terça-feira, 2 de outubro de 2018

No ABC, Ciro tenta emplacar na última semana de campanha

Por Vitor Lima

O candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), fez campanha na porta da General Motors (GM), em São Caetano do Sul, na tarde de hoje (2). Ciro dialogou com os funcionários da montadora e pediu a confiança dos eleitores.

Em conversa com a imprensa, o candidato defendeu o fortalecimento do setor industrial brasileiro, especialmente o automotivo, segmento vital para o ABC. Ciro criticou as novas declarações do General Hamilton Mourão (PRTB), que contestam a necessidade do pagamento do 13º salário – Mourão é candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL).

Ciro Gomes dialogou com eleitores na entrada da fábrica da GM | Foto: VL
Sobre a declaração do presidente americano, Donald Trump, de que o “Brasil é injusto com as empresas americanas”, o candidato previu: “está ali anunciada uma tensão que vai estressar ainda mais gravemente as relações comerciais do Brasil com o mundo”.

Abaixo, confira os principais pontos defendidos pelo candidato em sua passagem pelo ABC.

Setor industrial: “O Brasil tem que entrar um processo de dinamização da indústria, porque é ela quem paga os melhores salários, é ela que recolhe os maiores impostos, que é de onde vem o dinheiro para melhorar a segurança, a educação, a saúde do nosso povo.

A General Motors aqui tem 9 mil operários, mas 80% do valor de um carro montado aqui vem do estrangeiro. Porque a gente não criou uma política industrial da produção aqui daquilo tudo que pudesse ser feito. É preciso criar incentivos para que a GM, ao invés de comprar em outros países, possa produzir aqui. Porque está vindo do Vietnã e não está sendo produzido aqui? Precisamos entender isso. Aí nós vamos acha a taxa de câmbio no lugar errado, taxa de juros num lugar errado, infraestrutura do País em lugar errado. De maneira de que é preciso chamá-los e oferece-los estímulos para que eles verticalizem aqui.

Abaixo dessa retórica moralista, de segurança, tudo falsa, está um projeto de economia política que é Temer ao quadrado”

Incentivo fiscal: “O Brasil precisa fazer incentivo fiscal para a produção. É um erro fazer estímulo fiscal para consumo. Porque nós precisamos gerar emprego e quem agrega valor, quem paga salário, quem paga imposto é quem produz e trabalha.

O consumo é muito importante, mas sem produção o consumo vira desequilíbrio como nós temos assistido no Brasil. A última vez o Brasil cresceu 2% do governo da Dilma, o buraco da nossa conta com o estrangeiro, porque não temos produção nacional, foi de quase US$ 130 bilhões de dólares. E isso provocou a desvalorização da nossa moeda, que virou inflação, que virou essa tragédia de recessão, estagnação e desemprego que o Brasil está vivendo”.

 Foto: VL
Declarações de Donald Trump: “Eu vi aquela palavra na boca do presidente da República, mesmo que seja uma pessoa pouca equilibrada como tem sido a tradição da retórica do Trump, está ali anunciada uma tensão que vai estressar ainda mais gravemente as relações comerciais do Brasil com o mundo. Lembre-se que depois da China, a América é nossa principal parceria econômica. E quando a gente olha os americanos têm uma vantagem em relação ao Brasil nos últimos anos em que nós estamos destruindo a indústria nacional brasileira que passa, em uma década, de US$ 250 bilhões de dólares para eles. Agora está acontecendo um assalto hostil à nossa joia, que é a Embraer, por uma empresa americana, a Boeing, e eu vou desfazer esse negócio. Portanto a tensão está aberta, também do lado de cá”.

Crescimento de Bolsonaro no Ibope: “Temos duas coisas para fazer. A primeira: a gente precisa lembrar que o Brasil chegou a um ponto tal de esculhambação, infelizmente não tem outra palavra, que se compra e vende até deputado. Você imagina que não se compra e vende instituto de pesquisa? É só você olhar o que estava acontecendo no dia 2 de outubro de 2014, a última eleição presidencial. Dilma 40, Marina 27, Aécio 19. Todo mundo sabe que o resultado foi completamente diferente. Portanto a primeira questão é não integrar o instituto de pesquisa ao seu sagrado direito de optar pelo melhor pra sua família e sua comunidade. Isso a esmagadora maioria da população vai fazer.
Segundo: o Bolsonaro virou uma menção de tudo que está acontecendo. E é um erro. Quando as pessoas vão em massa as ruas, ao invés de afirmar um sim para um projeto, todo mundo foi falar "Ele Não", ou seja, todo mundo estava dizendo de alguma forma de que o Bolsonaro virou uma referência para o debate nacional. Estou tentando mostrar que este é um grosseiro equívoco que está convidando o País a bailar na beira do abismo, porque essa confrontação odienta PT, anti-PT, Bolsonaro, isso vai precipitar o Brasil num precipício muito grave. Eu estou aqui na área pedindo a bola, se me derem o gol vai ser de placa e eu vou reconciliar o Brasil”.


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