segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O salário mínimo e o crescimento econômico

Por Leila Pellegrino, professora de economia e alianças estratégicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

Recente publicação do Tesouro Nacional sobre o gasto social do governo federal, trouxe à tona os impactos da política permanente de valorização do salário mínimo, que entrou em vigor a partir de 2008, sobre as despesas do governo. Apesar da magnitude das cifras causar espanto, é preciso examinar a situação com cautela.

                                        

A acentuada recessão e a urgência em se restabelecer o equilíbrio das contas públicas no Brasil sugerem a necessidade de repensar essa política. Contudo, é importante lembrar a importância do salário mínimo para o aumento da renda da população, sobretudo da população mais necessitada e para a ampliação do mercado consumidor – essencial para o fortalecimento da economia.

Não se pode negar a importância do equilíbrio das contas para uma retomada do crescimento em bases sustentável e para a promoção do desenvolvimento econômico. A valorização do salário mínimo pode ser uma importante ferramenta pró-cíclica, ao mesmo tempo que contribui para a redução de desigualdades sociais. Considerá-la exclusivamente como uma despesa em tempos de crise, é uma distorção em favor do curto que pode comprometer a recuperação da economia brasileira num horizonte de tempo mais longo.


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