quarta-feira, 8 de novembro de 2017

São Bernardo do Campo tem escola de tempo integral bilíngue para surdos

Da redação

Uma das primeiras escolas criadas para a alfabetização de surdos no ABC, a EMEBE Neusa Bassetto, no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo é inserida no programa Educar Mais. Com isso, a jornada escolar passa de 5 para 9 horas todos os dias da semana,  e transforma esta unidade na primeira escola de tempo integral bilíngue para surdos no estado de São Paulo. O anúncio ocorreu no local nesta última terça-feira (07), e contou com a presença do prefeito Orlando Morando, da secretária de Educação, Suzana Dechechi, entre outras autoridades, além pais, alunos e profissionais da educação.

Morando anunciou a inclusão da EMEBE Neusa Bassetto no programa Educar Mais | Foto: Gabriel Inamine/PMSBC
Recentemente, a instituição completou 60 anos e houve a reabertura de matrículas para a educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano). "É com muito orgulho que inserimos a EMEBE Neusa Bassetto no programa Educar Mais, iniciativa que é uma das prioridades deste governo. Para muitos, a educação é um gasto. Mas para essa gestão é um investimento no futuro de nossas crianças. Acredito que é fundamental promover a inclusão de diferentes tipos de deficiência na rede municipal de ensino. Mas, nem sempre, um único modelo funciona para todos. Por isso, fizemos questão de reabrir as matrículas desta escola, uma das referências para a educação para surdos", afirma o chefe do Executivo. 

Morando enfatizou que a decisão de reabrir as matrículas nesta escola está amparada pela lei, pois a Secretaria da Educação consultou o Ministério Público: "Agora, os pais com crianças com deficiência auditiva poderão escolher como seu filho terá o acesso ao conhecimento: tendo uma educação bilíngue, por meio da Libras - Língua Brasileira de Sinais e convivendo apenas com crianças surdas; ou mantê-los nas escolas-polo, com professores e crianças ouvintes, nos quais terão o melhor atendimento com instrutores em Libras", explica.

O Educar Mais oferece aos estudantes diversas possibilidades de aprendizagem, pois agrega as disciplinas da Base Nacional Comum Curricular como inglês, atividades complementares de grupos de estudo, jogos de tabuleiro, linguagens artísticas, educação ambiental, iniciação científica, cultura do movimento, protagonismo infantil e educação física para todos os estudantes.

Assim, as atividades da parte diversificada e da base comum acontecem tanto no período da manhã como à tarde, compondo um currículo integrado. No caso da EMEBE Neusa Bassetto, os alunos terão todas as atividades, por meio da Língua Brasileira de Sinais - Libras -, na qual acessa todos os conhecimentos. Todas as atividades são realizadas com professores fluentes em Libras. 

O português, na modalidade escrita, é o segundo idioma a ser aprendido. Além dessa unidade escolar, o Educar Mais está presente em mais 10 escolas, atendendo cerca de 2.500 alunos na educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano).

A EMEBE Neusa Bassetto deixou de receber matrículas em 2014, e grande parte de seus alunos foram transferidos para as escolas-polo EMEB Padre Manuel da Nóbrega (ensino infantil) e EMEB Neusa Macellaro Callado Moraes (ensino fundamental I) e no Centro de Qualificação Profissional (CQP) de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Por essa razão, a escola conta, atualmente, com 32 alunos. No total, a rede municipal de ensino conta com 75 alunos surdos.

Já a secretária da Educação, Suzana Dechechi, ressaltou a importância de se ouvir a comunidade e os profissionais envolvidos. "Ao assumir a Pasta, fizemos uma escuta com os profissionais da educação, que sinalizaram sobre a importância desta escola para a comunidade surda. Juntamente com o prefeito, pensamos em alternativas para melhorar o atendimento e como poderíamos trazer os alunos de volta a essa unidade escolar, sem ferir a legislação. Estamos felizes porque a EMEBE Neusa Bassetto continuará cumprindo a sua função educacional de levar o conhecimento para as crianças surdas", finaliza.



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