É verdade que o índice é inferior ao registrado em Santo André, Mauá e São Bernardo, territórios já desvendados pelo Instituto DataRegional, mas ainda há muita gente sem voto em São Caetano -- como poderia ser chamado o grupo de eleitores que votariam em branco, nulo ou estão indecisos. É nesse ambiente de inquietação sobre a imagem da classe política nestes tempos de escândalos e prisões e de um Congresso Nacional que não se entende, que São Caetano surpreende com 39,5% de eleitores que preferiram não apontar em quem vão votar nas eleições de outubro do ano que vem. O ex-prefeito José Auricchio Júnior, agora na oposição, é o favorito na largada. Ele conta com 32,9% dos votos estimulados, contra apenas 13,4% do prefeito Paulo Pinheiro. O petista Jair Meneguelli não passa de 1,3%. Bem menos que os 7,5% de Gilberto Costa (PEN) e os 5,4% de Fábio Palácio (PR).
Pinheiro tem maior rejeição entre todos os prováveis candidatos. |
Esse é o grande nó que preenche a maior parte da cadeia de inquietações dos staffs dos candidatos José Auricchio Júnior e Paulo Pinheiro, notórios centralizadores da disputa.
Rejeição embaralhada
Um bom indicador, embora longe de ser contundente como garantia de que as águas já estariam previamente definidas sem riscos de enlamearem-se, é o nível de rejeição atribuído pelos eleitores aos dois concorrentes. O agora tucano José Auricchio Júnior soma 23,39% de rejeição, contra 29,47% do peemedebista Paulo Pinheiro.
Como a margem de erro da pesquisa do Instituto DataRegional é de 3,1 pontos percentuais, a distância estatisticamente segura que os separa não é tão larga a ponto de definir juízo de valor sobre eventual vantagem de José Auricchio. Os 3,1 pontos percentuais de margem de erro estão integrados à metodologia aplicada. Dos seis mil questionários respaldados por um conjunto de injunções cientificas e enviados através de aplicativo de celular, foram respondidos nada menos que 2.872 dentro das regras pactuadas.
Macroambiente nacional
É provável que um dos caminhos que poderia ser trilhado para senão desvendar pelo menos clarear um pouco o breu desafiador de saber para onde vão os votos dos indecisos -- assim como reduzir os níveis de eleitores decididos a votar em branco ou nulo -- seja estar atento ao macroambiente político e econômico.
Até que medida a perda econômica constante que vai ser acumulada no próximo ano no Produto Interno Bruto vai afetar a percepção dos eleitores? E as taxas de desemprego? E a inflação indomável apesar dos juros altos? Quem estaria mais sensível a nova etapa de desgaste politico por força do ambiente nacional?
O governador Geraldo Alckmin tem mais tradição de empatia popular em São Caetano do que qualquer figura do PMDB, aliado do governo petista até outro dia e agora de olho na substituição de Dilma Rousseff em favor de Michel Temer.
O que se pergunta também é até que ponto a campanha de José Auricchio Júnior vai procurar acoplar na imagem do peemedebista Paulo Pinheiro os desgastes do governo federal petista, vinculando-o aos interesses da agremiação do titular do Palácio da Cerâmica? Seria esse um ponto interessante a ser explorado?
Quem é melhor garoto propaganda de suporte a uma candidatura: Geraldo Alckmin colado a José Auricchio ou Michel Temer a Paulo Pinheiro? É claro que, até eventual tropeço, o governador é muito mais interessante que Michel Temer como um dos pontos de potencialização de doutrinação daqueles que ainda não sabem o que fazer em outubro do ano que vem e mesmo daqueles que pretendem anular ou simplesmente acionar na urna eletrônica o dispositivo de quem está fora da contagem final de votos válidos.
Governador na frente
Nas eleições ao governo do Estado no ano passado em São Caetano Geraldo Alckmin ganhou de lavada do candidato peemedebista Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Foram 60,33% dos votos válidos contra 25,55%. Alexandre Padilha só confirmou o infortúnio petista num Município que tem a maior proporção de ricos e de classe média tradicional da região: obteve apenas 10,35% dos votos.
A projeção mais otimista ao candidato petista nas eleições do ano que vem em São Caetano não passa de 8% dos votos válidos. Jair Meneguelli vai para um sacrifício que poderá aniquilar o que resta de vermelho numa cidade tradicionalmente azul, considerando-se azul os partidos mais à centro-direita do espectro politico-ideológico.
Em recente entrevista ao jornal Diário Regional o ex-prefeito José Auricchio repetiu o que mais o leva a dialogar com a população de São Caetano em jornadas diárias por diferentes bairros: os setores de saúde e de zeladoria estão muito abaixo do desejado. A queixa, afirma Auricchio, é praticamente generalizada.
Houve, segundo denúncias, rebaixamento do atendimento de saúde sem a correspondente redução orçamentária. Haveria um buraco de ineficiências a ser explicado pelo prefeito Paulo Pinheiro. Quanto à zeladoria, as críticas são indigestas. São Caetano não seria mais um exemplo de atenção a vetores urbanos em forma de limpeza e manutenção.
Mais visibilidade
Orientada pelos marqueteiros de plantão, a Administração Paulo Pinheiro lançou-se nos últimos dias a série de atividades públicas que pretendem torná-lo mais visível à população. Seria o reconhecimento de que a principal virtude do prefeito durante o período eleitoral – o gastar de sola de sapatos em ações de corpo a corpo que favorecem a imagem de sexagenário com a cara de São Caetano – foi engavetada a partir da posse.
Ou seja: um prefeito andarilho cedeu espaço a um prefeito burocrático. Resta saber se, mesmo disposto a voltar ao período eleitoral, terá fôlego e argumentos para derrotar o ex-prefeito José Auricchio. Agora Paulo Pinheiro virou vidraça. E José Auricchio um estilingue potente, porque deixou a Administração de São Caetano com elevadíssimo nível de aprovação.
Também há dúvidas sobre o grau de interseção do PT na campanha eleitoral de Paulo Pinheiro. Em 2010 o PT foi decisivo no reforço de recursos financeiros. O apoio do PT foi dissimulado durante aquele período, mas, diante dos sinais exteriores que confirmaram informações de bastidores, reconhece-se em São Caetano a infiltração petista na vitória de Paulo Pinheiro. Sinais exteriores são a influência administrativa do PT de São Bernardo na gestão de Paulo Pinheiro. A leva de comissionados é tão exagerada quanto indisfarçável.
Os números do DataRegional indicam que José Auricchio derrota Paulo Pinheiro em todas as classes sociais e, em quase todas, de forma massacrante. Entre os ricos são 28,56% a 16,23%. Na Classe Média são 22,65% a 13,55%. Na Classe C são 20,43% a 17,74% e na Classe D são 20,4% a 9,87%. A Classe A representa 34,05% da população de São Caetano, contra 27,06% da Classe B, 25,31% da Classe C e 13,58% da Classe D. A pesquisa do DataRegional foi realizado entre 16 e 24 de outubro.
Até que medida a perda econômica constante que vai ser acumulada no próximo ano no Produto Interno Bruto vai afetar a percepção dos eleitores? E as taxas de desemprego? E a inflação indomável apesar dos juros altos? Quem estaria mais sensível a nova etapa de desgaste politico por força do ambiente nacional?
O governador Geraldo Alckmin tem mais tradição de empatia popular em São Caetano do que qualquer figura do PMDB, aliado do governo petista até outro dia e agora de olho na substituição de Dilma Rousseff em favor de Michel Temer.
O que se pergunta também é até que ponto a campanha de José Auricchio Júnior vai procurar acoplar na imagem do peemedebista Paulo Pinheiro os desgastes do governo federal petista, vinculando-o aos interesses da agremiação do titular do Palácio da Cerâmica? Seria esse um ponto interessante a ser explorado?
Quem é melhor garoto propaganda de suporte a uma candidatura: Geraldo Alckmin colado a José Auricchio ou Michel Temer a Paulo Pinheiro? É claro que, até eventual tropeço, o governador é muito mais interessante que Michel Temer como um dos pontos de potencialização de doutrinação daqueles que ainda não sabem o que fazer em outubro do ano que vem e mesmo daqueles que pretendem anular ou simplesmente acionar na urna eletrônica o dispositivo de quem está fora da contagem final de votos válidos.
Governador na frente
Nas eleições ao governo do Estado no ano passado em São Caetano Geraldo Alckmin ganhou de lavada do candidato peemedebista Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Foram 60,33% dos votos válidos contra 25,55%. Alexandre Padilha só confirmou o infortúnio petista num Município que tem a maior proporção de ricos e de classe média tradicional da região: obteve apenas 10,35% dos votos.
A projeção mais otimista ao candidato petista nas eleições do ano que vem em São Caetano não passa de 8% dos votos válidos. Jair Meneguelli vai para um sacrifício que poderá aniquilar o que resta de vermelho numa cidade tradicionalmente azul, considerando-se azul os partidos mais à centro-direita do espectro politico-ideológico.
Em recente entrevista ao jornal Diário Regional o ex-prefeito José Auricchio repetiu o que mais o leva a dialogar com a população de São Caetano em jornadas diárias por diferentes bairros: os setores de saúde e de zeladoria estão muito abaixo do desejado. A queixa, afirma Auricchio, é praticamente generalizada.
Houve, segundo denúncias, rebaixamento do atendimento de saúde sem a correspondente redução orçamentária. Haveria um buraco de ineficiências a ser explicado pelo prefeito Paulo Pinheiro. Quanto à zeladoria, as críticas são indigestas. São Caetano não seria mais um exemplo de atenção a vetores urbanos em forma de limpeza e manutenção.
Mais visibilidade
Orientada pelos marqueteiros de plantão, a Administração Paulo Pinheiro lançou-se nos últimos dias a série de atividades públicas que pretendem torná-lo mais visível à população. Seria o reconhecimento de que a principal virtude do prefeito durante o período eleitoral – o gastar de sola de sapatos em ações de corpo a corpo que favorecem a imagem de sexagenário com a cara de São Caetano – foi engavetada a partir da posse.
Ou seja: um prefeito andarilho cedeu espaço a um prefeito burocrático. Resta saber se, mesmo disposto a voltar ao período eleitoral, terá fôlego e argumentos para derrotar o ex-prefeito José Auricchio. Agora Paulo Pinheiro virou vidraça. E José Auricchio um estilingue potente, porque deixou a Administração de São Caetano com elevadíssimo nível de aprovação.
Também há dúvidas sobre o grau de interseção do PT na campanha eleitoral de Paulo Pinheiro. Em 2010 o PT foi decisivo no reforço de recursos financeiros. O apoio do PT foi dissimulado durante aquele período, mas, diante dos sinais exteriores que confirmaram informações de bastidores, reconhece-se em São Caetano a infiltração petista na vitória de Paulo Pinheiro. Sinais exteriores são a influência administrativa do PT de São Bernardo na gestão de Paulo Pinheiro. A leva de comissionados é tão exagerada quanto indisfarçável.
Os números do DataRegional indicam que José Auricchio derrota Paulo Pinheiro em todas as classes sociais e, em quase todas, de forma massacrante. Entre os ricos são 28,56% a 16,23%. Na Classe Média são 22,65% a 13,55%. Na Classe C são 20,43% a 17,74% e na Classe D são 20,4% a 9,87%. A Classe A representa 34,05% da população de São Caetano, contra 27,06% da Classe B, 25,31% da Classe C e 13,58% da Classe D. A pesquisa do DataRegional foi realizado entre 16 e 24 de outubro.
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