segunda-feira, 3 de julho de 2017

Obras do Centro de Reabilitação serão retomadas com mudanças nos planos

Por Vitor Lima

Depois de dez meses paradas, as obras do futuro Centro Especializado em Reabilitação (CER), em construção no bairro Campestre (Rua Vitória Régia, 940), em Santo André, devem ser retomadas neste mês. Pelo menos esta foi a promessa feita pelo prefeito Paulo Serra, em vistoria realizada no local em 7 de junho. A construção está paralisada, desde setembro do ano passado, por falta de pagamentos. Um acordo com a construtora responsável permitirá a retomada das ações. 

Construção segue parada; promessa é que as obras sejam retomadas neste mês | Foto: Vitor Lima
O Executivo projeta que o espaço seja inaugurado em janeiro do ano que vem – portanto, com praticamente dois anos de atraso, já que a previsão inicial era de que a inauguração ocorresse em fevereiro de 2016.A construtora ainda precisa concluir os serviços de colocação dos pisos, forro e instalação da parte elétrica. 

A reportagem do Ponto Final esteve no local ontem (6) e constatou que, até o momento, os operários não voltaram a trabalhar no espaço – apenas um funcionário da Faconstru (construtora responsável pela obra) estava na área para tomar conta do prédio. Fontes consultadas pela reportagem denunciam que, há poucos dias, o local foi invadido e vandalizado internamente. Ainda de acordo com os relatos, apenas depois do ocorrido é que a empresa destinou um colaborador para vigiar as obras, que até então estavam abandonadas. 

Questionada sobre o fato, a Prefeitura reconheceu que no fim de junho foi “registrado furto de cabeamento no local”. Ainda de acordo com o posicionamento da Administração, “o mesmo será ressarcido pela empresa responsável pela obra, sem custo adicional para a Prefeitura”. Sobre a segurança no local, a municipalidade comunica que “equipes da Guarda Civil Municipal intensificarão as rondas na região”. 

A unidade de reabilitação custará, ao todo, R$ 6,1 milhões aos cofres públicos (R$ 5,2 milhões de verbas federais e o restante de recursos municipais) e a previsão é de que o local realize de 8 a 9 mil atendimentos mensais dos quatro tipos de deficiência (física, auditiva, visual e intelectual). Após finalizado, o custeio mensal do Centro será de R$ 500 mil (R$ 400 mil com recursos federais e o resto de responsabilidade do Executivo da cidade).

Na ocasião da vistoria, em 7 de junho, Serra detalhou as negociações para a retomada das obras: “Nós já negociamos com outros fornecedores os restos a pagar do ano passado e estamos colocando as contas da Prefeitura em dia. Dentro desses acordos, fizemos uma proposta para a construtora de que pagaríamos imediatamente 50% da dívida e o restante dentro de 120 dias, e eles então retomariam o serviço”.

Espaço de lazer será extinto

Antes do terreno receber as obras para o CER, o local de aproximadamente dois mil metros quadrados abrigava o Centro Comunitário do Bairro Campestre. O espaço de lazer contava com duas quadras esportivas, pista de skate coberta, academia ao ar livre e sala multiuso. 

Promessa da Prefeitura era de que as quadras esportivas e o restante do Centro Comunitário fossem revitalizados; no entanto, os espaços serão extintos. A foto retrata como era parte do local antes do início das obras | Foto: Reprodução 
Quando o projeto para a construção do Centro de Reabilitação foi apresentado pela Prefeitura, em abril de 2014, houve a promessa de que os espaços voltados ao lazer seriam entregues à população revitalizados. Contudo, a promessa não será cumprida.

Por nota, a Administração informa a situação do local. “A retomada do Centro Comunitário, embora anunciada, não foi programada dentro do orçamento pela gestão anterior. Por conta da situação financeira da Prefeitura, não é possível realizar esse projeto”, diz o documento.

Prefeito Paulo Serra durante vistoria no local, em 7 de junho | Foto: Ricardo Trida/PSA
Os planos da atual gestão para o espaço são outros. A municipalidade estuda a venda de parte do terreno do antigo Centro Comunitário (a área que fica atrás do CER onde anteriormente funcionava a pista de skate). O montante arrecadado com a venda seria utilizado para a construção de um novo prédio (no local onde ficavam as quadras esportivas) para abrigar a Unidade de Saúde do bairro Campestre, que atualmente funciona em terreno alugado na Rua Simão Jorge, 550. “Isso representaria uma economia de R$ 8 mil por mês com o imóvel alugado”, esclarece a nota.

*Atualizado em 07/07/2017



Nenhum comentário:

Postar um comentário