Por Vitor Lima
O pré-candidato a Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes, esteve na Universidade de São Caetano do Sul (USCS) na noite da última quarta-feira (31) e foi a principal atração do lançamento do programa Brasil em Debate, iniciativa da Associação dos Ex-alunos da USCS.
Com longa carreira política, o pedetista já passou por diversos cargos públicos (foi deputado estadual, federal, prefeito de Fortaleza e governador do Ceará, além de ter sido ministro nos governos de Itamar Franco e Lula) e ficou conhecido por seu estilo franco e, muitas vezes, explosivo. E Ciro Gomes parece que não mudou.
Os estudantes, políticos e admiradores do ex-ministro que lotaram o auditório da universidade, não puderam presenciar o lado “explosivo” de Ciro, que demonstrou bom-humor e tranquilidade. Contudo, a franqueza, como sempre, marcou seus comentários a respeito do atual momento político e econômico do País.
Presidenciável participou de debate sobre a conjuntura política e econômica do País na última quarta-feira (31) | Foto: Vitor Lima |
Sobre a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB), o presidenciável foi taxativo: “É tosco o que eles estão propondo”, para em seguida classificar o projeto como “monstrengo, perverso e injusto”.
Ciro defendeu que possíveis mudanças na Previdência Social devem, sim, ser discutidas, mas criticou as mudanças propostas pelo atual governo e a forma como a discussão está sendo conduzida no Congresso. “Hoje, o déficit da previdência não existe”, afirmou, para depois comentar e criticar a Desvinculação de Receitas da União (DRU), aprovada logo no início do governo “golpista”, como ele mesmo rotula.
Durante a rodada de perguntas da plateia, o irmão de Luiz Tortorello, ex-prefeito de São Caetano do Sul, Jayme Tortorello, questionou se o presidenciável não teme ser citado em futuras listas de práticas ilícitas. Ciro disse que não e ressaltou que nunca foi alvo de nenhum inquérito. “Quem anda dizendo o que eu digo não pode errar”, refletiu.
Ao fim do evento, o pré-candidato atendeu com exclusividade a reportagem do Ponto Final para conversar um pouco mais sobre o momento do País. Questionado sobre a situação de Temer, Ciro comentou que o “teto de vidro” do presidente é muito grande e isso pode minar sua permanência no poder. “Você imagina se esse (deputado Rocha) Loures, que acabou de ser filmado levando uma mala de dinheiro, diz que essa mala foi o Michel Temer que pediu... ele cai”, projeta.
“Agora, ele está lutando, não tem escrúpulo. Ele sabe mexer nas ambições, já criou uma cisão entre o PMDB e o PSDB no ninho de cobras deles. E o Michel Temer está sabendo se mexer, lamentavelmente para o País, ele está sabendo se mexer”, continuou a refletir.
Ciro afirmou que, caso seja eleito, a reforma fiscal será uma prioridade: “A ideia é aumentar a capacidade de intervir do Estado brasileiro, fazer com que o sistema tributário seja mais progressivo. Ou seja, cobre mais de quem pode pagar mais e está pagando abaixo, e cobre menos de quem pode pagar menos e que está pagando acima. Isso tem caminhos: imposto sobre heranças e doações, impostos sobre lucros e dividendos, e uma alíquota mais progressiva do imposto de renda”, explica.
Abaixo, confira o momento em que o presidenciável comenta sobre os diversos debates em que ele tem participado por todo o País:
Na próxima terça-feira (6), às 19h, o pré-candidato volta ao ABC para participar da II Semana de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC). O evento, que seguirá até sexta-feira (9), também contará com a presença do vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) e da senadora Gleisi Hoffman (PT).
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