo que eu vi naquela situação, me marcou, foi meio que um trauma, foi triste.
PF: Naquela época o senhor já tinha consciência da história política do seu bisavô?
AF: Já sabia. A história dele é legal, é bacana, mas seu eu fosse Alexandre da Silva seria candidato do mesmo jeito.
PF: O senhor já disputou outras eleições como candidato a vereador (2008) e prefeito (2012). Neste ano, o que tem feito de diferente das demais campanhas eleitorais para obter vitória nas urnas?
AF: Eu perdi a campanha em 2012 e sai agradecendo todo mundo, ‘mas eu não votei em você’, mas obrigado, se você precisar de alguma coisa a gente está junto, agradeci todo mundo, não parei de trabalhar, eu estou desde a campanha de 2008 trabalhando, focado nesta campanha aqui. Eu sabia que eu ia perder para prefeito, eu não tinha dúvida.
PF: Isso foi uma estratégia para ser conhecido?
AF: Isso, de poder lançar meu nome, não só o sobrenome Flaquer, mas o Alexandre Flaquer.
PF? Atualmente, como o senhor analisa Santo André?
AF: Está horrível. Eu fui na segunda-feira (22) na Represa (Parque Represa Billings), porque eu comecei a visitar as comunidades, a partir da Represa para cá (Centro), então, conversei com todas as comunidades, sem exceção. Eu fui visitar um lugar que é ocupado, chamado Fazendinha, é impressionante a pobreza. Na casa de um dos moradores - que é um barraco - sobe mais de um metro de esgoto. É uma pobreza que, seu eu fosse vereador hoje, eu teria vergonha de ir lá. Nem cachorro tem condição de morar nos locais que eu vi. E o pessoal não pede nada, além de saneamento básico, um pouquinho mais de segurança, iluminação melhor. É uma pobreza extrema, de cortar o coração.
Eu como vereador, eu não posso falar que eu vou construir hospital, mas eu posso falar que eu vou melhorar o que tem, porque hoje ninguém fiscaliza, não tem um vereador que sai e vai ao Hospital Municipal para ver como estão as coisas. Eu falei para o povo, eu posso ajudar vocês a encontrarem um caminho para isso.
Está acabando a água. Neste mesmo lugar na represa, eles ficam seis dias por semana sem água... (Tantos problemas) e fazem uma ciclofaixa de R$ 190 mil o quilômetro.
PF: Qual a principal bandeira da sua campanha?
AF: A Saúde com certeza. Eu já trabalhei na época do Dr. Aidan no Hospital Municipal. Eu fui diretor de lá, durante dois anos, se não me engano de 2009 a 2011. O que eu fazia? Eu não sou esquerda, direita, centro... Eu nunca fui da área da Saúde, então, eu não posso chegar na gerente e falar o que ela tem que fazer, se ela está lá há 20 anos, aí chamei cada coordenador de cada área e falei: o que precisa? Listei tudo e doutor (Ainda) está aqui. Ele não fez tudo, mas fez quase metade do que eu coloquei e começou a funcionar.
Só que tudo que acontece em Santo André, se o cara quebra a perna lá no Capuava, por exemplo, ele vai cair lá no Hospital Municipal, só tem um (hospital) de trauma. Aí começou a cair tudo lá e não tinha vaga para UTI, para leito normal, acabou. Aí eu comecei a ligar para Mauá, que era PT, eu não ligo se é PT, PCdoB, eu não esquento a cabeça, uma coisa que eu tenho comigo é: o PT é só uma sigla, é ruim por causa das pessoas que coordenam esta sigla. É que nem política, não adianta você criticar a política, você tem que criticar o político que errou. Aí eu comecei a transferir os caras para Mauá, pelo amor de Deus me arruma uma vaga e transferia, aí tinha um secretário na época que não gostou da história, e eu acabei saindo de lá.
PF: Se eleito, em quais áreas o senhor pretende promover ações e debates, que possam gerar políticas públicas no município?
AF: Primeira coisa: Saúde. É essencial. Creche, a gente não tem creche, tem que colocar para o Executivo que tem que fazer creche, pois não tem vaga. E outras duas coisas que são meus sonhos, eu já faço em menor escala. Hospital Público Veterinário e a Creche do Idoso são dois projetos que eu acho que tem que sair.
A Creche do Idoso é simples, um lugar onde a pessoa vai sair para trabalhar de manhã e deixa o pai, ou a mãe - quem for o idoso - na Creche do Idoso, e durante o dia essa creche vai ter recreações, fisioterapias, passeios, sei lá, curso de pintura para entreter o idoso.
PF: Então, a Creche do Idoso é um dos primeiros projetos que o senhor pretende propor na Câmara, se eleito?
AF: Sim, é um dos primeiros projetos.
PF: Em sua opinião, como o atual ambiente político nacional e estadual afetará as eleições municipais?
AF: O pessoal está desacreditado. O pessoal não quer mais saber de nada. ‘Eu não vou votar’. Aí você começa a conversar, conversar... Meu projeto é esse... E tenta reverter esta visão.
Obs.: Espaço aberto a todos os candidatos aos cargos eletivos de 2016. Interessados em apresentar suas ideias e propostas aos leitores do Ponto Final escrevam para redacao@pfinal.com.br.