"O desaparecimento de pessoas é, por excelência, um assunto de Direitos Humanos. É um tema que deve ser enfrentado pelo Ministério Público". A afirmação foi feita pela presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Raquel Dodge, no último dia 16, durante a primeira reunião do Comitê Nacional do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid).
Coordenado por Raquel, o Comitê se reuniu pela primeira vez, em Brasília, com objetivo de traçar diretrizes e definir ações para implantação do Sistema Nacional, que permite o compartilhamento de dados sobre desaparecimentos de pessoas, entre todas as unidades e ramos do Ministério Público, além de instituições como o TSE e Ministério da Segurança Nacional.
Raquel defende articulação nacional para encontrar desaparecidos | Foto: Fabio Pozzebom/ABr |
No encontro, a secretária de Direitos Humanos e Defesa Coletiva do CNMP, Ivana Farina, registrou que o Sistema já tem mais de 60 mil desaparecimentos registrados. "Segundo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil possui hoje 82 mil desaparecidos. Nosso sistema já reúne mais de 60 mil, informados por oito estados da federação. Isso nos mostra o enorme potencial do Sinalid na solução desse problema no Brasil", ressaltou.
Três meses após a primeira reunião de capacitação, o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Pessoas Desaparecidas alcançou a marca de 61.628 desaparecimentos informados em oito estados, sendo 43.374 no Rio de Janeiro e 17.810 em São Paulo. O número se refere também a Alagoas, Amazonas, Pernambuco, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso.
Além dos integrantes do Comitê, entre eles, a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, participaram da reunião a secretária-geral do CNMP, Adriana Zawada, e a chefe de gabinete da procuradora-geral da República, Mara Elisa Oliveira.
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