O calçadão comercial da Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro de Santo André, foi invadido por vários mosquitos Aedes aegypti nesta manhã de quinta-feira (4), durante a descontraída passagem do tradicional bloco carnavalesco da Saúde. No entanto, ao contrário do original que mata e provoca ainda outras doenças, como o zica vírus e a febre chikungunya, as réplicas ‘do bem’ alertaram a população sobre a necessidade de prevenção e combate. Tudo regado ao som do maracatu e puxado por marchinhas, confete, serpentina e spray de espuma. ‘Xô Dengue’ embalou a folia do pessoal de branco.
Neste ano, o Carnaval da prevenção e promoção à saúde de Santo André focou no tema dengue, inclusive com direito a samba-enredo na passarela improvisada, que atraiu olhares dos consumidores e curiosos, além de várias selfies ainda no ponto de concentração – no Largo da Estátua.
Coletivo de maracatu Agô Anama deu o ritmo à festa no centro | Foto: David Rego Jr./PSA |
Não faltou animação entre os trabalhadores da saúde e os foliões de rua. Como foi o caso da paraibana Severina Joaquina da Conceição, 94 anos, nascida na cidadezinha de Pombal, no sertão nordestino, que recentemente mudou de mala e cuia para Santo André. Exemplo de vida, a nordestina pulou e cantou em cima da cadeira de rodas, conduzida pela dona de casa Sebastiana Jacome Alexandre, 59 anos, uma das quatro filhas mulheres.
Por acaso, Severina se deparou com o bloco da Saúde. “Venho no calçadão todos os dias com minha mãe e hoje encontramos o pessoal da dengue por aqui. Ela animou e não quer mais ir embora”, contou, aos risos, enquanto a mãe, em cada parada das alas, se levantava em frente à cadeira para seguir coreografia, com direito a adereço colorido na cabeça. A filha avaliou como fundamental unir uma festa popular com a importância do combate ao mosquito.
MENTAL – A ala da Saúde Mental foi um registro à parte. Cada componente vestia camisetas pretas, com as listras brancas do mosquito na frente e a frase ‘Xô dengue’ atrás, que foram estampadas pelos usuários do NUPE (Núcleo de Projetos Especiais), responsável por 12 oficinas terapêuticas, além de inclusão social e geração de renda, vinculadas à rede de atenção psicossocial da Secretaria de Saúde. Também foram confeccionados estandartes, abadás e fantasia coletiva desenvolvida pela equipe do Consultório na Rua, serviço público que atua com veículo itinerante para chegar até os usuários de drogas e dependência química.
No Carnaval da Saúde, o cuidado com as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), entre elas, a Aids, causada pelo vírus HIV, também foi tema de fundo na folia. A equipe do Núcleo de Prevenção DST/Aids distribuiu 300 kits, cada qual composto por material informativo e de prevenção da sífilis e HIV, três saches de gel, 11 preservativos, sendo nove masculinos e dois femininos.
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