Por Daniel Lima em www.capitalsocial.com.br
A primeira rodada de pesquisa do Instituto DataRegional preparada exclusivamente para esta revista digital mostra que a situação eleitoral em Mauá a menos de um ano das eleições municipais é um convite ao desânimo -- ou um desafio à oxigenação política. Nada menos que 45% do eleitorado estão fora do contingente que colocou o deputado estadual Átila Jacomussi (PCdoB) na primeira colocação. Isso significa que a liderança pode ser uma boa peça de marketing, mas ainda não tem solidez no campo prático. Afinal, se apenas 55% dos eleitores se manifestaram favoravelmente a um dos muitos candidatos e se o mais apontado conta com apenas 22,2% dos votos, o volume real é por demais baixo para conjecturas que ultrapassem o terreno do provisório.
Átila tem larga vantagem sobre os demais pretendentes a prefeito, incluindo Donisete Braga |
Atila Jacomussi lidera com 22,2% dos votos mencionados por 4.758 entrevistados cujas respostas foram extraídas e sistematizada de tecnologia que dá suporte ao DataRegional. Como o concorrente que disputou as eleições a deputado estadual no ano passado e que mantém nome no noticiário com frequência sofre 16,7% de rejeição, o saldo não deixa de ser positivo. Até porque, a melhor notícia para Atila Jacomussi não é propriamente os votos de que usufrui.
Rejeição ao petismo
O que possivelmente mais o agradará são os 51,3% de rejeição ao prefeito petista Donisete Braga. A conjuntura econômica e politica nacional, com recessão persistente e novas delações premiadas do caso Petrobras, minam a resistência do eleitorado situacionista de Mauá.
A realidade é ainda mais grave do que a vivenciada pelo prefeito de Santo André, Carlos Grana, com 45% de rejeição. A diferença -- à parte vetores locais de gestão das respectivas prefeituras -- possivelmente está cristalizada na maior incidência demográfica de moradores da Classe C e da Classe D em Mauá quando confrontados com Santo André. São esses dois segmentos que sofrem mais duramente com a perda de emprego e de renda e que também engrossam estatísticas de inadimplentes.
Donisete Braga sofre muito com o alto nível de rejeição, mas também acusa fortes impactos no estoque de votos detectado pelo Instituto DataRegional: o petista conta com apenas 13,3% do eleitorado. Um pouco menos que o registrado em favor da deputada peemedebista Vanessa Dano. A herdeira de Leonel Damo, ex-prefeito de Mauá, conta com 14,4% do total de votos estimulados e soma 11,9% de rejeição. Atila Jacomussi, Vanessa Damo e Donisete Braga são os principais concorrentes no momento à Prefeitura de Mauá -- mas a lista pode ter a inclusão do tucano Clovis Volpi.
Donisete Braga sofre muito com o alto nível de rejeição, mas também acusa fortes impactos no estoque de votos detectado pelo Instituto DataRegional: o petista conta com apenas 13,3% do eleitorado. Um pouco menos que o registrado em favor da deputada peemedebista Vanessa Dano. A herdeira de Leonel Damo, ex-prefeito de Mauá, conta com 14,4% do total de votos estimulados e soma 11,9% de rejeição. Atila Jacomussi, Vanessa Damo e Donisete Braga são os principais concorrentes no momento à Prefeitura de Mauá -- mas a lista pode ter a inclusão do tucano Clovis Volpi.
Recuperação federal
A reeleição de Donisete Braga vai depender bastante do nível de recuperação do governo de Dilma Rousseff e também do refluxo do noticiário político-policial do escândalo na Petrobras. Muito dificilmente o petista alcançará o objeto de desejo da agremiação nas disputas municipais do ano que vem. Há concertação para retirar o noticiário nacional da pauta municipal. Nem o mais otimista dos petistas acredita que a empreitada dará resultado. O discurso de limitar a avaliação dos eleitores à geografia de cada território municipal faz parte da cartilha de defesa petista para minimizar os estragos.
Outra torcida do prefeito Donisete Braga e das forças que o apoiam é que, à medida que o eleitorado deixe posição defensiva em forma de votos em branco, votos nulos e também de indecisos, reduza-se a avalanche de reprovação.
Os 51,3% de rejeição a Donisete Braga como resultado de pesquisa em que apenas 55% dos eleitores optaram por um dos nomes listados significa que tudo poderá acontecer no futuro, com elevação ou rebaixamento de restrição à agremiação. Se subir mais que os 51,3% atuais a probabilidade de Donisete Braga chegar ao segundo turno seria dizimada. Os números atuais já instauraram pânico. Na melhor das hipóteses o horizonte petista em Mauá não parece ser antagônico ao que se projeta para Santo André: a agremiação chegaria ao segundo turno apenas para cumprir tabela.
Volpi deve avançar
Além dos três concorrentes mais votados na pesquisa do DataRegional, outros quatro também participaram da questão respondida por meio de aplicativo de celular, seguindo conjunto metodológico de investigação eleitoral. Irmão Ozelito (Psol) é o quarto colocado com 5,3% dos votos estimulados, com rejeição de 4,8%. Clovis Volpi (PSDB) com 4,9% dos votos e 4,8% de rejeição, Rogério Santana (Rede), com 2,1% dos votos e 2,6% de rejeição, Diniz Lopes (PR) com 1,6% dos votos e 5,8% de rejeição e Márcio Chaves (PSD) com 1,1% e 2,1% de rejeição, completam o quadro.
Qualquer prognóstico sobre os eventuais dois primeiros colocados que iriam ao segundo turno em Mauá em outubro do ano que vem seria precipitado nestas alturas do campeonato. O excesso de candidatos e a escassez de votos convictos dão a Mauá cenário de múltiplas incógnitas.
Os atuais 4,9% de Clovis Volpi, ex-prefeito de Ribeirão Pires, poderão parecer risíveis em alguns meses caso o candidato tenha mesmo o suporte do governador do Estado e da força-tarefa tucana na região. O PSDB acredita muito no efeito avalanche de votos conquistados no ano passado à presidência da República e ao governo do Estado. Alckmin ganhou em todos os municípios paulistas, menos em Hortolândia. O candidato Aécio Neves superou Dilma Rousseff em Mauá no ano passado por 56,22% a 43,78% no segundo turno à presidência da República. Já Geraldo Alckmin venceu a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes no primeiro turno obtendo 47,38% dos votos em Mauá, enquanto o petista Alexandre Padilha alcançou 25,42%. Como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, chegou em terceiro com votação semelhante a do petista, indica-se que a maior parcela dos votos que recebeu será direcionada a candidatos oposicionistas.
Refluxo popular
Quando se coloca como ponto de avaliação o agravamento da crise econômica, então negada pela candidatura presidencial petista e atenuada com pedaladas fiscais, e também quando de avaliam os desdobramentos do escândalo na Petrobras, então discretamente investigado, qualquer análise que minimize a fragilização do PT na região beirará o ridículo.
O petista Donisete Braga colhe benefícios de políticas sociais do governo federal apenas na Classe D, que representa 30,09% da população de Mauá. Nesse nicho social o prefeito soma mais intenções de voto do que os concorrentes, embora por margem reduzida. O que aparentemente é um bom resultado, acaba se tornando ruim. Nada menos que 66,33% dos eleitores da Classe D responderam ao DataRegional que vão votar em branco, vão anular o votou ou não sabem quem escolher. São seguramente, em larga escala, eleitores que optaram por candidatos petistas nas últimas eleições. Pesquisas do Datafolha e do Ibope já identificaram o desembarque de camadas populares do governo federal petista. Os reflexos nos municípios são consequência natural.
Na Classe A, na Classe B e na Classe C quem está na frente é Atila Jacomussi. O melhor desempenho de Clovis Volpi está na Classe B. Donisete respira com alguma capacidade reativa na Classe B. A exemplo de Santo André, a Classe A de Mauá é a que mais decidida está na escolha de um dos candidatos à Prefeitura no ano que vem. São 38,87% os eleitores desse segmento que optaram pelas alternativas de voto em branco, voto nulo ou indeciso. Quase 17 pontos percentuais abaixo da média geral. Já os eleitores da Classe B formam um pelotão de 42% que estão no que se poderia chamar de votos desperdiçados até agora. Também abaixo da média geral. A Classe A de Mauá representa apenas 6,76% da população, a Classe B são 20,96%, a Classe C 42,19% e a Classe D 30,09%.
A margem de erro da pesquisa em Mauá é de 2,7 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 96,1%. A pesquisa foi realizada no período de 29 de outubro a dois de novembro.
Na mais recente pesquisa eleitoral na região produzida pelo DataDiário, publicada em dois de agosto, Atila Jacomussi e Vanessa Dama estavam tecnicamente empatados com 25,0% e 25,3% dos votos. Donisete Braga somou 18,3% num cenário em que apenas esses três candidatos foram postos em xeque. No quadro de rejeição, Donisete Braga liderava na pesquisa do Diário do Grande ABC com 32,5%, ante 21,5% de Vanessa Dama e apenas 4,0% de Atila Jacomussi.
A reeleição de Donisete Braga vai depender bastante do nível de recuperação do governo de Dilma Rousseff e também do refluxo do noticiário político-policial do escândalo na Petrobras. Muito dificilmente o petista alcançará o objeto de desejo da agremiação nas disputas municipais do ano que vem. Há concertação para retirar o noticiário nacional da pauta municipal. Nem o mais otimista dos petistas acredita que a empreitada dará resultado. O discurso de limitar a avaliação dos eleitores à geografia de cada território municipal faz parte da cartilha de defesa petista para minimizar os estragos.
Outra torcida do prefeito Donisete Braga e das forças que o apoiam é que, à medida que o eleitorado deixe posição defensiva em forma de votos em branco, votos nulos e também de indecisos, reduza-se a avalanche de reprovação.
Os 51,3% de rejeição a Donisete Braga como resultado de pesquisa em que apenas 55% dos eleitores optaram por um dos nomes listados significa que tudo poderá acontecer no futuro, com elevação ou rebaixamento de restrição à agremiação. Se subir mais que os 51,3% atuais a probabilidade de Donisete Braga chegar ao segundo turno seria dizimada. Os números atuais já instauraram pânico. Na melhor das hipóteses o horizonte petista em Mauá não parece ser antagônico ao que se projeta para Santo André: a agremiação chegaria ao segundo turno apenas para cumprir tabela.
Volpi deve avançar
Além dos três concorrentes mais votados na pesquisa do DataRegional, outros quatro também participaram da questão respondida por meio de aplicativo de celular, seguindo conjunto metodológico de investigação eleitoral. Irmão Ozelito (Psol) é o quarto colocado com 5,3% dos votos estimulados, com rejeição de 4,8%. Clovis Volpi (PSDB) com 4,9% dos votos e 4,8% de rejeição, Rogério Santana (Rede), com 2,1% dos votos e 2,6% de rejeição, Diniz Lopes (PR) com 1,6% dos votos e 5,8% de rejeição e Márcio Chaves (PSD) com 1,1% e 2,1% de rejeição, completam o quadro.
Qualquer prognóstico sobre os eventuais dois primeiros colocados que iriam ao segundo turno em Mauá em outubro do ano que vem seria precipitado nestas alturas do campeonato. O excesso de candidatos e a escassez de votos convictos dão a Mauá cenário de múltiplas incógnitas.
Os atuais 4,9% de Clovis Volpi, ex-prefeito de Ribeirão Pires, poderão parecer risíveis em alguns meses caso o candidato tenha mesmo o suporte do governador do Estado e da força-tarefa tucana na região. O PSDB acredita muito no efeito avalanche de votos conquistados no ano passado à presidência da República e ao governo do Estado. Alckmin ganhou em todos os municípios paulistas, menos em Hortolândia. O candidato Aécio Neves superou Dilma Rousseff em Mauá no ano passado por 56,22% a 43,78% no segundo turno à presidência da República. Já Geraldo Alckmin venceu a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes no primeiro turno obtendo 47,38% dos votos em Mauá, enquanto o petista Alexandre Padilha alcançou 25,42%. Como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, chegou em terceiro com votação semelhante a do petista, indica-se que a maior parcela dos votos que recebeu será direcionada a candidatos oposicionistas.
Refluxo popular
Quando se coloca como ponto de avaliação o agravamento da crise econômica, então negada pela candidatura presidencial petista e atenuada com pedaladas fiscais, e também quando de avaliam os desdobramentos do escândalo na Petrobras, então discretamente investigado, qualquer análise que minimize a fragilização do PT na região beirará o ridículo.
O petista Donisete Braga colhe benefícios de políticas sociais do governo federal apenas na Classe D, que representa 30,09% da população de Mauá. Nesse nicho social o prefeito soma mais intenções de voto do que os concorrentes, embora por margem reduzida. O que aparentemente é um bom resultado, acaba se tornando ruim. Nada menos que 66,33% dos eleitores da Classe D responderam ao DataRegional que vão votar em branco, vão anular o votou ou não sabem quem escolher. São seguramente, em larga escala, eleitores que optaram por candidatos petistas nas últimas eleições. Pesquisas do Datafolha e do Ibope já identificaram o desembarque de camadas populares do governo federal petista. Os reflexos nos municípios são consequência natural.
Na Classe A, na Classe B e na Classe C quem está na frente é Atila Jacomussi. O melhor desempenho de Clovis Volpi está na Classe B. Donisete respira com alguma capacidade reativa na Classe B. A exemplo de Santo André, a Classe A de Mauá é a que mais decidida está na escolha de um dos candidatos à Prefeitura no ano que vem. São 38,87% os eleitores desse segmento que optaram pelas alternativas de voto em branco, voto nulo ou indeciso. Quase 17 pontos percentuais abaixo da média geral. Já os eleitores da Classe B formam um pelotão de 42% que estão no que se poderia chamar de votos desperdiçados até agora. Também abaixo da média geral. A Classe A de Mauá representa apenas 6,76% da população, a Classe B são 20,96%, a Classe C 42,19% e a Classe D 30,09%.
A margem de erro da pesquisa em Mauá é de 2,7 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 96,1%. A pesquisa foi realizada no período de 29 de outubro a dois de novembro.
Na mais recente pesquisa eleitoral na região produzida pelo DataDiário, publicada em dois de agosto, Atila Jacomussi e Vanessa Dama estavam tecnicamente empatados com 25,0% e 25,3% dos votos. Donisete Braga somou 18,3% num cenário em que apenas esses três candidatos foram postos em xeque. No quadro de rejeição, Donisete Braga liderava na pesquisa do Diário do Grande ABC com 32,5%, ante 21,5% de Vanessa Dama e apenas 4,0% de Atila Jacomussi.
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