segunda-feira, 2 de março de 2015

Eleições em Santo André. Pesquisa que não vale nada, mas diz muito

Por Carlos A.B.Balladas

Por absoluta falta de normas legais que regulamentem a publicação de pesquisas de cunho eleitoral antes do prazo estipulado pela justiça, ou por má fé, ou pela ausência de ética, alguns veículos de comunicação veiculam levantamentos sem o embasamento técnico que suportam a autenticidade dos dados apresentados. Foi o que ocorreu com a edição deste domingo (1/3) do Diário do Grande ABC.
A 20 meses das eleições municipais, o periódico precipitou-se em apresentar números que quantificam a preferência do eleitor em possíveis candidatos às Prefeituras do ABC.
Vamos nos deter em comentar apenas o levantamento relativo a Santo André, já que o Jornal Ponto Final tem quase a totalidade de sua circulação nesta cidade.

A edição impressa, em cujo texto é tomado como base para nossos comentários, apresenta imprecisões em relação ao período em que foi realizada a sondagem. Refere-se somente à "terça-feira", algo um tanto vago para uma sondagem deste porte e importância; tampouco apresentou a metodologia utilizada.
Ailton Lima, Aida, Grana, Salles e Serra são nomes prováveis em disputa eleitoral.
As objeções nos fazem tratar tal sondagem como uma enquete, daquelas comumente realizadas na internet, sem o rigor científico necessário para conclusões robustas. O mérito da pesquisa é colocar sob observação alguns nomes novos no cenário político, tais como o de Fábio Picarelli, presidente da OAB de Santo André, e ainda sem partido. Outros nomes que são novidade neste tabuleiro são os dos vereadores Ailton Lima (SDD), do marinista Almir Cicote (PSB) e do atual presidente da Câmara Ronaldo de Castro (PRB).

A sondagem mostra no alto da tabela os mesmos nomes da corrida eleitoral de 2012, isto é, Aidan Ravin (PSB), Raimundo Salles (PPS) e Carlos Grana (PT), o que não é novidade alguma, pois o eleitor tende a lembrar de nomes presentes na mídia e em campanhas recentes. Aidan foi prefeito e candidato a deputado federal em outubro último, Salles era secretário do governo petista andreense e sua imagem foi exposta em cartazes e folhetos de apoio a vários candidatos nesta mesma eleição. Quanto a Grana, seu nome é lembrado por sua exposição natural como  prefeito.

Mesmo sem critérios absolutamente confiáveis, a pesquisa nos apresenta dados com números próximos ao verificados por este que lhe escreve em pesquisas não publicadas, mas realizadas com maior rigor.
Grana e Aidan devem ser os astros principais da próxima eleição, ficando os demais com satélites no processo, se o quadro não se alterar drasticamente. Neste instante - e a surpresa é esta - Aidan leva vantagem sobre os demais, e seria o primeiro colocado num eventual primeiro turno. Salles, entretanto, a nosso ver o candidato mais competitivo, pois apresenta, entre os três, o menor índice de rejeição, pode ser o grande azarão na campanha de 2016, podendo ocupar um lugar num segundo turno com Aidan ou Grana.
Carlos Grana enfrentará, além dos adversários, a avaliação de seu governo, que dependerá de suas ações realizadas até as eleições, e a rejeição ao seu partido, o PT, que tende a continuar grande em Santo André.  Grana e Aidan apresentam praticamente o mesmo índice de rejeição (27,5% e 29,5% respectivamente),o que coloca os dois no mesmo patamar diante do colégio eleitoral andreense. Este é o fator levando em consideração por aqueles que conduzem a estratégia de uma campanha, pois define a forma de conquista do eleitor que não rejeita um candidato.


A pesquisa, entretanto, não traz dados extremamente relevantes e cruciais: os cenários de um possível segundo turno. Se foi proposital ou não, é  incomum apresentar pesquisas eleitorais em cidades que preveem um segundo turno um projeção de disputa entre os nomes do topo da lista.
Neste cenário os demais candidatos, por mais nanicos que sejam, têm relevância na disputa final determinada pelo segundo turno.

No jogo eleitoral antever os possíveis cenários de um segundo turno é algo imprescindível para os ponteiros da disputa, e os candidatos que ficam fora da primeira e segunda colocações passam a ter grande importância, e podem definir os resultados. É o caso explícito de Santo André. Há uma certeza latente de um segundo turno e os que ficarem fora dele definirão as eleições.

A conferir.

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