quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Desistência de buscar empregos é maior entre as mulheres, aponta pesquisa

Da Redação

O Brasil atingiu número recorde de desalentados (trabalhadores que estão desempregados, mas desistiram de procurar uma vaga), conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto deste ano. De acordo com o estudo, o Brasil já conta com 4,8 milhões de pessoas que abandonaram a busca por emprego por acreditarem que não vão encontrar vagas disponíveis, referentes ao segundo trimestre de 2018, os dados mostram também que a recessão atinge as mulheres com maior intensidade. Dentre os desalentados, 54% são do sexo feminino.

Para mudar esse cenário, a professora Ana Paula sugere uma mudança na cultura empresarial brasileira | Foto: divulgação
Apesar das mudanças culturais, o cenário do mercado de trabalho para as mulheres persiste. Elas continuam tendo menos oportunidades do que os homens. A situação, muitas vezes, força a tomada de novas atitudes, conforme explica a psicoterapeuta e docente do curso de Gestão de Pessoas do Centro Universitário Internacional Uninter, Ana Paula Escorsin. “É muito comum que, diante dessas situações, elas acabem optando por retornar ao lar para cuidar da casa e dos filhos”.

Além da opção financeira por corte de gastos, a professora explica que o fator cultural ainda representa um forte impedimento para a entrada da mulher no mercado de trabalho. Alguns empregadores desconsideram contratar uma mulher por considerá-la menos capaz ou disponível do que um homem, principalmente quando tem filhos.

 “A empresa tende a pensar logo em faltas e baixa produtividade, mas não em ampliar sua carteira de benefícios com creche, flexibilidade de horário, entre outros benefícios para o funcionário”, pontua a professora.

Outra forma de desmerecimento do trabalho das mulheres é demonstrada pelos salários. Também segundo dados do IBGE, entre 2012 e 2016 as mulheres ganhavam 75% do salário dos homens pela mesma função exercida (Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil).

Para mudar esse cenário, a professora sugere uma mudança na cultura empresarial brasileira. “É necessário melhorar a capacitação dos dirigentes para que compreendam que seus estabelecimentos são constituídos por pessoas e não apenas por máquinas”, defende.

Mulheres chefiam os lares
Mesmo com mais empecilhos na busca por emprego, o contingente de lares em que as mulheres tomam as principais decisões mais do que dobrou em 14 anos. Passou de 14,1 milhões, em 2001, para 28,9 milhões, em 2015, o que representa alta de 105%, segundo estudo coordenado pela Escola Nacional de Seguros. Por isso, é importante a mudança no cenário empregatício.



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