sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Salles não é um simbionte

Por Carlos A.B.Balladas

Raimundo Salles, agora ex-secretário de Cultura e Lazer da Prefeitura de Santo André, revela, com a sua saída da administração municipal, as faces de sua natureza política e de seu caráter.

Declarando que sai da administração por culpa de secretários e elementos do PT, Salles tenta se vitimizar, como ele fosse uma pessoa que age sempre com serenidade e tolerância. Quem atua ao seu lado no trabalho afirma exatamente o contrário: Salles age sempre de forma belicosa,  está permanentemente em estado de tensão e se irrita com facilidade quando é contrariado.

Salles abandona governo andreense.
Salles toma suas decisões políticas visando sempre os interesses pessoais, acima de qualquer outro.
Um exemplo disso foi o seu comportamento na articulação de sua candidatura em 2012. Quando de dispôs a ser candidato a prefeito, um dos partidos que se mostraram simpáticos à causa, e disposto a apoiá-lo, foi o PCdoB. O PT, por sua vez, desejava os comunistas já no primeiro turno na coligação de apoio a Carlos Grana. Salles renunciou ao apoio do PCdoB, depois de reunião com dirigentes petistas, e a direção do PCdoB até hoje não informou e justificou aos filiados e militantes o porquê da mudança de rumo. Salles, como se sabe, ganhou uma secretaria e o PCdoB meia dúzia de cargos sem importância.

Salles poupa o prefeito Carlos Grana, dizendo em suas declarações que ele é uma exceção no PT. Grana demonstrou sim, pois o prefeito se mostrou cumpridor do acordo feito, apesar das críticas dos seus companheiros de administração, e demais aliados, em função do comportamento arrogante e individualista de Salles na condução das ações frente à secretaria. O ex-secretário também nunca procurou conhecer a fundo a cidade que o acolheu como migrante e onde tem o seu ganha-pão. Tentou com todas as suas forças acabar com equipamentos e programas de cultura do segundo subdistrito de Utinga, causando problemas políticos ao prefeito. Este por sua vez, fiel e leal, nunca emitiu uma palavra sequer de crítica ao secretario, pois via nele um aliado político.

A campanha eleitoral revelou a outra face de Salles. Com a esposa empregada no governo do estado, por indicação do deputado estadual Alex Manente (PPS), o ex-secretário passa a trabalhar para este em Santo André em sua busca de uma vaga na Câmara de Deputados. Além disso, como é filiado ao PDT, Salles se dizia um dos coordenadores da candidatura de Paulo Skaf (PMDB) ao governo estadual, pois o seu partido havia indicado o vice (Batochio) na chapa do peemedebista.

Salles, portanto, assume uma posição, no mínimo esdrúxula: era secretario de um governo comandado pelo PT que, logicamente, apoiava Padilha e Dilma; seu partido apoiava no estado um candidato do PMDB, e foi cabo eleitoral, com direito a foto em santinho, de um candidato da base de apoio de Alckmin e Aécio, do PSDB.

O que se sabe, com a ascensão de Alex Manente ao Congresso, e com chances de ser um dos líderes de Alckmin em Brasília, Salles seja escalado para um posto no governo estadual. Antes disso, porém, deve se engajar na campanha de Aécio Neves neste segundo turno das eleições presidenciais.

Salles, como se vê, não se comporta como um simbionte, deixando a impressão por onde passa, isto sim, de um parasita político.









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