O senhor Thiago Rocha de Paula, também conhecido nos meios esportivos como Liminha, professor aplicado e respeitado, e colaborador do Jornal Ponto Final, no qual nunca teve um de seus textos censurados ou editados, enviou o texto apresentado abaixo, e publicado na edição impressa do semanário de número 866, semana de 27 de agosto a 2 de setembro, página 4, sob o titulo que leva o nome do vereador "José Francisco de Araujo".
Rasgados elogios ao José Araujo. |
As razões de Thiago atacar o partido que o acolheu (PSD), o vereador e este escrevinhador serão conhecidas, provavelmente, ao longo do processo eleitoral que se inicia.
Vida que segue.
José Francisco de Araújo
No último dia 18, a Câmara de Santo André estava agitada. Do gargarejo – local próximo a tribuna onde ficam jornalistas, assessores e políticos convidados – eu acompanhava a sessão, quando pediu a palavra José Francisco de Araújo. O vereador comunicava o seu desligamento do PMDB, partido do qual era fundador e ,com muita emoção, parou a Câmara.
Esquecer políticos e fatos que marcaram a trajetória política da cidade é natural, já que não preservamos nossa história devidamente. Esse, quase, é o caso do vereador José de Araújo. Nascido na Vila Matarazzo em 1950, o economista, fenômeno eleitoral desde 1972, que foi vice prefeito entre 1993 a 1996, e secretário dos Transportes no mesmo período, é um profissional da política.
Araújo sempre esteve presente na minha vida. Meu pai Vanderlei de Paula, também fundador do antigo MDB, sempre falou do vereador, mas com certa frustração por atribuir a ele sua não candidatura a vereança em 1996. Cresci ouvindo isso.
Contudo, minha militância partidária começou justamente por causa de Araújo. Meu pai me levou a uma reunião do diretório do PMDB em 2003. Era véspera de eleição ,e o vereador estava fora do seu habitat, o poder legislativo. José de Araújo pediu a palavra e ,com uma conta de água na mão, colocou fogo na reunião monótona. Uma virada espetacular. Nunca mais eu quis largar a militância partidária.
Entretanto, o reencontro político não foi amistoso. Araújo era presidente da Câmara e eu um militante de oposição. Ele defendia o aumento do número de vereadores e eu era oposição. Ele palmeirense e eu São-paulino. Desse confronto de ideias, a admiração da adolescência transformou-se em ódio na juventude.
O tempo passou e hoje, mais experiente, tenho que admitir que Araújo não é mais o problema. O vereador tem uma trajetória que deve ser estudada e respeitada sempre. Assim, livre dos meus fantasmas, após ouvir aquele discurso e estudar sobre o vereador admito que José de Araújo desperta admiração. Siga em frente, velho lobo do mar.
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