Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
A Polícia Civil de São Paulo investiga o que motivou o ataque a um ônibus da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, na região do Itapeva, em Mauá, na Grande São Paulo, na tarde desta terça-feira, dia 26 de agosto de 2014 .
Até o momento, nenhuma hipótese foi descartada pelos policiais que registraram e vão acompanhar o caso. Pelos relatos das testemunhas, não houve pane mecânica no veículo, mas uma perícia vai verificar as condições do ônibus.
Entre as linhas de investigação estão vandalismo, ação de criminosos e insatisfação por parte de um grupo de funcionários do grupo proprietário da EAOSA, que também controla a VCM – Viação Cidade de Mauá, Baltazar José de Sousa.
A Viação Cidade de Mauá foi descredenciada no final do ano passado pelo prefeito Donisete Braga e o então secretário de mobilidade urbana, Paulo Eugênio, por supostas consultas não autorizadas no sistema de bilhetagem eletrônica.
Foi contratada de forma emergencial a Suzantur que agora teve vitória em licitação decretada pela prefeitura de Mauá para operar sozinha todas as 49 linhas de ônibus da cidade, transportando 110 mil passageiros por dia.
No dia 11 de agosto, funcionários da empresa de Baltazar José de Sousa realizaram uma paralisação entre o início da manhã e o início da tarde reclamando das mudanças nos transportes promovidas pela prefeitura e reivindicando o pagamento de verbas rescisórias pelas demissões geradas na Viação Cidade de Mauá após a entrada da Suzantur que se comprometeu a absorver a mão de obra que atuava nas linhas municipais.
Profissionais da empresa dizem que ainda 75 trabalhadores não receberam os direitos e verbas. O Blog Ponto de Ônibus entrou em contato por telefone com a Viação Cidade de Mauá, mas ninguém da diretoria foi encontrado para comentar a situação trabalhista dos funcionários.
Moradora da rua onde ocorreu o ataque, uma dona de casa de 26 anos, que pediu para não ser identificada, disse que a ação foi muito rápida e que só teve tempo de tirar as duas filhas de casa e sair correndo.
Moradores chegaram a quebrar os vidros de carros que estavam estacionados perto do ônibus para retirá-los do local e evitar que as chamas também atingissem os veículos.
O ônibus estava vazio no momento do ataque parado perto da garagem. Ninguém se feriu.
Testemunhas disseram que homens em duas motos se aproximaram do ônibus, queimaram o veículo e fugiram em seguida.
Segundo a polícia, ainda é prematuro apontar as motivações.
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