O Núcleo Curucutu do Parque Estadual Serra do Mar está em festa. Depois de registrar, em agosto de 2015, a presença do gato mourisco (Puma yagouaroundi), também ameaçado de extinção, a recente confirmação da presença da onça-pintada (Panthera onca) na Unidade de Conservação deixou a equipe técnica pra lá de animada e orgulhosa.
A onça-pintada que aparece nas imagens aparenta ser um indivíduo adulto. Dois registros foram feitos, um em dezembro de 2015 e outro em janeiro de 2016, por armadilhas fotográficas que estão sendo utilizadas no projeto “Ecologia da onça-parda em remanescentes de Mata Atlântica e Cerrado nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista”. Não há registro da onça-pintada há muitos anos no PESM.
Onça pintada, ameaçada de extinção, apareceu em dois registros fotográficos | Foto: divulgação |
Pesquisa científica
O projeto é coordenado pela analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros/ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CENAP/ICMBio), Lilian Bonjorne de Almeida, para seu estudo de doutorado na State University of New York/ College of Environmental Sciences and Forestry (SUNY/ESF).
De acordo com Lilian, há alguns anos, o CENAP/ICMBio teve outro projeto realizado no PESM, coordenado por um dos maiores especialistas em onça-pintada do mundo, o biólogo Peter Crawshaw, tendo como um dos focos registrar a onça-pintada em outros núcleos do parque.
“Na época, apesar de todo esforço de campo, não foi realizado um registro fotográfico da onça-pintada, considerando-se, então, baixa a densidade da espécie na Serra do Mar. Estamos animados com as surpresas que encontramos ao longo de nossos estudos”, comenta a pesquisadora.
"Estamos animados com as surpresas que encontramos", afirma a pesquisadora | Foto: divulgação |
Segundo o biólogo e analista ambiental do CENAP/ICMBio, Henrique Gonçalves, responsável pela instalação da armadilha fotográfica que registrou a onça-pintada, a parceria entre ICMBio e Fundação Florestal é essencial e deve continuar trazendo benefícios para a conservação dos grandes felinos da Serra do Mar.
Refúgios da vida silvestre
Para o diretor executivo da Fundação Florestal, Luis Fernando Rocha, registros como este atestam a importância do trabalho desenvolvido pela Fundação Florestal, por meio de suas Unidades de Conservação.
“O Parque Estadual Serra do Mar é a maior porção contínua de Mata Atlântica no Estado de São Paulo. A proteção deste corredor ecológico favorece a sobrevivência de espécies que necessitam de grandes territórios para transitar, como é o caso dos felinos. Os registros de espécies no PESM, como o gato mourisco, jaguatiricas e onças, além de outros tipos de mamíferos -como antas, queixadas e cotias- tem sido motivo de orgulho para toda a equipe da Fundação Florestal e sinal de que estamos no caminho certo”, comemora o diretor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário