Após ser o segundo mais votado
para vereador em Santo André no último pleito (2016), Edson de Jesus Sardano
(PTB) tentará alçar voos mais altos nas eleições de outubro: o objetivo é continuar
sua trajetória política em Brasília, como deputado federal.
O petebista é natural de
Santo André e coronel da reserva da Polícia Militar (PM). A confiança depositada por
6.132 eleitores andreenses e sua trajetória profissional, levaram Sardano a ser
escolhido pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) para assumir a Secretaria de
Segurança da cidade, cargo que ocupou entre janeiro de 2017 e janeiro deste
ano.
O coronel deixou o cargo e
voltou para a Câmara de vereadores, justamente, para disputar as eleições de outubro. Sardano já havia sido secretário de Segurança do município entre 2001 e 2003, durante a
gestão do petista Celso Daniel.
Coronel da PM é vereador em Santo André e já foi secretário de Segurança do município em duas ocasiões | Foto: Divulgação |
Entre as principais
realizações na última passagem pela Pasta, ele destaca medidas que fortaleceram
a atuação da Guarda Civil Municipal, como a aprovação do novo estatuto da
categoria. Na avaliação dele, as ações foram um “divisor de águas” na atuação
da corporação.
Confira abaixo a entrevista
com o postulante à Câmara Federal, no qual o pré-candidato defende um novo
modelo de gestão da segurança pública nacional, em formato semelhante ao
Sistema Único de Saúde (SUS).
Ponto Final (PF): Caso
eleito, quais serão as principais bandeiras defendidas por seu mandato?
Edson Sardano (ES): As
bandeiras mais importantes que irei empunhar são a defesa da vida, entenda-se
como a luta contra o aborto, com a ressalva das exceções já prevista em lei, o
endurecimento das leis processuais penais, para diminuir os benefícios e
recursos que hoje estimulam a impunidade, uma reforma no sistema policial
brasileiro com ampla consulta popular e estudos comparados no mundo, focando a
necessidade da gestão local. Ou seja, tal qual o Sistema Único de Saúde, que
embora tenha verbas da União e do Estado, a gestão é local. Pretendo o mesmo
para a Segurança. Necessitamos de uma reforma tributária que devolva mais
recursos aos municípios, uma vez que a arrecadação é feita neles e as demandas
também são de natureza municipal principalmente.
PF: Na sua opinião, quais as
principais demandas do ABC?
ES: Creio
que o ABC clama por melhoras na segurança.
PF: Atualmente, o ABC conta
com apenas quatro representantes na Assembleia Legislativa e dois no Congresso
Nacional. Em outras oportunidades, nossa região já teve números mais
expressivos. O baixo número de representantes da região demonstra um
descontentamento dos eleitores com os políticos do ABC?
ES: Não.
Creio que o descontentamento é com a política em geral, mas aqui temos uma
característica especial, pois a proximidade com a capital acaba fazendo com que
muitos eleitores apoiem candidatos de fora.
PF: A cidade de Diadema
deixou o Consórcio Intermunicipal há alguns meses e outros municípios da região
indicam que podem fazer o mesmo. Como o senhor avalia a atuação do Consórcio e
o aparente enfraquecimento por qual a instituição passa?
ES: Creio
que o consórcio precisa ser "reinventado". É muito caro, produz pouco
e, também, carece de transparência.
PF: O senhor esteve à frente da Secretaria
de Segurança de Santo André por pouco mais de um ano. Como o senhor avalia sua
atuação à frente da Pasta?
ES: Estou
muito satisfeito. Consegui aprovar o Estatuto da Guarda Municipal, que era uma
demanda de 30 anos, graças, evidentemente, ao apoio do prefeito Paulo Serra e
também criei operações de impacto, dando uma ‘virada’ na postura e na gestão da
Guarda, que hoje participa ativamente do policiamento na cidade. Foi um
verdadeiro divisor de águas.
PF: Pesquisa do Ipea
divulgada terça-feira (5) indica que pela primeira vez na história o Brasil
atingiu patamar de 30 homicídios por 100 mil habitantes. Diante disso, como o
senhor encara o fato de alguns candidatos serem favoráveis a liberação do porte
de armas no Brasil?
ES: Isso é
muito complicado. Há argumentos para qualquer uma das opções, mas eu entendo
que a posse pode ser flexibilizada, em especial na zona rural e locais
afastados, mas o porte carece de maior restrição.
PF: Dos atuais nomes
colocados na mesa, quais lhe agradam mais para governador e presidente?
ES: Geraldo Alckmin (PSDB) e Márcio França (PSB).
ES: Geraldo Alckmin (PSDB) e Márcio França (PSB).
PF: Já está definido qual
candidato o senhor apoiará para a Assembleia Legislativa?
ES: Tenho
que avaliar conjunturas partidárias, mas tenho uma identidade programática com
o Almir Cicote (Avante) em Santo André.
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