A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cultura de Paz, celebra nesta segunda-feira (28), o primeiro ano de existência do Centro de Referência da População Negra “Januário de Camargo”, localizado no Centro Integrado de Cidadania (CIC), na Vila Mazzei, em Santo André. A cerimônia, que contará com roda de conversa sobre igualdade racial, está marcada para as 16h e faz parte da programação do Mês da Consciência Negra.
O espaço nasceu com a missão de ser um local para convivência, estudo, apresentações culturais, cursos de aperfeiçoamento técnico em várias áreas, consulta a banco de dados digital sobre a população negra, além de possibilitar o acesso a publicações impressas e virtuais, bem como literatura especializada. O Centro de Referência oferece também orientações para as pessoas que foram discriminadas ou sofreram racismo.
Para o coordenador do Centro de Referência, Wellington Bento, o espaço está cumprindo muito bem a sua função, tanto que a população já se apropriou do espaço. “É um local onde a população negra pode se reunir para entender sua história, conquistas e propor novas políticas públicas de igualdade racial”, afirma.
Homenagem
Januário de Camargo foi um escravo que viveu em meados do século XIX e foi libertado. Foi, então, registrado com o nome da família Camargo, uma das mais antigas famílias do ABC. Viveu sozinho em uma grande casa na rua Justino Paixão, no Centro, onde hoje fica a ETEC Júlio de Mesquita.
Em 2001, sua história chamou a atenção, quando a Assessoria dos Direitos da Comunidade Negra, juntamente com o Movimento Negro de Santo André, foram informados da retirada da lápide de seu túmulo, considerada um retrato do racismo na época, pois nela, estava escrito: “Aquelle que, apesar da denegrida côr de sua pélle, possuia um espirito de nitida alvura, a homenagem posthuma do funcionalismo municipal de São Bernardo”.
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