Por Sebastião Ney Vaz Jr.
Sebastião Ney Vaz Jr. é superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) | Foto: Divulgação |
Ao comemorar 90 anos, a represa Billings, pela primeira vez, é priorizada para o abastecimento de água para a Região Metropolitana de São Paulo.
Foi necessária uma crise hídrica sem precedentes para que o Governo do Estado, gestor dos recursos hídricos na região, reconhecesse a importância deste manancial no sistema de abastecimento e o transformasse numa alternativa real de fonte de água para moradores da Grande São Paulo.
Até pouco antes do anúncio da Sabesp de ampliar sua captação na Billings, o manancial, apesar de estar encravado na RMSP e de possuir uma capacidade para 1,2 trilhão de litros, tinha como funções prioritárias o controle de cheias da capital e a geração de energia na Usina Henry Borden.
Mas a medida, apesar de vir ao encontro do desejo dos moradores do ABC e de ser um presente para a represa neste Dia Mundial da Água, deve ser cuidadosamente implementada, para que a saúde da população não corra riscos e também para que não seja esgotado.
O controle da poluição da Billings deixa a desejar. Foram décadas recebendo esgotos do Rio Pinheiros, com a justificativa de que a medida era necessária para evitar o transbordamento de córregos. Sem contar a carga de esgotos doméstico e industrial que chegam ao manancial através de ligações diretas e clandestinas.
Se a poluição compromete parte das águas da represa, como já apontaram vários estudos, é urgente um esforço do Governo do Estado para a recuperação do manancial. Ao mesmo tempo cabe aos gestores municipais um empenho para evitar ainda mais danos e reduzir os já existentes.
Santo André está ciente das suas responsabilidades para com o manancial. Afinal, Billings há décadas é utilizada no abastecimento da cidade. Atualmente, mais de 60% da água enviada pela Sabesp ao município é da Billings. Além disso, a água tratada em Santo André é captada no Pedroso, que faz parte do braço Rio Grande da represa, um dos mais preservados. A nova Estação de Tratamento de Água, que será construída no Recreio da Borda do Campo, também fará sua captação neste braço.
Como gestor do saneamento ambiental de Santo André, o Semasa tem implementado ações para recuperar áreas degradadas e preservar o manancial. Mantém Estação de Tratamento de Esgotos no Parque Andreense e está implantando uma rede de captação de esgotos no Recreio da Borda do Campo. Para coibir invasões, danos à mata e construções irregulares, mantém fiscalização por terra, água e ar. Também está empenhada na reformulação da Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo (Luops), para que as regras de ocupação do manancial fiquem ainda mais rigorosas.
Obs.: Matéria publicada originalmente na edição 849 do jornal Ponto Final.
Foi necessária uma crise hídrica sem precedentes para que o Governo do Estado, gestor dos recursos hídricos na região, reconhecesse a importância deste manancial no sistema de abastecimento e o transformasse numa alternativa real de fonte de água para moradores da Grande São Paulo.
Até pouco antes do anúncio da Sabesp de ampliar sua captação na Billings, o manancial, apesar de estar encravado na RMSP e de possuir uma capacidade para 1,2 trilhão de litros, tinha como funções prioritárias o controle de cheias da capital e a geração de energia na Usina Henry Borden.
Mas a medida, apesar de vir ao encontro do desejo dos moradores do ABC e de ser um presente para a represa neste Dia Mundial da Água, deve ser cuidadosamente implementada, para que a saúde da população não corra riscos e também para que não seja esgotado.
O controle da poluição da Billings deixa a desejar. Foram décadas recebendo esgotos do Rio Pinheiros, com a justificativa de que a medida era necessária para evitar o transbordamento de córregos. Sem contar a carga de esgotos doméstico e industrial que chegam ao manancial através de ligações diretas e clandestinas.
Se a poluição compromete parte das águas da represa, como já apontaram vários estudos, é urgente um esforço do Governo do Estado para a recuperação do manancial. Ao mesmo tempo cabe aos gestores municipais um empenho para evitar ainda mais danos e reduzir os já existentes.
Santo André está ciente das suas responsabilidades para com o manancial. Afinal, Billings há décadas é utilizada no abastecimento da cidade. Atualmente, mais de 60% da água enviada pela Sabesp ao município é da Billings. Além disso, a água tratada em Santo André é captada no Pedroso, que faz parte do braço Rio Grande da represa, um dos mais preservados. A nova Estação de Tratamento de Água, que será construída no Recreio da Borda do Campo, também fará sua captação neste braço.
Como gestor do saneamento ambiental de Santo André, o Semasa tem implementado ações para recuperar áreas degradadas e preservar o manancial. Mantém Estação de Tratamento de Esgotos no Parque Andreense e está implantando uma rede de captação de esgotos no Recreio da Borda do Campo. Para coibir invasões, danos à mata e construções irregulares, mantém fiscalização por terra, água e ar. Também está empenhada na reformulação da Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo (Luops), para que as regras de ocupação do manancial fiquem ainda mais rigorosas.
Obs.: Matéria publicada originalmente na edição 849 do jornal Ponto Final.
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