Um dos responsáveis pela demarcação do território Yanomami em 1992, Davi Kopenawa - escritor, xamã, líder Yanomami e presidente da Hutukara Associação Yanomami - estará presente na Conferência Ethos 360º 2019, que ocorre no Pavilhão da Bienal (Avenida Pedro Alvares Cabral, s/nº, Parque Ibirapuera , portão 03), em São Paulo, nesta terça-feira (3) e quarta-feira (4).
Davi Kopenawa, líder Yanomami, participa da Conferência Ethos, nesta quarta-feira (4) | Foto: reprodução |
Reconhecido internacionalmente por sua luta pelos direitos indígenas, Kopenawa estará presente em dois painéis em 4 de setembro. Na ocasião, ele falará sobre a importância do olhar, do discurso indígena e, principalmente, do conhecimento dessa liderança, para conter o desmatamento, poluição, mudança climática, exploração de terras e lidar com os desafios desse cenário que parece irreparável.
A discussão permeará a percepção das mudanças do clima e de suas ameaças no cotidiano dos povos indígenas, além de dialogar sobre a intimidação constante devido a exploração minerária em terras indígenas.
O painel “A queda do céu - considerações para que a Floresta continue viva”, marcado para às 9h, será um bate-papo sobre a visão Yanomami da floresta e os esforços para a defesa do povo indígena e de seus territórios, na ocasião, será comentado ainda o papel do xamã na manutenção da floresta, saúde e equilíbrio do mundo.
Às 14h, Kopenawa também participará do painel “Por que não minerar em terras indígenas?”, que trará um debate sobre o grave problema das invasões para garimpos ilegais em terras indígenasque resultam em situações de assédio, conflito e violência. A discussão também levantará a necessidade de compromisso de parte do setor de mineração em garantir a segurança e os direitos dos povos indígenas, bem como os posicionamentos e esforços do atual governo para a elaboração e aprovação de um projeto de lei, que regularize a mineração em terras demarcadas lançando mão dos mecanismos de royalties para justificar este modelo para enfrentamento do garimpo ilegal, um caminho que não tem dialogado com os movimentos indígenas.
Kopenawa, que já foi ameaçado de morte por garimpeiros pela sua atuação na terra indígena Yanomani, recebeu o Prêmio Global 500 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (único brasileiro além de Chico Mendes a receber a honraria), tem uma autobiografia best-seller em francês (na qual denunciou a destruição do seu povo) e foi convidado a assinar o Harvard Guest Book, honraria reservada a personalidades históricas e cientistas, como Dalai Lama, Nelson Mandela e Stephen Hawking.
Já a Conferência Ethos privilegia um espaço integrado para o desenvolvimento de carreiras e negócios. Gestores, empreendedores e especialistas de diferentes setores estarão reunidos para debater alternativas em prol da agenda dos negócios e do desenvolvimento sustentável do País.
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