A informação, que veio à tona hoje (15), de que o Ministério Público (MP) apura uma suspeita de mensalinho na gestão do antigo prefeito de Santo André, Carlos Grana, deixou movimentado os bastidores políticos na cidade desde o início do dia.
De acordo com informação apuradas pela repórter Alana Ambrósio, da rádio CBN, o MP localizou oito planilhas mensais com informações referentes aos meses de janeiro a agosto de 2016. Nelas, estariam informações de entrada de valores (R$ 8,5 milhões durante todo o período) via 27 empresas que prestavam serviços para a Prefeitura e a lista das pessoas que recebiam os montantes.
Ministério Público suspeita de irregularidades na gestão do antigo prefeito, Carlos Grana, em Santo André | Foto: Arquivo |
Os indícios apontam que onze partidos, inclusive siglas da base oposicionista, eram beneficiados com os repasses. Seriam eles: PT, MDB, DEM, PSB, PTB, PSD, Solidariedade, PV, PRB, PMN e PMB.
Um dos homens fortes da antiga gestão e ex-secretário de Governo, Arlindo José de Lima, é apontado pelo MP como suspeito de ser o responsável pelas planilhas. Ouvido pela reportagem, Lima afirmou desconhecer o teor da denúncia. Grana, o ex-prefeito, negou que em sua gestão tenha ocorrido qualquer irregularidade.
Suspeitas já repercutem
O PSB andreense, citado na reportagem como um dos beneficiários do suposto esquema, emitiu nota assinada pelo presidente da sigla na cidade, Donay Neto, comentando a reportagem.
O documento do partido ressalta que o PSB era oposição na época e que tinham, inclusive, um pré-candidato para concorrer com o PT (o ex-prefeito Aidan Ravin). “Rechaçamos veementemente qualquer denúncia neste sentido, nos colocando enquanto partido à disposição para quaisquer esclarecimentos”, comenta a nota.
“Entretanto se qualquer membro do partido de forma isolada possa ter se beneficiado do referido esquema espúrio, faremos uma apuração rigorosa e não hesitaremos em punir este desvio de conduta!”, finaliza o documento.
Denúncia aumenta a crise do petismo na cidade
As perspectivas em relação ao PT para o próximo pleito municipal, em 2020, já não eram boas. O novo imbróglio dificulta ainda mais a missão do partido para a escolha de um representante competitivo para disputar a Prefeitura da cidade com o atual prefeito, Paulo Serra (PSDB).
Vale lembrar que, em 2016, Grana sofreu a maior derrota da história do partido na cidade (no segundo turno, Serra derrotou o petista com mais de 80% dos votos).
Um dos nomes que eram cotados para ser o cabeça da chapa petista, em 2020, era o do deputado estadual Luiz Turco, que viu o projeto de reeleição na Assembleia Legislativa naufragar nas eleições do ano passado (o deputado perdeu mais da metade do eleitorado, na comparação com o pleito de 2014).
O atual vereador Eduardo Leite se coloca à disposição do partido para ser candidato ao Executivo. Porém, caso as suspeitas de irregularidades se confirmem, Leite também deve ter o nome inviabilizado, já que ele já formava a base do PT na Câmara na legislatura anterior.
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