A Ford anunciou nesta última quarta-feira (30) o encerramento da produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo, depois de 52 anos. O anúncio havia sido previamente divulgado, em fevereiro, e segundo nota da montadora, está “em linha com a decisão de sair do segmento de caminhões na América do Sul”.
Cerca de 650 funcionários que trabalham na produção serão desligados da fábrica | Foto: reprodução |
De acordo com a nota, as negociações envolvendo a venda da fábrica para o grupo Caoa ainda estão em andamento. “A Ford reitera que continua fazendo todos os esforços cabíveis para alcançar um resultado positivo”.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que cerca de 650 funcionários que trabalham na produção serão desligados da fábrica. As demissões começam a ser homologadas nesta quinta-feira (31), em turmas de 100 trabalhadores por dia. Cerca de mil trabalhadores, da parte administrativa, continuam na fábrica de São Bernardo do Campo.
De acordo com o sindicato, a partir de abril, os funcionário serão transferidos para uma nova sede na capital paulista. Nos próximos dias, continuam sendo realizados no sindicato módulos dos cursos de educação financeira e orientação para o mercado e carreira, oferecidos pela entidade.
Na última assembleia com os trabalhadores na Ford São Bernardo do Campo, realizada nesta última terça-feira (29) representantes do sindicato lembraram ações realizadas pela entidade em conjunto com os trabalhadores na tentativa de reverter a decisão da montadora – greve, atos e passeatas, além da ida de dirigentes à matriz da Ford, nos Estados Unidos, para uma conversa com a direção mundial da empresa.
O sindicato lembrou que, após a confirmação de que o fechamento da unidade era irreversível, os esforços voltaram-se para a negociação de um pacote de indenização que ajudasse a amenizar o impacto da decisão sobre os trabalhadores, o que foi alcançado, e para o contato com diversas instâncias do poder público que pudessem ajudar na busca de um comprador que mantivesse o parque fabril e os empregos.
A fábrica de São Bernardo do Campo foi adquirida pela Ford há 52 anos, com a incorporação da Willys Overland do Brasil. Nela foram produzidos vários ícones da indústria automobilística, como o primeiro carro de projeto global a chegar ao Brasil, o Ford Escort, além dos modelos Corcel, Del Rey, Pampa, Ka e Fiesta.
“Em nome da Ford Motor Company, quero agradecer aos funcionários de São Bernardo pelo seu profissionalismo e dedicação durante vários anos. “Mesmo após o anúncio feito em fevereiro, eles nunca deixaram de cumprir com suas obrigações, produzindo produtos de altíssima qualidade e cuidando da segurança”, diz, em nota, o presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters.
A história da fábrica de São Bernardo do Campo se confunde com o crescimento da indústria no município. Além de automóveis, o complexo produziu motores, tratores e, em 2001, passou a abrigar a fábrica de caminhões, transferida da antiga unidade do Ipiranga. A Ford São Bernardo foi também o berço do sindicalismo no Brasil e a primeira na indústria a ter uma comissão de fábrica, no início dos anos 80.
Volkswagen dá férias coletivas
Em Taubaté, interior de São Paulo, a Volkswagen colocou os funcionários da sua fábrica em férias coletivas por causa da queda na exportação de veículos para a Argentina.
“Para fazer frente à redução nos volumes de veículos exportados do Brasil para a Argentina, estamos pontualmente utilizando ferramentas de flexibilização da produção, como o período de 20 dias de férias coletivas, para parte dos empregados da fábrica de Taubaté, a partir do dia 28 de outubro, para se adequar à demanda do mercado”, informa a Volkswagen, em nota.
A montadora não informou quantos funcionários estão em férias coletivas. A Volkswagen produz em Taubaté os modelos Up!, Gol e Voyage, que são exportados para a Argentina.
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