O vice-presidente de Negócios Públicos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Correios, José Furian Filho, e os consultores Alexandre Brenait e Marcelo Cavalcante, participaram nesta terça-feira (7) da 100ª Assembleia de Prefeitos do Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Os executivos vieram apresentar a nova metodologia de trabalho dos Correios, e possibilidade de estabelecer parcerias de serviços com o Poder Público da região. O encontro foi articulado por meio do escritório do Consórcio em Brasília.
Com 355 anos, os Correios são a única empresa pública brasileira presente em todos os municípios do País. O executivo admitiu as dificuldades financeiras dos últimos quatro anos, e até mesmo da recuperação iniciada no ano passado, quando as operações de entregas foram normalizadas. O executivo veio falar sobre o novo tempo dos Correios, mais enxuto, além da “cesta de produtos”.
Encontro entre representantes das duas entidades ocorreu hoje (7) | Foto: Divulgação |
Furian explica que a nova cesta de produtos e serviços resultará em ganho para o Poder Público, já que a empresa brasileira já conta hoje com 97% A 98% na taxa de entrega. “Nesse processo se percebeu a necessidade de criação de uma área focada na relação com o cliente e no desenvolvimento de soluções para os diversos serviços dos órgãos públicos. A vice-presidência de Negócios Públicos foi criada com esse objetivo. Atender bem às prefeituras e aos demais órgãos públicos, levando eficiência e agilidade”, reforça.
O presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, destacou a consulta feita a representantes dos Correios pelo secretário Executivo, Tunico Vieira. Segundo ele, os Correios serão importantes para a entrega de medicamentos aos munícipes. “Os Correios têm expertise no assunto e já trabalham para algumas prefeituras fora de São Paulo com o Leve Leite. Esse é um assunto importante e que gera filas em UBSs e UPAs”, reforça Morando.
O vice-presidente de Negócios Públicos dos Correios explica que a prestação de serviços nesta parceria vai além da entrega de medicamentos. “Estamos falando de soluções como o atendimento nas nossas agências. Abrir as nossas agências para a necessidade das prefeituras, seja para um recadastramento ou para entrega de algum documento, seja o que for. Assim como a distribuição de medicamento ou mesmo o kit escolar. Aquilo que a Prefeitura tenha como demanda e que hoje ela tem de fazer com recursos próprios, os Correios estão preparados. O que viemos hoje oferecer é a capacidade e a expertise que o Correios tem de logística e para atendimento aos prefeitos”, explica.
Crise
Furian disse que a empresa está fazendo um esforço gigantesco para regularizar os problemas de entrega dos últimos três anos. “A diretoria está fazendo um esforço gigantesco para colocar as finanças em dia e para o melhor atendimento da população brasileira na questão da pontualidade das entregas”, destaca. Mas apesar dos problemas dos últimos anos, Furian explica que a empresa melhorou a qualidade operacional, que sempre foi o carro-chefe da empresa, e que já conseguiu alcançar patamares que o mercado aceita. “Estamos falando hoje de 97% a 98% das nossas cartas e encomendas sendo entregues dentro do prazo. É um padrão bastante alto que o mercado exige e que o Correios está conseguindo nesse momento responder de maneira adequada”, diz. Segundo ele, a empresa passou uma dificuldade muito grande, no ano passado, quando cresceram as reclamações pelos atrasos, mas o esforço está surtindo efeito.
A saúde financeira dos Correios é outro ponto que preocupa nessa recuperação empresarial. “Tivemos prejuízos nos últimos três anos, mas no ano passado foi quebrada essa sequência e tivemos um ano de lucro. Em 2018, acreditamos que chegaremos ao final com um lucro pequeno. E a partir de 2019 deveremos sair do vermelho, retomar o crescimento, e consolidar todas essas ações para que a empresa volte a ter capital de investimento”, comenta.
Outra solução encontrada para amenizar a crise financeira foi a adoção de um Plano de Demissão Incentivada. “Incentivamos as pessoas mais antigas de casa a pedirem demissão com algumas vantagens, e conseguimos reduzir de 125 mil para 106 mil funcionários. Nos últimos anos, cerca de 20 mil pessoas deixaram os Correios, e a substituição é feita pela terceirização para aquilo que a legislação trabalhista permite. Assim, alcançamos os resultados e preservamos o que foi acordado com nossos empregados e os sindicatos”.
Mas estão acontecendo investimentos na renovação da frota, o que diminui o custo de manutenção. E até mesmo uma nova configuração de transporte aéreo está sendo implementada. “Enfim, são várias ações que corroboram para sanear as finanças da empresa e a recuperar a qualidade na prestação de serviço dos Correios. Nós passamos por um momento crítico, mas a empresa já começa a ver uma luz no fim do túnel”, conclui Furian.
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