Às vésperas do segundo turno da eleição presidencial
brasileira, que decidirá pela continuidade do governo de coalizão de
centro-esquerda, sob comando de Dilma Rousseff (PT), ou a inauguração de uma
gestão de Aécio Neves (PSDB), palavras como “esquerdismo”, “comunismo”,
“socialismo” e outros “ismos” tomam tom pejorativo e são utilizados
sem nexo em ocasiões diversas.
Os agentes destes ataques, por sua vez, alertam para a
existência de conluios obscuros que levarão o Brasil para as mãos dos que
privilegiam a população mais humilde para mantê-la “escrava” de um grupo. “Que
absurdo!”, pensam eles, “como esses miseráveis viveriam sem a elite pastoreando
suas finanças? Regulando suas vidas? Determinando o que é bom e o que é mal
no mundo?”. A isso, respondemos: somente sem a presença onipresente da mão
que alimenta o crescimento nos limites da desnutrição é que existe esperança.
Proclamam-se, os que atacam o atual governo, como os
detentores da mudança, necessária em virtude de uma suposta desesperança generalizada.
Estão errados! Que desesperança é essa que anunciam, senão o esmorecimento dos
próprios magnatas que representam? Sim, meus caros, são os atuais detentores
dos meios de reprodução da vida que tremem diante da patente evolução de uma
parte do País até então adormecida. São eles que assistem a realidade
tornando-se antagônica aos seus interesses. O Mapa da Fome 2013, apresentado
pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, mostra que o
Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de
pessoas que vivem com menos de um dólar ao dia - em 75% entre 2001 e 2012.
Temem eles, covardes que são, os avanços de uma classe
considerada subalterna em virtude da miserabilidade que até então se
encontrava. Temem a percepção iminente do povo de que o pauperismo
experimentado é uma característica inalienável do sistema de classes existente.
Frente à escolha de jogar o País nas mãos de uma direita
neoliberal privilegiadora de empresas em detrimento às pessoas, ou conservar o
ritmo regido pelo governo em andamento, este jornal não possui dúvidas,
mantém-se coerente às suas diretrizes, fundamentadas no implemento da
democracia (a real democracia), e mesmo com críticas pontuais, como o pouco
avanço na democratização da comunicação e o escasso diálogo com a sociedade,
apoia Dilma Rousseff à Presidência do Brasil.
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