sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Educação: confira personalidades essenciais para a evolução da área no Brasil

Redação

A educação como conhecemos hoje é resultado de diversas mudanças e conquistas ao longo da história. O estabelecimento de metas para o ensino e a construção de universidades e centros de pesquisa, por exemplo, só foram possíveis graças ao esforço de muitas pessoas, a maioria delas pouco destacadas na história, conforme comenta o diretor do Sistema de Ensino pH, Cláudio Falcão.

Figura 1:  Da esquerda para a direita, Maria Nilde Mascellani, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Nísia Floresta e Fernando de Azevedo | Imagens: divulgação 

"Esses personagens foram fundamentais para que a educação do país se modernizasse. É claro que ainda temos um longo caminho a seguir, mas se chegamos até aqui, foi porque eles não desistiram e enxergaram na educação o melhor caminho para transformar o País", comenta Falcão.

Nos séculos XVIII e XIX, até meados do século XX, por exemplo, apenas homens de famílias nobres ou ricas poderiam ter acesso à educação básica, sendo que, para isso, deveriam recorrer às escolas religiosas ou aos colégios que se encontravam nas grandes cidades.

Poucos são, como Paulo Freire, os nomes conhecidos por seus feitos relacionados ao desenvolvimento da educação brasileira. Pensando neste contexto, Falcão e a equipe do Sistema de Ensino pH selecionaram cinco personagens que tiveram grande contribuição para o desenvolvimento de nosso sistema educacional, mas que não são tão conhecidos pela maioria das pessoas.

Maria Nilde Mascellani
Maria Nilde (1931 – 1999) foi uma educadora brasileira responsável pela criação e coordenação do Serviço de Ensino Vocacional (S.E.V.) no estado de São Paulo. Durante a década de 1960, a organização estimulava a autonomia dos alunos em sala de aula, e levava em conta o contexto no qual eles estavam inseridos.

Uma das medidas inéditas na época foi instituir a autoavaliação e substituir notas por conceitos, que depois eram discutidos entre os professores nos Conselhos de Classe. Também foi uma das fundadoras da equipe RENOV, um centro de suporte de projetos, pesquisas e planejamento educacional baseado na defesa dos direitos humanos. Maria foi perseguida e presa durante a ditadura militar. Ao ser libertada, passou a lecionar na Faculdade de Psicologia da PUC-SP, onde criou um centro educacional.     
 
Anísio Teixeira
Anísio Teixeira (1900-1971) foi um dos primeiros a lutar pela existência de escolas públicas, desde o maternal até o ensino superior. Segundo o jurista baiano, a educação não era um privilégio e, portanto, deveria ser gratuita para toda a população. Foi um dos 26 nomes a assinar o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, que defendia o ensino integral, público, laico, obrigatório e municipalizado. O pensador lutou para que a escola se tornasse um local que disponibilizasse também o aprendizado de ideais e senso crítico. Hoje, ele dá nome ao Inep, autarquia responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro (1922 - 1997) foi um antropólogo, escritor e político brasileiro que lutou pelo ensino integral gratuito e, principalmente, pela causa indígena. No estado do Rio de Janeiro, implantou os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), com foco em assistência integral a crianças, além de atividades recreativas e culturais. Como Ministro da Educação do Brasil (1962 – 1963), executou diversas e profundas reformas no sistema educacional, como medidas para intensificar a escolaridade no país e ampliar as matricular em escolas, além de criar o Fundo Nacional de Educação, cujos recursos seriam divididos entre os ensinos primário, médio e superior. Outros de seus projetos foram o Parque Indígena do Xingu e o Memorial da América Latina, além de ter dado origem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB).

Nísia Floresta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves)
Nísia Floresta (1810 – 1885) foi uma das primeiras mulheres a escrever para jornais, logo no início da imprensa brasileira, além de ser pioneira na luta pela educação das mulheres. Fundou o Colégio Augusto, no Rio de Janeiro, direcionado para meninas e que, durante 17 anos, propôs o ensino de ciências, línguas, história e educação física, assuntos que, na época, eram direcionados apenas para homens. Seu colégio se destacou por oferecer educação de qualidade às mulheres em uma época na qual os colégios mais bem avaliados da Corte não tinham espaço para meninas, e o sistema vigente julgava as ciências como conhecimentos inúteis às mulheres.

Fernando de Azevedo
Fernando de Azevedo (1984 - 1974) foi responsável pela elaboração do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que defendia a reforma brusca do ensino. Segundo o documento, as escolas deveriam "servir aos interesses do indivíduo, e que se funda sobre o princípio da vinculação da escola com o meio social". Realizou diversas reformas no Código de Educação, além de ter fundado a Biblioteca Pedagógica Brasileira (BPB) e ter sido presidente da Associação Brasileira de Educação e da III Conferência Mundial de Educação.

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