Exemplos de nanossatélites lançados pela empresa Planet Labs |
O módulo de cujo desenvolvimento a UFABC participa é denominado Sistema de Determinação de Atitude Tolerante a Falhas (SDATF). Composto por processadores, sensores e softwares, sua função é computar a orientação espacial do satélite a partir de medidas do campo geomagnético e da direção do Sol. Entre suas características principais estão a arquitetura, que compreende redundância em hardware; ferramentas de tolerância a falhas causadas pela radiação, que atinge o satélite em seu voo espacial; e o esforço de construção de um dispositivo de baixo custo, dimensões e peso adequados às restrições dos nanossatélites. O software do SDATF contém códigos computacionais que realizam a determinação de atitude e de algoritmos auxiliares, como a propagação de órbita, além de cálculo dos valores teóricos da posição do Sol e do vetor do campo geomagnético, a partir da posição onde se encontra o satélite.
A etapa seguinte do desenvolvimento do dispositivo consiste de testes em laboratórios especializados (a serem realizados no INPE), seguidos do teste em voo, na condição de carga útil embarcada num satélite da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM): o NanoSatC-BR2. Esse satélite faz parte de um programa de desenvolvimento de nanossatélites do INPE e da UFSM, apoiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e coordenado pelo pesquisador Otávio Durão (INPE), denominado NanoSatC-BR. O primeiro satélite do programa (NanoSatC-BR1) foi lançado há quase três anos e segue voando, em órbita no espaço. O NanoSatC-BR2 é um nanossatélite 2U do tipo CubeSat. Nessa categoria, os satélites seguem um padrão de dimensões onde uma unidade 1U equivale a um cubo de 10 centímetros de aresta. Além do módulo SDATF, o NanoSatC-BR2 levará uma segunda carga útil: uma sonda de Lagmuir, experimento científico de pesquisadores do INPE para medir temperatura e densidade de plasma no espaço.
A equipe do projeto é composta pelos professores Luiz Martins (UFABC) e Ricardo Duarte (UFMG), além dos pesquisadores Hélio Kuga e Valdemir Carrara (INPE) e de estudantes de ambas as universidades. Para o professor Luiz Martins, “a participação da UFABC no desenvolvimento do SDATF, assim como nossa participação no projeto do futuro nanossatélite SERPENS-3 (da AEB), nos insere em temas de ponta do cenário mundial das inovações tecnológicas relevantes”.
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