Campanha de Alvarez é estruturada na militância Foto: Divulgação |
O professor Ricardo Alvarez (PSOL) disputa nesta eleição uma cadeira na Câmara Federal. Vereador pelo PT por dois mandatos em Santo André, Alvarez é um dos fundadores da sua atual sigla na cidade, tendo sido candidato a prefeito em 2008. Em campanha para ser deputado federal, o mestre em Geografia pela USP defende as manifestações de rua de junho do ano passado, e estabeleceu como bandeiras políticas a luta contra o analfabetismo funcional, e o aumento do PIB para a educação.
Jornal Ponto Final – Como está estruturada sua campanha?
Ricardo Alvarez – Nossa campanha, como sempre, desde que eu estava no outro partido, até agora, tem sido estruturada em cima da militância. Nunca fiz uma campanha financeiramente grande, até porque eu defendo o financiamento público de campanha. Então ela está apoiada em cima de militantes do PSOL, e isso é um apoio digno e importante porque o militante é aquele que faz campanha sem esperar nenhum beneficio pessoal, e vamos focar o Grande ABC. Temos apoio em outros municípios do Estado, com ex-alunos que estão morando no interior, familiares, mas a campanha vai estar mais focada aqui em Santo André.
JPF – Quais são suas bandeiras de campanha?
RA – Primeiro é a reforma política. Acho que não dá mais para continuar trabalhando nesta lógica de campanha, apoiada em recursos milionários. Veja o que aconteceu agora em Belo Horizonte, em que a empresa que construiu aquele viaduto que caiu era uma construtora que doou recursos para tudo quanto é partido, com exceção do PSOL. Para todos grandes partidos eles doaram dinheiro para campanha. O Aécio Neves pegou dinheiro, o Lacerda pegou dinheiro, o PT pegou dinheiro. Então tem que acabar com essa história de financiamentos milionários, porque é aí que começa a corrupção. Antes de ser um desvio pessoal a corrupção é uma estrutura de campanha política no Brasil, que leva a isso. A reforma política é essencial para o País. Uma segunda proposta passa pela educação, que é a área da minha profissão, há 31 anos, o magistério. Nesta linha de aumentar o PIB da Educação, investir em instituições públicas, acabar com o analfabetismo, principalmente o analfabetismo funcional no Brasil, questões essenciais que devem ser trabalhadas em um eventual mandato de federal. E o terceiro pensar o Grande ABC. A região embora tenha um poder aquisitivo acima da média do brasileiro, mas ainda tem grandes bolsões de pobreza e miséria e isso tem que ser combatido. Então nós temos que reduzir estas desigualdades sociais e, ao mesmo tempo, buscar gerir questões conjuntas nos problemas conjuntos do ABC.
JPF – Caso eleito, como será seu relacionamento com os prefeitos da região?
RA – Primeiro eu gostaria de ter sete prefeitos do PSOL aqui na região. Acho que teríamos um impulso muito grande, mas nós temos que trabalhar com a realidade existente. Evidente que nós temos prefeitos dos mais variados partidos aqui nas prefeituras do Grande ABC, e temos que ter diálogo com elas. Evidentemente, nós não podemos trabalhar com esta lógica que só vai se relacionar com prefeitos do nosso partido. Então o mandato, é evidente que estará aberto para as prefeituras, mas dentro dessa linha do investimento no social, na educação, na melhoria do serviço público de qualidade, que é aquilo que apareceu em junho do ano passado com os movimentos e manifestações de rua, que basicamente eu faço duas leituras dele: primeiramente o cansaço da política tradicional no País e o segundo o serviço público de qualidade.
Espaço aberto a todos os candidatos aos cargos eletivos de 2014. Interessados em apresentar suas ideias e propostas aos leitores do Ponto Final escrevam para redacao@pfinal.com.br. Matéria publicada na edição 822 do PF.
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