Por Vivian Silva
O prefeito de
São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, é o coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em São Paulo. Em entrevista exclusiva à Adjori-SP,
Marinho aponta a instalação em São Bernardo do Campo da fábrica sueca Saab,
responsável pelos caças Gripen, como um “salto” na indústria paulista, como foi
a indústria automobilística – fato que, segundo ele, estará garantido com a reeleição de Dilma. Na
ocasião, ele também falou sobre reforma política e a quantidade de ministérios.
Fornecedores poderão também exportar equipamentos produzidos para o Gripen |
Defesa nacional
A defesa
nacional do Brasil ganhou força com o anúncio da aquisição de 36 caças Gripen
NG, escolhidos pela presidente Dilma, no fim do ano passado, para substituir a
frota de Mirages da Força Aérea Brasileira (FAB). A partir de então, iniciou-se
um diálogo para a instalação de uma fábrica da Saab em São Bernardo do Campo,
com o objetivo de produzir 80% da estrutura do Gripen, o que promoverá cerca de
mil empregos apenas na cidade e outros milhares no estado. “Essa decisão é
altamente estratégica e provocará a possibilidade do Brasil fazer o seu caça
sozinho. Nós estamos projetando isso para os próximos 50 anos, de forma a criar
as condições para que, no futuro, o Brasil não dependa de ninguém para ter o
seu caça genuinamente brasileiro”, afirma Marinho.
De acordo com
Marinho, o investimento na área da defesa nacional (Aeronáutica, Marinha e
Exército) estava estagnado por mais de cinco décadas, até o ex-presidente Lula
iniciar investimento nesta área e a presidente Dilma dar continuidade ao
processo.
Marinho: "Dilma é a melhor opção para a indústria paulista". |
Fim
de ministérios
Recentemente, o
candidato a Presidência, Aécio Neves, declarou que, se eleito, acabará com
alguns ministérios do governo. Em resposta, o coordenador da campanha de Dilma defende a existência de cada um e exemplifica a funcionalidade e
necessidade dos departamentos. Segundo Marinho, o Ministério das Cidades,
instituído no governo Lula, por exemplo, facilitou a comunicação com diversas
regiões, o que inclui o ABC.
“Lula criou o
Ministério das Cidades. Antes você não tinha uma relação institucionalizada das
cidades com o governo federal, esta foi uma das mudanças importantes que nós
tivemos”, explica, ao se referir ainda ao desmembramento do Ministério do Esporte,
que envolvia áreas como Cultura e Lazer, promovendo maior dedicação a cada uma
delas. “Nós estamos avançando muito em cada uma dessas áreas porque tem uma
atenção maior, organizamos as demandas e os investimentos”, garante.
Reforma política e democratização
Um
plebiscito sobre a reforma política, demanda levantada durante
os protestos de junho de 2013, já
teria acontecido se dependesse apenas do Partido dos Trabalhadores (PT),
garante Marinho. “O
PT é um partido democrático, que respeita as diferenças de visões na sociedade
brasileira. Nós apoiamos uma assembleia constituinte, apoiamos o debate sobre a
reforma política, apoiamos o debate sobre o avançar do processo democrático
brasileiro. Você tem segmentos que o processo democrático ainda não chegou
direito”, explica, apontando os fatos ocorridos entre membros da imprensa como
exemplo: “veja os jornalistas que tiveram que pedir demissão de órgãos
importantes, para poder expressar a sua opinião em seus próprios artigos”,
comenta.
ABC
Nos últimos anos, o ABC recebeu recursos do governo federal para diversas áreas como Saúde, Habitação e Mobilidade Urbana. Porém, muitos desses repasses ocorrem gradativamente e não de uma única vez. Marinho defende a reeleição de Dilma como única garantia de continuidade dos projetos que já estão em andamento. “Eu fui colega da Dilma no governo Lula e coordeno a campanha dela. Na região, temos o Consórcio Intermunicipal Grande ABC como interlocutor com a presidenta, vide o nosso pacto de mobilidade regional”, comenta Marinho, que também é presidente do Consórcio.
Pesquisa
A pesquisa CNT/MDA, realizada em 18 e 19 de outubro, e divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta última segunda-feira (20) aponta empate técnico entre os candidatos. Segundo o levantamento, Dilma tem 45,5% das intenções de votos, enquanto Aécio aparece com 44,5%. Apesar da disputa acirrada, Marinho se mantém otimista. “O PSDB não assumirá o governo federal. Deus é pai e o povo vai nos acompanhar e reeleger a presidenta Dilma”, finaliza.