terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Sonhos além do fim de ano

Por Jozimeire Stocco*

Chegou dezembro e com ele muita correria para conseguirmos dar conta do que planejamos para 2018 e que gostaríamos que acontecesse. Ainda dá tempo, dizem alguns. Outros, porém, percebem que não será possível concluir as metas traçadas dependendo do que idealizaram. O ano está chegando ao fim, mas o desejo de continuarmos caminhando em busca dos sonhos e fortalecer os vínculos familiares e propósitos para que a educação dos filhos seja de qualidade, precisa permanecer.

Nessa época, quando recebem os resultados das notas da escola, se aprovados, é como se fôssemos junto com eles. Afinal, entre o despertar pela manhã, até o fim do dia, contribuímos para que pudessem obter êxito. Entre tarefas de casa, leituras de livros, trabalhos em grupo, apresentações de pesquisa e avaliações, a maioria dos leitores procurou contribuir de alguma maneira para o sucesso das crianças e adolescentes. Com a aprovação, temos uma sensação de alívio e de conquista, mas se isso não aconteceu, o que fazer nesse momento? Vamos ponderar sobre quais foram as questões que implicaram nesse resultado insatisfatório e pormenorizar, a fim de que novas ações sejam planejadas para que no próximo ano aconteçam avanços e que as crianças e jovens, que por alguma razão não obtiveram sucesso, sejam auxiliados para que alcancem resultados mais proveitosos.

Foto Divulgação

Todavia, é oportuno lembrarmos que é muito importante que triunfem numa escola maior do que essa que não forma por meio de propostas e conteúdos planejados por uma equipe de professores com competência para tal: a vida. Nessa, a matrícula foi feita no dia em que nasceram e cada oportunidade contém aprendizagens, não tem recuperação e nem férias. A aprovação depende de inúmeros fatores.

Nossos filhos pertencem a essa geração do século XXI, que convive com questões voltadas à falta de ética e à indiferença em relação ao próximo, que ora se apresenta bem perto da nossa casa e em outras, pelo país, pelo mundo. Dessa maneira, eu quero citar um documento muito importante que serve como balizador para uma jornada que abarque o que foi preconizado para a consolidação de um mundo melhor em que crianças e adolescentes merecem viver: a Declaração dos Direitos Humanos, que em 2018 completou 70 anos, que nasceu após as barbáries da Segunda Guerra Mundial. Essa Declaração estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos. Aprender dentro do universo familiar o que foi estabelecido nela, contribuirá para a formação para a cidadania e a busca pela garantia e alcance deles.

Segundo esse documento, em seu artigo 26, a educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos (…).

Foto Divulgação
Assim, os filhos necessitam receber orientações que apresentem esses pressupostos como motivação. Desse modo, por meio das atitudes dos adultos, eles verificarão que:

– Dialogar é essencial.

– Elogios serão feitos quando merecerem.

– As críticas virão quando o que fizerem não for o melhor.

– Atitudes gentis geram gentileza.

– Ser tolerante é essencial.

– Regras são importantes.

– Cada ato tem consequência.

– Cada indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

Por outro lado, as famílias podem:

– Presentear afetos com gestos de solidariedade e respeito tanto em casa como também fora do lar. Somos modelos.

– Aproveitar momentos de lazer e mostrar para eles que cada contexto tem o seu momento para acontecer, pois toda a pessoa tem direito ao repouso e ao lazer.

– Sempre que houver necessidade de mudar o que foi estabelecido, explicar os motivos.

–  Ensinar o respeito à dignidade humana e o espírito à fraternidade.

A família é o núcleo mais importante da sociedade e nela os valores essenciais da Declaração Universal dos Direitos Humanos, tais como cooperação, respeito, equidade, inclusão, entre outros, podem ser trabalhados e fazer a diferença na formação dos filhos, principalmente para a convivência social, onde há necessidade de obter notas que não se expressam em números, mas em atitudes.
Assim, despeço-me de 2018 com gratidão porque pude expressar ao longo dele, minhas contribuições para vocês. Boas Festas!

Feliz 2019, com propósitos e oportunidades para realizar sonhos.

*Jozimeire Stocco é pós-doutora e doutora em Educação com currículo pela PUC-SP. Possui, também, mestrado em Educação e é especialista em Educação Infantil.



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