O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), reassumiu nesta segunda-feira (18) o mandato. Ele estava preso, desde dezembro do ano passado, e foi solto após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, conceder um habeas corpus na última quinta-feira (14).
Atila Jacomussi (foto) foi solto pelo ministro Gilmar Mendes | Foto: Arquivo |
O prefeito disse que pretende decretar luto pelas mortes. “Quero deixar meus sentimentos aos familiares e para toda Mauá pela tragédia do deslizamento no Jardim Zaíra, mais precisamente na Rua Anne Altomar, neste sábado (16), em decorrência das chuvas, que vitimou quatro crianças que tinham um grande futuro pela frente”, diz o comunicado.
Jacomussi acusou a gestão interina - comandada por Alaíde Damo - que assumiu a prefeitura enquanto ele estava preso, de paralisar as intervenções que estavam em andamento no local onde ocorreram as mortes. “Nesta segunda-feira, reassumiremos a Prefeitura de Mauá e vamos imediatamente dar toda a atenção aos moradores da região”, acrescenta a nota.
Operações policiais
A prisão de Jacomussi ocorreu durante as ações da Operação Trato Feito, deflagrada em 13 de dezembro pela Polícia Federal. Segundo o inquérito, Jacomussi liderava um esquema criminoso que chegava a movimentar R$ 500 mil por mês. As investigações indicam que eram cobrados entre 10% e 20% sobre os contratos da prefeitura para o pagamento de propinas. Eram fraudados os processos para aluguel de veículos oficiais, reforma de parques, serviços de limpeza e sinalização de vias. De acordo com a PF, o dinheiro era repassado para 22 dos 23 vereadores da cidade.
A Trato Feito é um desdobramento da Operação Prato Feito, deflagrada em maio, que apurava o desvio de recursos públicos da merenda escolar em diversas cidades de São Paulo. Na ocasião, Jacomussi também foi preso, sendo libertado por outra decisão de Gilmar Mendes, em junho. Atualmente, o prefeito de Mauá é alvo de um processo de impeachment aberto em janeiro.
A defesa do prefeito nega que ele tenha participado do esquema.
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