Por Carlos A.B. Balladas
O título do texto dá a entender, talvez, que se trata de assunto futebolístico, entretanto é mais que isto, o que está ocorrendo no Esporte Clube Santo André, o nosso querido Ramalhão, tem a ver com a cidade, com o amor dos andreenses pelo futebol e pelo esporte, e, em especial, por aqueles que torcem de verdade para o time de sua cidade e não possuem outros interesses a não ser aplaudir o Ramalhão nos estádios nos quais se apresenta.
Há décadas, o Esporte Clube Santo André é comandado apenas por um pequeno e abnegado grupo de esportistas, tendo à frente Jairo Livolis e Celso Luiz de Almeida. Sob a direção do primeiro, o Ramalhão conquistou os seus principais títulos, ressaltando-se a espetacular conquista da Copa do Brasil em 2004, com uma vitória sobre o Flamengo no Maracanã, considerada uma das maiores zebras do futebol brasileiro.
Testemunhei esta vitória em meio à torcida flamenguista, nas arquibancadas do Maracanã, e afirmo, foi uma das maiores emoções por mim sentidas no campo esportivo. Este titulo deixou a cidade mais feliz e apagou um pouco o ressentimento pela morte de Celso Daniel ocorrida pouco mais de dois anos antes.
Há tempos o desempenho do time profissional do Ramalhão está abaixo do nível que podemos considerar sofrível.
Depois da conquista do título, coma intenção de alocar recursos para a categoria que disputa os campeonatos profissionais, criou-se uma empresa para administrar todos os negócios relativos ao futebol profissional do Ramalhão.
Esta empresa, das mãos de Jairo Livólis, passou para o comando de Ronan Maria Pinto, empresário de transporte, comunicação da cidade de Santo André.
Não cabe neste texto enumerar e comentar os inúmeros erros cometidos na gestão da empresa por tal empresário, mas o certo é que ele devolveu ao clube um futebol profissional em condições piores daquelas que a ele foram entregues.
Pois bem, este empresário, em conjunto com outros esportistas, dirigentes de entidades e empresários pretende assumir novamente o futebol profissional do Ramalhão, mas desta vez por meio das eleições que haverá no clube em 2016.
Sabe-se que Jairo Livólis, em função de sua idade e do longo tempo no comando do clube, tem cada dia menos condições de levar o time profissional ao sucesso. Por outro lado, o interesse deste grupo comandando pelo empresário citado - como se tomou conhecimento no período em que esteve à frente da empresa gestora do futebol - possui interesses que vão além de elevar o nome da cidade por meio do futebol.
A ironia é escrever este artigo no dia em que o clube completa 48 anos de existência.
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