Por Breno Altman - publicado em seu perfil do Facebook
Setores do PT e do PCdoB padecem do mesmo mal que, finalmente, levou o velho PCB à morte: submeter o esforço pela hegemonia da classe trabalhadora a qualquer esquema de alianças capaz de tornar viável o menor objetivo tático possível.
Não há, nessa lógica, qualquer objetivo estratégico real. Tudo o que importa, a qualquer custo, é não ser minoritário ou não ficar isolado, pois compreendem todo enfrentamento como um mal a ser evitado.
Breno Altman | Foto: Reprodução |
O curioso é que o PT somente pode virar protagonista do país porque, nos idos de 1985, se recusou a ir ao colégio eleitoral apoiar Tancredo contra Maluf, os dois candidatos da transição conservadora pós-ditadura.
O partido, então, foi massacrado e isolado pelas demais forças democráticas. Mas aquele foi o passo essencial para a esquerda construir uma alternativa própria de poder, pois até então se resumia, pelo menos desde 1935, a apoiar uma fração mais progressista da burguesia contra outra mais reacionária.
O PT pagou o preço do isolamento para construir identidade, em um processo que se arrastou por quatro anos, até a campanha presidencial de 1989. Tivesse optado por outro caminho e teria virado apenas ornamento em um cenário que continuaria a ser disputado pela reedição de liberais contra conservadores.
Mas o velho vírus que destruiu o PCB, retomando, acabou por afetar diversas correntes e personalidades petistas, além de impregnar até a medula o PCdoB, que ironicamente nasceu de ruptura contra a "estratégia de conciliação" que supostamente dominara o partido de Prestes.
A resposta a esse vírus obviamente não está no esquerdismo, na negação das alianças e dos objetivos táticos, mas na recuperação da ideia de que o principio reitor da política de esquerda, em situações de ofensiva ou recuo, deve ser a construção do papel hegemônico dos trabalhadores na sociedade e no Estado.
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